sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Luli e Lucina



Luli e Lucina - Dupla de cantoras, compositoras e instrumentistas que, ministrando oficinas de criatividade musical e pesquisando ritmos primitivos, foram precursoras do chamado movimento de música independente do início dos anos de 1980.

Formada por Heloísa Orosco Borges da Fonseca (Rio de Janeiro RJ 1945—) e Lúcia Helena Carvalho e Silva (Cuiabá MT 1950—), a dupla surgiu em 1971, chegando à final do VI FIC com Flor lilás e lançando nesse ano seu primeiro disco, o compacto duplo Flor lilás, pela Som Livre.

Em 1993 estiveram em tournée por 30 cidades da Suíça e França. Em 1995 lançaram o CD Elis e elas, uma homenagem a Elis Regina, resultado de um espetáculo mostrado durante três anos em várias cidades do país. 

Os sucessos de autoria da dupla incluem Me rói, Primeira estrela, Êta, nóis! e Bugre, gravados, entre outros, por Ney Matogrosso, Secos e Molhados, Tetê Espíndola, Nana Caymmi, Joyce, Olívia Byington, Zélia Duncan, Rolando Boldrin, Marília Pêra e Wanderléia

Os LPs da dupla são Luli & Lucinha (independente, 1979), Yorimatã (independente, 1982), Eta nóis (independente, 1984), Timbres e temperos (Som da Gente, 1986), Porque sim, porque não (Leblon Records, 1992), Elis e elas (Leblon Records, 1995) e a coletânea Luli & Lucina —25 anos (Dabliú/Eldorado, 1996). 

Luli (sobrinha-neta de Noel Rosa) iniciou carreira nos anos de 1960, gravando seu primeiro LP em 1966, pelo selo Philips, com arranjos de Guerra-Peixe e incluindo composições dela mesma (Em tempo de vida), Luís Carlos Sá (Baleiro), Zé Keti (Esta favela que eu amo) e outros. 

Seu primeiro sucesso como compositora é O vira, parceria com João Ricardo, lançada pelos Secos e Molhados em 1973. 

Luli é fabricante de tambores, inclusive de cerâmica (muito comuns no Oriente Médio e inusitados no Brasil), inspirada na umbanda e na “fronteira entre a nota e o ruído”. 

Lucinha mudou seu nome artístico para Lucina em 1982, em razão do surgimento de outras artistas de nome Lucinha. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

Luiz Loy Quinteto



Luiz Loy Quinteto - Conjunto organizado em outubro de 1965, em São Paulo SP, por Luiz Loy (Luiz Machado Pereira), piano; Papudinho (José Lídio Cordeiro), pistom; Mazzola (Renato Menconi), saxofone; Bandeira (João Roberto Martins Bandeira), contrabaixo, e Zinho (José Rafael Daloia), bateria.


Com o nome de Luiz Loy e seu Conjunto, o pianista, organista e acordeonista Luiz Loy já havia formado seu primeiro grupo em 1960, tendo estreado na boate Chicote em São Paulo, participando de programas na TV Tupi, de São Paulo, e na boate Oásis.

Em 1961 havia gravado seu primeiro LP pela Odeon, Luiz Loy e sua juventude musical. Em 1962-1963 atuou na TV Excelsior e no Jardim de Inverno Fasano, apresentando-se no ano seguinte no Casino Internacional, de Mar del Plata, Argentina, e no canal 13, de Buenos Aires, Argentina.

Contratado pela TV Record, de São Paulo, em 1965, o grupo apresentou-se no programa O Fino da Bossa como Luiz Loy Trio e depois como Luiz Loy Quinteto, participando da maioria dos programas dessa emissora. No ano seguinte, o conjunto gravou pela RGE o LP Luiz Loy Quinteto e o LP Dois na Bossa n° 2, com Elis Regina e Jair Rodrigues

Em 1967, a RGE gravou o LP Luiz Loy interpreta Chico Buarque de Hollanda, e em 1968 o conjunto foi ampliado para um noneto, denominando-se então Luiz Loy e seu Conjunto, que gravou em 1969 o LP Odeon Balanço pra frente, editado também nos EUA em 1970, época em que o conjunto se apresentou na Bolívia. 

No ano seguinte, o conjunto foi novamente renovado, transformando-se num sexteto. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.

Luiz Heitor

Luiz Heitor
Luiz Heitor (Luiz Heitor Correa de Azevedo), musicólogo e folclorista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13/12/1905, e faleceu em Paris, França, em 10/11/1992. Iniciou estudos musicais em 1923, no I.N.M., onde foi aluno de piano de Alfredo Bevilacqua (de 1924 a 1925) e de Charley Lachmund (de 1927 a 1928). Estudou harmonia, contraponto e fuga com Paulo Silva.


Escreveu nos jornais O Imparcial (1928-1929) e A Ordem (1929-1930), do Rio de Janeiro, e colaborou em diversas publicações especializadas, nacionais e estrangeiras. Ao lado de Luciano Gallet, Lorenzo Fernandez, Antonieta de Sousa e outros, em 1930 fundou a Associação Brasileira de Música, da qual foi secretário até 1933, e presidente em 1934 e 1935.

Em 1932 sucedeu a Guilherme de Melo no cargo de bibliotecário do I.N.M. De 1932 a 1936 organizou e publicou o Arquivo de Música Brasileira, e de 1934 a 1942 organizou e dirigiu a Revista Brasileira de Música. Com Agostinho de Almeida, fundou a Associação dos Admiradores de Francisco Manuel, sendo seu presidente até 1947.

Em 1937, com Luís Gonzaga Botelho e outros, foi o fundador da Sociedade Pró-Música que, além de manter uma orquestra, promovia concertos e concursos.

Em 1939 tornou-se o primeiro ocupante da cátedra de folclore nacional da então E.N.M.U.B., atual E.M.U.F.R.J. Dois anos depois foi convidado pela União Pan-Americana para exercer as funções de consultor da sua divisão de música, em Washington D C, EUA. Nos seis meses que aí passou, participou de congressos e realizou conferências.

Em 1943 fundou, na E N.M.U.B., o primeiro centro de pesquisas folclóricas do país. Colaborou na seção de música da revista Cultura Política, de 1941 a 1945. Em 1944 e 1945 escreveu folhetins e artigos sobre música no jornal A Manhã, do Rio de Janeiro.

De 1945 a 1948 foi membro da Comissão Nacional do Livro Didático. Em 1947 foi convidado para dirigir os serviços de música da UNESCO, transferindo-se para Paris, França. Nesse cargo, foi o responsável pela criação do Conselho Internacional de Música e pela publicação da série Archives de la musique enregistrée.

Com a criação do Instituto de Altos Estudos da América Latina, na Universidade de Paris, de 1954 a 1958 realizou uma série de cursos sobre históría da música. Aposentou-se pela UNESCO em fins de 1965 e pela E.M.U.F.R.J. em junho de 1967.

Membro da Academia Nacional de Música desde sua criação, em 1967, esteve nos EUA como professor visitante da Universidade de Tulane, em New Orleans (1967-1968) e da Universidade de Indiana, em Bloomington (1969).

A partir de 1969 foi membro do Conselho Internacional de Música, tendo pertencido ao seu comitê executivo, com sede em Paris, onde faleceu.

Publicou, entre outras obras, Dois pequenos estudos de folclore musical, Rio de Janeiro, 1938; Escala, ritmo e melodia na música dos índios brasileiros, Rio de Janeiro, 1938; Relação das óperas de autores brasileiros, Rio de Janeiro, 1938; A música brasileira e seus fundamentos, Washington, 1948; Música do tempo desta casa, Rio de Janeiro, 1950; Música e músicos do Brasil, Rio de Janeiro, 1950; Bibliografia musical brasileira (1820—1950) (em colaboração com Cléofe Person de Matos e Mercedes de Moura Reis), Rio de Janeiro, 1952; 150 anos de música no Brasil (1800—1950), Rio de Janeiro, 1956. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo -2a. Edição - 1998.

José Randolpho Lorena

José Randolpho Lorena
José Randolpho Lorena, compositor e regente, nasceu em Lorena, SP, em 4/2/1876, e falceu na cidade de Cachoeira Paulista, SP, em 8/8/1961. Desde os seis anos de idade tocava toadas nas flautinhas de bambu que ele próprio construía, e aos sete teve primeiras aulas de música com o pai, o maestro Randolfo José de Lorena, aprendendo solfejo e piano.

No ano seguinte passou a tocar sax na banda do pai, e mais tarde cantava nas festas sacras, inicialmente como soprano e depois como contralto e tenor. Aos dez anos entrou para o Conservatório de Música, do Rio de Janeiro RJ, mas logo foi obrigado a abandonar os estudos, por dificuldades financeiras.

Como músico do interior, atividade pouco lucrativa, teve que arranjar um emprego de telegrafista para sustentar a família.

Nunca registrou suas composições, que chegam a mais de 60 e incluem dobrados e a música ligeira que tocava em sua banda, além de peças inéditas. 

Obra

Música orquestral: Avançada de Joffre, s.d.; Carmen, s.d.; As duas santas, só.; Elza, s.d.; Os exilados, s.d.; Geni, s.d.; lnaiá, s.d.; Prece da meia-noite, s.d. 

Música sacra: Missa meditação, s.d.; Missa primeira, só. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Nei Lopes


Nei Lopes (Nei Brás Lopes), cantor, compositor e escritor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 9/5/1942. Em 1972 teve sua primeira composição gravada, Figa de Guiné (com Reginaldo Bessa), por Alcione no selo Philips.

No ano seguinte, estreou como intérprete gravando duas faixas no LP Tem gente bamba na roda de samba, na Continental.

No final da década de 1970, iniciou parceria com Wilson Moreira, que produziu várias músicas de destaque: Senhora liberdade, gravada por Zezé Mota; Gostoso veneno, por Alcione e Paul Muriat; Goiabada cascão, por Elis Regina; e Coisa da antiga.

A dupla lançou em 1980 o LP A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes, coletânea de seus maiores sucessos, e em 1985 O partido muito alto de Wilson Moreira e Nei Lopes

Em 1989 escreveu a revista Oh, que Delícia de Negras! (com músicas em parceria com Cláudio Jorge), que fez longa temporada no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Escreveu, com Juana Elbein dos Santos, o encarte para o LP Egungun, Ancestralidade Africana no Brasil.

Em 1997, em comemoração aos 80 anos da primeira gravação do samba Pelo telefone (Donga e Mauro de Almeida) a gravadora EMI/ODEON lançou a caixa Apoteose ao samba, na qual, além dos discos, foi também encartado um livreto com dois textos: um de sua autoria Uma breve estória do samba e outro de Tárik de Souza.

Entre 1999 e 2000, respectivamente, teve encenado pelos alunos de teatro do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio de Janeiro, dois musicais: Clementina (sobre a vida de Clementina de Jesus) e Dona Gamboa, Saúde (sobre a história da região portuária, um dos berços do samba).

Em 2001 publicou Guimbaustrilho e outros mistérios suburbanos, pela Coleção Sebastião, lançada nas bancas de jornais pela Editora Dantes.

No ano de 2003 lançou o livro Sambeabá - O samba que não se aprende na escola, com ilustrações de Cássio Loredano e apresentação de Luiz Antônio Simas (Editoras Casa da Palavra e Folha Seca). O livro foi lançado no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro.

No ano de 2004 publicou, pela Summus Editorial/Selo Negro, Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. No ano seguinte foi lançado o livro O samba do Irajá e de outros subúrbios: um estudo da obra de Nei Lopes, de Cosme Elias, originalmente uma dissertação de mestrado do autor.

Em 2006 publicou Partido alto, samba de bambas (Editora Pallas) e Kitábu: O livro do saber e do espírito negro-africanos" pela Editora Senac-SP, livro no qual fez uma análise filosófica e literária da África e sua diáspora, seus povos, suas línguas e suas religiões na visão dos próprios africanos e dos europeus.

Para teatro, compôs trilhas para as peças O perverso sonho da igualdade e Auto da Indendência, ambas de Joel Rufino dos Santos.

Em 2009 lançou o primeiro romance intitulado Mandingas da mulata velha na Cidade Nova (Editora Língua Geral). Neste mesmo ano foi lançada a sua biografia escrita pelo jornalista Oswaldo Faustino para a Série Retratos do Brasil Negro, da Editora Negro Edições.

Obra

Ao povo em forma de arte (c/ Wilson Moreira), Caído com elegância (c/ Zé Luiz), Candongueiro (c/ Wilson Moreira), Carreiro sanfoneiro (c/ Efson), Cavaco e sapato (c/ Zeca Pagodinho), Chave de cadeia (c/ Wilson Moreira), Cidade assassina (c/ Wilson Moreira), Coco sacudido (c/ Cláudio Jorge), Coisa da antiga (c/ Wilson Moreira), Coité e cuia (c/ Wilson Moreira), Congada de São Benedito (c/ Cláudio Jorge), Corpo mestiço (c/ Fátima Guedes), Debaixo do meu chapéu, Deixa clarear (c/ Wilson Moreira)
Ela é quem manda (c/ Wilson Moreira), Esculacho (c/ Wilson Moreira), Esse negro não se enxerga (c/ Cláudio Jorge), Estrela cadente (c/ Cláudio Jorge), Eu não falo gringo (c/ João Nogueira), Eu não fui convidado (c/ Zé Luiz), Felicidade segundo eu (c/ Dona Ivone Lara), Feliz da vida, Festa da dentadura (c/ Carlão Elegante), Fidelidade partidária (c/ Wilson Moreira), Figa de Guiné (c/ Reginaldo Bessa), Firme e forte (c/ Efson), Fox e trote (c/ Guinga), Fumo de rolo, Ganzá do seu Leitão (c/ Cléber Augusto), Goiabada cascão (c/ Wilson Moreira), Gostoso veneno (c/ Wilson Moreira), Gotas de veneno (c/ Wilson Moreira), Hino de amor ao Salgueiro (c/ Dauro do Salgueiro e João Laurindo), Igual à flor (c/ Délcio Carvalho), Igualzinho, não (c/ Cláudio Jorge), Ixe, maninha (c/ Cláudio Jorge), Jardim coração, Jogo de caipira (c/ Sereno), Jogo rasteiro (c/ Moacyr Luz), Justiça gratuita, Laços e pedaços (c/ Wilson Moreira), Loura Luzia (c/ Dacreu), Lupiciniana (c/ Wilson das Neves), Maracatu do meu avô (c/ Leonardo Bruno), Minha arte de amar (c/ Zé Luiz), Mironga do mato (c/ Wilson Moreira), Mocotó do Tião (c/ Wilson Moreira), Moqueca da Idalina, Morrendo de saudade (c/ Wilson Moreira), Mulata do balaio (c/ Wilson Moreira), Mulher de paletó, Não foi ela (c/ Wilson Moreira), Não nasci pra cinderela (c/ Humberto Araújo), No tempo do Don Don, Noel e Natalina, Nossa rainha, Nosso nome: Resistência (c/ Zé Luiz e Sereno), Novamente primavera (c/ Dauro do Salgueiro), Noventa anos de abolição (c/ Wilson Moreira), O tempero de Dona Yá-Yá (c/ Sidney da Conceição), Olha aí seu Nicolau (c/ Dauro do Salgueiro), Paralelas (c/ Carlão Elegante), Parasifel (c/ Guinga), Peito sangrando (c/ Wilson Moreira), Pharmácias (c/ Ed Motta), Que zungu, Raio de luar (c/ Dauro do Salgueiro), Samba do Irajá, Samba na medida, Sambeabá (c/ Sereno), Sandália amarela (c/ Wilson Moreira), Sapopemba e Maxambomba, Senhora da canção (c/ Cláudio Jorge), Senhora liberdade (c/ Wilson Moreira), Silêncio de bamba (c/ Wilson Moreira), Sinfonia das estrelas (c/ Carlinhos Sideral), Só chora quem ama (c/ Wilson Moreira), Sonho de uma noite de verão (c/ Reginaldo Bessa), Tempo de glória (c/ Wilson Moreira), Tereza firmeza, Tia Eulália (c/ Cláudio Jorge), Tome partido (c/ Zé Luiz), Uma festa no samba (c/ Cláudio Jorge), Vaqueirada (c/ Bororó Felipe e Edmundo Souto), Velho barco (c/ Reginaldo Bessa), Vendedor de Ilusões.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - São Paulo; Dicionário Cravo Albin da MPB.

domingo, 23 de janeiro de 2011

João Simões Lopes Neto

João Simões Lopes Neto
João Simões Lopes Neto, contista, folclorista e teatrólogo, nasceu em Pelotas, RS, em 9/3/1865, e faleceu em 14/6/1916. Quando cursava o terceiro ano de medicina no Rio de Janeiro RJ, teve de abandonar os estudos, por motivo de saúde, e voltar á sua terra, onde se dedicou à indústria, comércio, corretagem e atividades intelectuais.

Em 1895 tornou-se redator do Diário Popular, de Pelotas, e no ano seguinte estava no jornal A Opinião Pública. Usou dos pseudônimos João do Sul e Serafim Bemol.

Publicou livros sobre costumes gaúchos, lendas, mitos e tradições locais — onde se destacam as danças que registrou: Cancioneiro guasca, Pelotas, 1910 (2a. ed., Pelotas, 1917; 3a. ed., Pelotas, 1928; 4a. ed., Porto Alegre, 1954); Contos gauchescos, Pelotas, 1912; Lendas do Sul, Pelotas, 1913; Casos do Romualdo foi publicado em várias edições do Correio Mercantil, de Pelotas, em 1914; a 1a. ed. em livro é de Porto Alegre, 1952. 

Em 1926, dez anos após sua morte, Contos gauchescos e Lendas do Sul foram reunidos num volume, editado em Porto Alegre, de que, em 1948, também em Porto Alegre, saiu uma edição crítica, com prefácio e notas de Augusto Meyer, introdução, variantes, notas e glossário de Aurélio Buarque de Holanda, e posfácio de Carlos Reverbel. Obra póstuma: Terra gaúcha, Porto Alegre, 1955. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Alberto Lonato

Alberto Lonato
Alberto Lonato (Alberto Lonato da Silva), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8/11/1909, e faleceu na mesma cidade, em 18/1/1998. Criado no subúrbio carioca de Sapê, hoje Rocha Miranda, desde cedo freqüentou o meio dos sambistas da Mangueira, do morro da Favela, do Largo do Estácio e as festas do Seu Napoleão (pai de Natal da Portela), Nozinho e Vicentina.

Lustrador de profissão, aprendeu a tocar pandeiro observando outros ritmistas.

Por volta de 1929, assistiu às primeiras reuniões para a formação da Portela, em casa da mãe-de-santo Madalena Rica, onde se reuniam diversos músicos; mas só entrou para a escola 11 anos depois.

Sua composição Sofrimento de quem ama saiu em 1972, no LP Portela—passado de glória, da Fermata, e foi regravada três anos mais tarde por Clara Nunes; Não pode ser verdade foi composta em 1971 e Com lealdade foi gravada por Paulinho da Viola em 1989. 

Participou da Velha Guarda da Portela até 1994, quando sofreu um derrame; mas, mesmo assim, continuou participando dos desfiles da escola. 

Obras 

Não pode ser verdade, 1971; Sofrimento de quem ama, 1972. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998. 

Fernando Lona

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Fernando Lona (Fernando José Magalhães Lona), compositor e ator, nasceu em Salvador, BA, em 19/3/1937, e faleceu na BR-116, em 5/11/1977. Começou a compor em 1955, quando já tocava violão.

Em 1962, participou do programa Musical Casas Ernesto, em cartaz por seis meses na TV Itapoã, de Salvador. No ano seguinte, teve sua primeira composição gravada, Lamento de Justino (com Orlando Sena), em compacto duplo da CBS, com as músicas do filme Grito da terra (direção de Olney Alberto São Paulo).

Como ator, participou, ainda em 1963, da peça A exceção e a regra (Bertolt Brecht) e, em seguida, de dois shows individuais na capital baiana, Terra de ninguém, com música-título de sua autoria, e Ofício de cantar.

Nessa época, participou dos shows Nós, por exemplo e Nova bossa velha e velha bossa nova, com grupo baiano que surgia, formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Tom Zé

Participou depois de várias peças teatrais, continuando também a compor. Em 1966, a marcha-rancho Porta estandarte, feita em parceria com Geraldo Vandré, obteve o primeiro lugar no FNMP, da TV Excelsior, de São Paulo SP, na interpretação de Tuca e Airto Moreira

Fixando-se em São Paulo, compôs músicas para a peça teatral O desembestado, dirigida por Ariovaldo Matos, da qual participou também como ator. Retornando à Bahia, continuou a atuar em teatro, como na peça Arena conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri, quando encenada em Salvador. 

Ainda como ator, participou de vários filmes nacionais. Lançou em 1977 O Romance desastroso de Josiano e Mariana ou A gesta do Boi Menino, inspirado no gênero cordel, com ilustrações de Calazans Neto. Apresentou-se no mesmo ano em São Paulo no espetáculo De cordel a bordel, em que cantou, dançou e recitou seus versos. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lobão

Lobão, pioneiro na incorporação de elementos de samba e chorinho ao rock da década de 1980
Lobão (João Luís Woerdenbag Filho), compositor, instrumentista e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 11/10/1957. Pioneiro na incorporação de elementos de samba e chorinho ao rock-and-roll da década de 1980, iniciou a carreira como baterista do grupo Vímana, que incluía Lulu Santos e Ritchie e que gravou um compacto pela Som Livre em 1977, com Zebra e Masquerade, participando também do LP Ave noturna, de Fagner.


Foi baterista do Blitz, mas saiu antes de começarem a gravar o primeiro disco, por discordar do estilo pop comercial da banda. Assinou contrato com a RCA e gravou em 1982 seu primeiro disco solo, Cena de cinema, no qual se destacou a faixa Me chama, regravada por Marina.

No disco Vida bandida, de 1989, passou a incorporar elementos de samba em seu trabalho. Sua versatilidade e ecletismo levaram-no a compor um fox-trot, A deusa do amor (com Bernardo Vilhena), que gravou em dueto com Nelson Gonçalves, em 1987, no LP de Nelson Nós (RCA/BMG).

Mudando para a gravadora Virgin em 1995, lançou o CD Nostalgia da modernidade, disco marcado presença do samba. Parte da crítica mais uma vez reagiu mal e o público roqueiro estranhou a mudança, resultando em novo fracasso comercial. 

O mesmo ocorreu com o CD seguinte, Noite, de 1998, este mais eletrônico. Sempre polêmico, após vários problemas com gravadoras, lançou em 1999 o primeiro CD independente, A vida é doce, acompanhado por uma revista-manifesto, sendo vendido apenas nas bancas de jornal. O disco vendeu cerca de 97 mil cópias. 

Neste mesmo ano, deu início a uma campanha contra as gravadoras e conseguiu a vendagem recorde de 100 mil cópias (numeradas) de seu disco A vida é doce, apenas divulgando nas rádios comunitárias de todo o país, principalmente as do Rio de Janeiro. 

Logo depois, vários artistas partiram para essa solução alternativa para a vendagem de seus discos independentes. No mesmo ano, esteve internado por 15 dias, em estado de coma, por misturar álcool com barbitúricos.

No ano 2000, ao lado de Elza Soares, Os Cariocas e Pedro Luís e a Parede, fez o show de encerramento do projeto Novo Canto (que lançou novos talentos como Vander Lee, Patrícia Mello, Andréa Dutra, Dudu Salinas, Elisa Queirós, Andréa Marquee, André Gabhé e Guima Moreno, entre outros).

Em 2001, no Ballroom, apresentou o show Lobão 2001 - Uma Odisséia no universo paralelo. O show foi transformado em um disco ao vivo, gravado pelo canal Multishow. Na ocasião, como declarou o compositor: "A concentração é no repertório recente, sem nostalgia".

Em 2002 lançou por seu selo Universo Paralelo o CD Uma odisséia no universo paralelo. O disco trouxe as inéditas Lullaby e Para o mano Caetano e as pouco conhecidas de discos anteriores A noite e Nostalgia da modernidade, entre outras.

Em 2003, lançou, pelo seu Selo Fonográfico Universo Paralelo, o CD Canções dentro da noite escura, disco no qual apresentou as inéditas Capitão Gancho, de sua autoria e ainda uma parceria inédita com Cazuza Seda, e outra também inédita com Júlio Barroso Quente. Lançou a revista Outra coisa, na qual foi encartado o CD Enxugando gelo, do cantor e compositor B Negão, também lançado pelo selo Universo Paralelo.

No ano de 2004, participou do debate e evento "A arte da crítica" sobre música popular no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) que reuniu, Tárik de Souza, Arthur Dapieve e Hugo Sukman, entre outros.

Em 2007 lançou, pela gravadora Sony& BMG, o CD Acústico MTV, disco no qual interpretou alguns de seus maiores sucessos e outras composições não tão conhecidas do grande público, entre os sucessos e as pouco menos conhecidas destacamos Me chama, Corações psicodélicos, Quente, Bambino, Noite e dia (c/ Júlio Barroso), Essa noite não, O mistério (c/ Ritchie e Lulu Santos), A queda, A vida é doce, El desdichado II, Canos silenciosos, A gente vai se amar, Rádio Blá, Por tudo que for, Você e a noite escura, Pra onde você vai, Vou te levar, Décadence avec Élégance, entre outras.

Entre seus intérpretes destacam-se João Gilberto e o grupo Biquini Cavadão na emblemática Me chama.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Lira de Xopotó

Este foi um dos LPs de 1957, apenas seis faixas, trazendo pot-pourri de clássicos do Carnaval.

Banda de música surgida a partir do programa de Rádio "Lira de Xopotó" criado e apresentado pelo radialista Paulo Roberto na Rádio Nacional a partir de 1954 e que tinha como finalidade ser um incentivo às bandas de música do interior.


O programa era veiculado aos sábados e contava com os arranjos do maestro Lírio Panicali. Era apresentado através de um diálogo entre o radialista Paulo Roberto e Mestre Filó, personagem representado pelo músico Jararaca. Com o sucesso do programa, a banda que nele se apresentava passou a gravar discos.

O primeiro disco da banda foi lançado pela Sinter ainda em 1954 com os dobrados Dobrado Francisco Sena Sobrinho e Sonhador, ambos de Lírio Panicali. No mesmo ano gravou mais um disco com o dobrado Mocinho de circo e o maxixe Arregaça a saia, ambas de autoria do maestro Lírio Panicali.

Em 1955, a banda gravou, também de Lírio Panicali, o dobrado Capitão Miranda Pinto e a quadrilha Quadrilha. No ano seguinte, foram gravadas a polca Julieta e a valsa Saudade de Queluz, ambas de Lírio Panicali.

Em 1957, a banda regravou com sucesso o maxixe Cristo nasceu na Bahia, de Sebastião Cirino e Duque. Em seguida, a banda lançou novo disco que trazia a polca Mestre Filó, de Radamés Gnattali, inspirada na personagem de Jararaca no programa apresentado por Paulo Roberto na Rádio Nacional.

Ainda nesse ano a banda lançou dois LPs com músicas de carnaval dos anos de 1928 a 1946 - período áureo dos grandes clássicos do samba, como Camisa listrada, de Assis Valente, e Feitiço da Vila e Com que roupa?, de Noel Rosa.

Com os arranjos de Jararaca o disco destacou-se no carnaval daquele ano tocando em diversos bailes pela cidade do Rio de Janeiro. A respeito do repertório ali gravado Ary Vasconcelos sugeria na contracapa: "A fórmula de se fazer um grande samba como qualquer um desses parece hoje perdida - quem sabe se não a redescobriremos pela audição deste long-playing".

Em 1958, a banda gravou as canções natalinas Noite feliz, de Franz Gruber e Jingle bells, esta última, com arranjo de Lírio Panicali.

Em 1960, a banda lançou um último disco com o dobrado São Paulo quatrocentão, de Garoto e Chiquinho do Acordeom, e a marcha Me dá um dinheiro aí, de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira.

Com o fim do programa na Rádio Nacional, a banda acabou saindo de cena, após gravar dez discos em 78 rpm e dois LPs.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Lira Sanjoanense

Foto noturna de S. João del Rey, MG
Lira Sanjoanense - Primeiro conjunto musical profissional de que se tem notícia no Brasil, foi fundado em São João del Rey, MG, em 1776, por José Joaquim de Miranda, que assinou compromisso com a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de reunir um grupo de músicos, na maioria mulatos, e encarregar-se da parte musical dos ofícios religiosos.


Essa “Companhia de Música” seria formada por: tiple (menino soprano), contralto (homem, cantando em falsete), tenor, baixo, primeiro e segundo violinos, viola, celo, contrabaixo, duas flautas ou dois oboés e duas trompas.

Com a denominação alterada para Lira Sanjoanense, existe até hoje, recrutando seus componentes entre os músicos amadores populares, e se reúne semanalmente no coro das igrejas, nas festas e procissões.

Apelidado rapadura, o conjunto divide com a Orquestra Ribeiro Bastos, a coalhada (fundada em 1790 por Francisco José das Chagas, para servir a venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis, irmandade de brancos), a realização dos serviços musicais na cidade.

Seu arquivo valiosíssimo contém documentos e partituras, algumas únicas, de obras de compositores do período colonial e do início do Império.

Foram diretores da orquestra: José Joaquim de Miranda (1776-1802); Joaquim da Silva Vasconcelos (1802-1820); José Marcos de Castilho (1820-1827); Francisco de Paula Miranda (1827-1846); Francisco Martiniano de Paula Miranda (1846-1854); Marcos dos Passos Pereira (1854-1855); Hermenegildo José de Sousa Trindade (1855-1864); Antônio Teixeira do Carmo Pinho (1864-1867); Francisco Camilo Vítor de Assis (1867-1871); Hermenegildo José de Sousa Trindade (1871-1875); João Inácio Coelho (1875- 1876); Carlos José Alves (1876-1882); Luís Batista Lopes (1882-1907); João Feíiciano de Sousa (1907-1924); Fernando de Sousa Caídas (1924-1949); Pedro de Sousa (1949-).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Tudo para o Paraguai

Língua de Trapo

Tom: G
Intro: G

O video de quatro cabeças
Am
Você encontra no Paraguai.
O Ballantines doze anos
É feito em um mês,
G
Só no Paraguai.

Os carros que aqui são roubados,
Am
Lá são encontrados, lá No Paraguai.
G
Nada existe de mais falso
E
Que brasileiro,
G
Cantando em paraguaio.

Am
Esta noche me roubaram a Parati
G
Levaram pra fronteira para depenar
Lá tem uma feira tupy-guarani
Am
Pó de cocaína, pó de guaraná

Tem tênis Reebock made in Hong-Kong,
C7 F
Sanyo, Mitsubishi lá de Corumbá.
C
Ponte da Amizade, onde tudo pode
G C
Pó de cocaína , pó de guaraná.
F C
Ponte da Amizade onde tudo passa,
G C
Caminhão e Kombi, Brasilia e Passat


2 : F G C Am
v : Contrabando vem, Contabando vai
e : D G
z : A gente vai levando, carregando tudo
e : C Am
s : Para o Paraguai.

F G C Am
Contrabando vem, Contabando vai
D G
A gente vai levando, carregando tudo
C F C F C
Para o Paraguai.

Tragédia afrodisíaca

Língua de Trapo

Tom: C
Intro. G#7 G7/11 Cm Cm/Bb
G#7 G7/11 Cm G7

C G/B C
Fui dar uns esbordeios no Bixiga
Bb7
ver se alguma rapariga
A7 Dm A7 Dm A7
Se dispunha a um tête-à-tête (meu sonho era uma chacrete)
Dm Dm7+ Dm7 G7
Mas antes do amor ser consumado quis ter o estômago forrado
Gm7 C7/9
Pra evitar humilhação
Fm Bb7 C A7 D7/9
Corri pruma cantina italiana pedi filé a parmegiana
G7 C (G7/11)
Com catuaba, arroz e pão (para surpresa do garção)
C G/B C Bb7
De quebra um prato de sopa bem morna vinte ovinhos de codorna
A7 Dm A7 Dm A7
Tudo ao molho vinagrete (para encarar o tête-à-tête)
Dm Dm7+ Dm7 G7
Comi mais do que um monge tibetano a sobremesa foi tutano
Gm7 C7/9
Pra aumentar minha energia
Fm Bb7 C A7 D7/9
Quando eu inda queixava-me da conta lá no hall de entrada aponta
G7 C (G7/11)
Um monumento de guria (cinco de frente, três de esguia)

C E7 Am7 Bb7
Sem perda de um segundo abordei-a convidando-a pra ceia
A7 Dm A7
E de pronto ela aceitou
Dm Dm7+ Dm7 G7
Com tanta energia armazenada já passei-lhe uma cantada:
Gm7 C7/9
Vamos lá pro meu chatô
Fm Bb7 C A7 D7/9
Eu moro num apê em Santo Amaro o aluguel de lá é caro
G7 C (G7/11)
Mas não tem elevador (a escadaria é um suador)

C G/B C Bb7
Então ela encarou-me e disse: Filho, não existe empecilho
A7 Dm A7 Dm A7
Que detenha-nos de amar (mandei um táxi parar)
Dm Dm7+ Dm7 G7
No interior de um táxi mirim eu resolvi, então, enfim,
Gm7 C7/9
Partir de cara pra ação
Fm Bb7 C A7 D7/9
Depois de mordiscar a sua nuca vi que ela usava peruca
G7 C A7/11
E que seu nome era João (nas horas vagas, Conceição…)
Dm7/9 G7/13 C7+ A7/11
Conceição, eu me lembro muito bem,
Dm7/9 G7/13 C
Conceição, eu me lem bro muito bem…

Romance em Angra

Língua de Trapo

Tom: G
Intro: C7+ Cm6 Bm7 E7/9- Am7 D7/9- G7+ D7/9-

G7+ Em7
Recordo com saudades
Am7 D7/9
De quando tinhas cabelo, meu amor
Am7 D7/9
Teus olhos ‘inda eram abertos
G7+ D7/9-
E até tinham cor
G7+ Bm7
Nos teus braços não havia crateras
F#m7
Como as que hoje vejo
A7/13 A7/5+ Am7
Tuas pernas ‘inda eram inteiras
D7 D7/5+
E me davam desejo
G7+ Em7
Recordo que podias ouvir
Am7 D7/9
Meus mais ternos sussurros de amor
Am7 D7/9
E tinhas a capacidade
G7+ Dm7 G7/13
De sentir meu perfume, minha flor
C7+ Cm7
E hoje, tu andas corcunda
G7+ F7 E7
E já não tens mais nem aquela…saúde
A7/13 A7/5+ Am7
Tua pele, coberta de escamas,
Eb7 D7
Realmente não é um convite pra cama

Eb7 D7
O nosso amor foi arrasado
Eb7 D7
Depois que o reator foi instalado (2X)

(Solo) G7+ Em7 Am7 D7/9 // Am7 D7/9 G7+ Dm7 G7/13

C7+ Cm7
E hoje, tu andas corcunda
G7+ F7 E7
E já não tens mais nem aquela…saúde
A7/13 A7/5+ Am7
Tua pele, coberta de escamas,
Eb7 D7
Realmente não é um convite pra cama

Eb7 D7
O nosso amor foi arrasado
Eb7 D7
Depois que o reator foi instalado (2X)

Am7 Cm7
E nesse pesadelo nuclear
Eb7
Na mais torpe aflição
Am7 Cm7
Passo o tempo a suplicar:
Gm7/9
Não explode coração!

Rap end

Língua de Trapo

Rap end (1988) - Laert Sarrumor

- Que é que tu qué, bixim?
- Jabá, jabá
- É uma house portuguesa com certeza
- É com certeza uma house portuguesa
- Bate o pé, bate o pé, bate o pé
- Bate o pé, faça assim como eu...
- Everybody dance!...
- Lá em cima tem o tiro-liro-li
- Cá embaixo tem o trio-liro-lá

Quem ama não mata

Língua de Trapo

Quem ama não mata (1980) - Guga Domênico

Tom: Am
Intro. Dm Am F7 E7 Am A7 //
Dm Am F7 E7 Am E7 Am

Am A7 Dm
Encontrei minha mulher com seu amante
E7 Am E7
Na minha cama, com meu pijama de bolinhas
Am A7 Dm
E gritei: - alto lá, seu cafajeste!
Am
Pode ser que ela não preste
B7 E7 A
Mas o pijama é meu
A
(Foi a minha mãe quem deu)
A7 D C#7 F#m F#m7
Mamãe, mamãe, venha ver a sua nora
D Ebdim A
Ela sempre me ignora
F#7/5+ Bm7
Depois grita o dia inteiro
E7 A E7 A
Só pra me deixar cabreiro:

- Eu vou dar pro tintureiro
- Eu vou dar para o leiteiro
- Eu vou dar para o padeiro (E7)

Am A7 Dm
Quando vi minha mulher naquela pose
E7 Am E7
Eu dei um close, depois não pude me conter

Am A7 Dm
Seu amante, pendurei-o num cabide
Am B7 E7 A E7 A
Para evitar o revide que pudesse ocorrer
A7 D
Mamãe, mamãe, e agora?
C#7 F#m F#m7
Sua nora eu afoguei lá no bidê
D Ebdim A
Agora ela fica resmungando
F#7/5+ Bm7
E às vezes borbulhando
E7 A E7 A
Ainda ouço ela dizer:

- Eu vou dar pro encanador (glub! glub!)
- Eu vou dar pro encanador (glub! glub!) (E7)
Dm Am F7 E7 Am A7
Lara laralalalalalara laralalalalalara laralalalarala,
Dm Am F7 E7 Am E7 Am
Lalaralara laralalalalalara laralalalalalara larala la larala

Polca duca

Língua de Trapo

Polca duca (1982) - Cézar Brunetti

Tom: A
Int: A E

A Bb° Bm
Pálido, flácido, pudico e gentil
E7 E/G# A
Ele é tão tímido, árido, preso no covil
C#7 F#m
Mas quando vê aquela tanga, aquela lomba, aquela bunda
B7 E7
Já se encanta, bota banca, tira a manga e sai da sunga
A Bb° Bm Dm7
E fica rápido, rígido, ávido e feroz
A E7 A E7 A
E assim diria se tivesse o dom da voz:
C#7 F#m7
Patrão me dê o direito de escolher a minha trilha
B7 E7
Isso é pior que a solitária, eu quero a chave da braguilha
G#7 C#m7
Eu só apareço em consultórios pros exames de rotina
F#7 B7 E7
E nos mictórios, que vexame, aquele cheiro de urina
A Bb°
Eu quero espaço pra balançar
Bm7
Quero a luz do sol
E7 E7/G#
Eu quero ter a cor do senhor
A
Quero tudo igual
C#7 F#m7
De que me vale ser o artista principal
B7
E ver a atriz só no final, sem meias, cintas
E7
Sutiãs e lingeries
A Bb° Bm7
Eu quero ser feliz, dar um bis quando eu desejar


E7 C#7 F#m7 A7
Mas quando eu não quiser é favor não me incomodar
D D#° A F#7 B7
Que eu faço greve e vou morar atrás do saco, enfiado num buraco
E7 A A7
Que o patrão não vai gostar
D D#° A F#7 B7
Eu faço greve e vou morar atrás do saco, enfiado num buraco
E7 A A7
Que o patrão não vai gostar…

Plano diabólico

Língua de Trapo

Plano diabólico (1981) - Guga Domênico e Laert Sarrumor

Eu sempre fui bem louco e romântico
Mantendo a aparência sorumbática
Porém, nunca neguei meu lado cômico (hé-hé!)
Eu nunca fui destaque em matemática
Apesar de estar muito raquítico
Não pus a culpa na macrobiótica
Curti a minha fome dialética
Olhando tudo com olho político
Papai queria que eu fosse "filósafo"
Mamãe dizia que eu seria médico
Vovó pensando que eu fosse barítono
Pedia sempre que eu cantasse ópera, ópera, ópera...

Mas o destino foi um tanto irônico
E soube a hora de fazer a crítica
Assim, para tirar o meu estímulo
Me deu uma lição um pouco ácida
Forjaram uma noite de autógrafos
Brilhante como um flash fotográfico
Disseram que eu era magnífico
Famoso como um líder metalúrgico
Falei para milhares de repórteres
Sem perceber que aquilo era sátira
Eu nunca cogitei dessa hipótese
Papai me enganando como um estúpido
Eu acho que o meu vôo de Ícaro
Foi ser outro Caruso tão anêmico
Agora percebi que fui a vítima
De um plano audacioso e diabólico
Armado por um cara que, sem dúvida,
É primo ou irmão de Marcos Lázaro

Ouriço na Vila

Língua de Trapo

Ouriço na Vila (1982) - carlos Melo e Guga Domênico

Tom: A
Intro. A E A

A Ebm7/5-
Eu fui à Vila Madalena apanhar minha pequena
G#7 C#m7 (C#m7 Cm7) Bm7
Prum programa legal, pegar uma tela e o escambau
E7 A Ebm7/5-
E na Fradique Coutinho entrei lá no Sujinho
G#7 C#m7 (C#m7 Cm7) Bm7
Pra me ambientar, a inteligenzia toda lá
A7 D D#dim
E quando fui entrando, fui logo morando
F#dim A G#7 G7 F#7
Um papo diferente, na mesa de um livre docente
Bm7 E7 A
Ele defendia uma tese esdrúxula, paradoxal:

- Levando-se em conta o alcoolismo crônico de Scoth Fitzgerald
E a homossexualidade imanente de Proust
Temos, pois, que E é igual a MC ao quadrado, morô?

(E7) A Ebm7/5- G#7 C#m7
Me encostei no balcão e feito um espião observei o alarde
(C#m7 Cm7) Bm7
Só dava Freud e Thomas Hardy
7 A Ebm7/5-
Eu fui me irritando, e o papo piorando
G#7 C#m7 (C#m7 Cm7) Bm7
Pura citação, de Baudelaire até Platão
A7 D D#dim
E tome Kurosawa, e tom James Joyce
F#dim A G#7 G7 F#7
E tome Hemingway, é tanto nome que nem sei
Bm7 E7 A
Saí meio grogue, chamando Van Gogh de Galileu Galilei
A
Jorge Goulart de Nora Nei

G#m7/4 C#7 F#m
Eu sou um erudito de alto gabarito intelectual
F#m7+ F#m7
Leio Camões no original
B7 E7 A
Sou pós graduado, formei-me advogado pelo telefone
A
Via Embratel pela Sourbone
G#m7/4 C#7
Assino o Estadão, sou da oposição
F#m F#m7+ F#m7
Abaixo o sistema, já critiquei até cinema
B7 E7
Eu vou em gafieira, me amarro no Gabeira
A
E tô desempregado
E7
Um dia eu chego a Jorge Amado

A Ebm7/5-
Voltei àquela bodega com uma raiva cega
G#7 C#m7 (C#m7 Cm7) Bm7
E cuspindo prego me afetaram o super-ego
E7 A Ebm7/5-
E fui logo citando, no estilo Marlon Brando
G#7 C#m7
Uma frase em latim:
(C#m7 Cm7) Bm7
- Homus obispus James Dean
A7 D D#dim (F#dim) A
Os caras se borraram e já me contrataram para lecionar
G#7 G7 F#7
Como professor titular
Bm7 E7
Na universidade da nossa cidade
A
O idioma latino

- Data vênia, Hare Krishna, como anda bem o nosso ensino!
(A A13 A A7)

Os metaleiros também amam

Língua de Trapo

Tom: Dm
Intro: (Dm F C A7) 4x A7

Dm (Dm/5+ Dm)
Foi no começo do show do AC/DC, lá no Rock’n Rio
A7
Que eu a conheci e me encantei
(A7/9- A7)
Ela dançava feito uma paranormal,
Ao som daquela banda de heavy metal
Dm
Eu me apaixonei
(Dm/5+ Dm)
Foi uma espécie de amor a primeira vista,
Apesar de ela ser um tanto narcisista
D7 Gm (Gm5+ Gm)
E new-wave demais pra minha cabeça
Dm
Com tudo isto, eu lhe dei respeito à beça
A7 Dm C Bb7
Lhe disse que curtia o B52 e fomos ao McDonald’s depois

A7 Dm F
Os metaleiros também amam, meu amor
A7 Dm (C Bb7)
Os metaleiros também amam, sim senhor


(Dm C Bb7 A7 // Dm C Bb7 F) A7

Dm (Dm/5+ Dm)
Mas nosso amor por pouco tempo duraria,
O bem querer se transformou em baixaria,
A7
O porquê eu não sei
(A7/9- A7)
Ela deu pra andar com o seu dedo em riste
E me rasgou quatro posters do Judas Priest
Dm
Eu não suportei
(Dm/5+ Dm)
E taquei fogo em sua coleção dos Beatles
E em todos compactos do Sex Pistols,
D7 Gm (Gm5+ Gm)
Nem sequer poupando os discos do Clash
Dm
Eu quero mais é que ela vá pra Marrakesh
A7
E que por aqui não mais retorne
Dm C Bb7
Pra eu curtir em paz meu Ozzi Osbourne


A7 Dm F
Os metaleiros também amam, meu amor
A7 Dm
Os metaleiros também amam, sim senhor (repete)

O que é isso, companheiro?

Língua de Trapo

Tom: D
Intro. (A7 D) 4X

D A7
Nóis dois vivia intocado e crandestino
G A7 D
Nosso destino era fundo de quintar
Bm F#7
Desconfiavam qui nóis era comunista
G A7 D
Ou terrorista de manchete de jornar

D A7
Nóis aluguemo casa na periferia
G A7 D
No memo dia si mudemo para lá
Bm F#7
Levando uma bigue de uma metraiadora
G A7 D
Que a genitora se benzia ao oiá

E7 A7
Nóis pranejemo de premero um assarto
E7 A7
Com mãos ao arto, todo mundo pro banheiro
G A7 D
Nóis ria de pensar na cara do gerente
A7 D
Oiando a gente conferindo o dinheiro

(Int. e coro de galinhas)

D A7
Mas o tar banco acabô saindo ileso
G A7 D
E fumo preso jurando ser inocente
Bm F#7
Nóis num sabia que furtar di madrugada
G A7 D
Era mancada pois não tem expediente

D A7
Depois de um ano apertado numa cela
G A7 D
O sentinela veio e anunciô:
Bm F#7
O delegado perguntô se ocês topa
G A7 D
Ir pras Oropa a troco de um embaixador

E7 A7
Na mesma hora arrumemo passaporte
E7 A7
Pois com a sorte num si brinca duas veis
G A7 D
E os passaporte que demo no aeroporto
A7 D
Era de um morto e de um lorde finlandêis

D A7
E quando veio aquela tar de anistia
G A7 D
Nem mais um dia fiquemo no exterior
Bm F#7
E hoje já fazendo parte da História
G A7 D (A7 D)
Vendendo memória hoje nóis é escritor

O homem da minha vida

Língua de Trapo

O homem da minha vida (1983) - Ayrton Mugnaini Jr.

Tom: D
Int. (D D7+ D7...)

D D7+ G
Como é bom ser livre pra voar
Em A7
E conhecer o amor e seus mistérios
D D7+ G
Mas você não tinha que casar
Em A7 D
Teu único jeito agora é o adultério
Em C
Não fui assistir teu casamento
Em A7 D
Porque o centro de atenção ia mudar
Bm G
Não quis estragar esse momento
C A7 D
Não fui pra ninguém me ver chorar
Em C
Hoje no meu título de eleitor
Em A7 D
Está escrito lá que eu sou solteiro
Bm G
Mas isso é mentira, meu amor
Bb A7
Só penso em você o tempo inteiro

D G A7 D
A paixão o desejo me consomem
F#m Bm Em
Você também se sente consumida
C A7 F
Mulher de amigo meu pra mim é homem
G A7 D
Por isso você é o homem da minha vida

Solo em: (D D7+ D7 G/B Gm/B) 2x A7

D D7+ G
Você mudou seu título de eleitor
Em A7
Ganhou o sobrenome do marido
D D7+ G
Porém está me confessando agora
Em A7 D
Que tem um segredo escondido
Em C
Foi tudo um fracasso na verdade
Em A7 D
Porque você com ele não encaixa
Bm G
Ele exige alta fidelidade
C A7 D
Porém a impedância dele é baixa
Em C
Por isso eu fiquei maravilhado
Em A7
Quando você nessa vida
D
Deu um basta
Bm G
Seguindo o velho ditado:
Bb A7
“Burro amarrado também pasta”

O cookie do meu bem

Língua de Trapo

O cookie do meu bem (1998) - Laert Sarrumor

Tom: C
Intro. F Em Dm C // F Em Dm C G7

C
Fui passear com a namorada no shopingui
G
Mulhé arretada qué comprá tudo o que vê
Despois de gastá toda grana em bestage
C
Me disse: “Bem, tô cum vontade é de cumê!”
Olhei pro lado e vi uns biscoito esquisito
C7 F
Bem torradinho, redondinho como o quê
G Em A7 Dm
O tal negócio se chamava era cookie, tinha vários sabores
G C C7
Pra gente escolhê
F G Em
Quis agradá meu bem com aquele biscoitinho
A7 Dm
Perguntei foi com carinho:
G7 C
- Qual é que tu vai querê?
A7 Dm
Que cookie você qué?
G C A7
Que cookie você qué, meu bem?
Dm G7
Chocolate ou crocante, diga logo nesse instante
C C7
Que cookie lhe convém?
F
Que cookie você qué?
G C A7
Que cookie você qué, meu bem?
Dm
Diga logo, sem demora
G7
Você sabe que na hora
C
O cookie você tem

Introdução

(solo) F G C A7 Dm G7 C C7 //
F G C A7 Dm G7 C G7

Na Mourato

Língua de Trapo

Na Mourato (1998) - Laerte Sarrumor e Carlos Melo

Como tem teen
Como tem teen, oi, oi , oi, oi, oi, iô
Com tem teen
Com tem teen na Mourato

O arquiteto que só falava em Bauhaus
E que tava sempre maus
Muito louco de barato
Fez um projeto lá pro Governo do Estado
Foi pro secretariado
Virou um grande chato
O militante, o maior dos trotskistas
Sumiu e não deixou pistas
Parece que foi pro mato
Mas há quem diga que um dia ele foi visto
Numa Assembléia de Cristo
Fica registrado o fato

Refrão

O cineasta, pós-graduado na ECA
E que da Cinemateca
Era um verdadeiro rato
Hoje é da Globo, amigo da Fallabela
Dirige telenovela
Até já assinou contrato
E agora eu, que vivia no Sujinho
Só na pinga com caldinho
Me incluo no relato
Mudei da Vila, nunca mais quis ser odara
Leio escondido a Caras
Levo os filhos na Mourato

Refrão

Eu sempre fui da Vila um cidadão respeitado
Hoje eu fico na fila do Santa Casa e sou barrado

Movido a álcool

Língua de Trapo

Movido a álcool (1995) - Laert Sarrumor

Não me lembro se eu te comi
Não me lembro se foi só um sonho
Eu tava muitcho doidão
No meio de um porre medonho
Parece que você gostou
Parece que eu curti também
Ou foi só imaginação
Na real ninguém comeu ninguém
Bem que agente podia
Se encontrar numa boa
Caretas e meio sem jeito
Teenagers gargalhando à toa (ah-ah!)...
Vira e mexe se busca
Fugir de uma vidinha comum
Mas mesmo chamando atenção
No final a gente só é mais um
A gente bebe pra ser diferente
Depois bebe porque é igual
Até que surge em nossa frente
Uma pessoa especial
Bem que agente podia
Não perder esse contato
Não importa o que rolou
Ainda dá pra ser o maior barato

Força do pensamento

Língua de Trapo

Força do pensamento (1983) - Carlos Melo

Tom: A
Intro. Bm E7 A C#m Bm E7 A

A E7
Minha namorada eu vim lhe confessar
A
Que eu tenho câncer no duodeno e no pulmão
E7
Isso não é nada vamos comemorar
A
Pois eu tenho quinze dias de vida, coração

A7 D
Eu aprendi a dar valor ao essencial
A7 D
Como a uma flor e a um bom disco do Simonal
E7 A F#7
Por isso eu peço a você
Bm E7 A F#7
Leia o Acendedor da Seicho-No-Iê
Bm E7 A E7
Leia o Acendedor da Seicho-No-Iê

A E7
Olhe minha amada, pensamento positivo
A
Porque da vida já retirei o que preciso
A7 D
Eu aprendi a dar valor ao essencial
(coro: a, e, i, o, u, wu, wu)
A7 D
Como a uma flor e a um bom disco do Simonal
(repete o coro)

E7 A F#7
Por isso eu peço a você
Bm E7 A F#7
Leia o Acendedor da Seicho-No-Iê
Bm E7 F7+ E7
Leia o Acendedor da Seicho-No-Iê
A7+
(É melhor que C.V.V…)

Fado da falência

Língua de Trapo

Tom: Bm
Bm A7
Lá nas terrinha portuguesas,
D F#
Eu nunca fui um milionário.
Bm A7
Por outras eu tenho a certeza
D G F#
Que eu nunca fiz papel de otário.
Bm A7
Vim pra São Paulo de trambique,
D F#
Pra trabalhar nuns biscatinhos
Bm A7
Fugindo lá de Moçambique
D G F#
Saí da guerra de fininho.
Bm A7
Abri depressa uma cantina.
D F#
Especialista no tremoço.
Bm A7
Abria a sete da matina
D G
Fechava na hora do almoço.

Refrão:
B
Foi um fracasso financeiro.
F#
Arruinou-se o capital.
B
Confiscaram o meu dinheiro
F# B
Não pude ir pra Portugal


G F# Bm A7
Mas Santo Antônio me ajudou.
D F#
Ganhei no bingo vinte bi.
Bm A7
Montei firma de aquecedores
D
No interior do Piauí.
G F# Bm A7
Veio a falência me arrasaire
D F#
E era cobrança noite e dia.
Bm A7
E quando fui me suicidaire.
D G F#
Eu arrendei uma padaria.
Bm A7
Já dependei uns cem franquinhos.
D F#
Nas minhas mãos fiz até calo
Bm A7
No Brasil ninguém bebe vinho.
D
Só tomam o rabo do galo.

Refrão

G F# Bm A7
Tirei da manga outro valete
D F#
Utilizando raciocínio.
Bm A7
Abri lá na Alameda Glete
D G F#
Uma casa de lenocínio.
Bm A7
A freguesia se esbaldava
D F#
Com aquelas noitadas de orgia.
Bm A7
Uns cem escudos eu cobrava,
D
Já incluindo a companhia.
Bm A7
Que dispaltério, ai, ai, Jesus.
D F#
Fecharam-me a casa, que lástima.
Bm
Porque dei nome ao rendez-vous,
A7 G F#
De Nossa Senhora de Fátima

E daí (Sou viado, sim!)

Língua de Trapo

Tom: Am
Int. Dm Am B7 E7 A7 / Dm Am B7 E7 Am
/ Bm7/5- E7

Am (add9) E7
Sou viado, sim... E daí?
E7/G# Am Bm7/5- E7
Sou viado, sim... É isso aí (2x)

Am A7/4
Meu imposto está em dia
A7 Dm
Não devo nada na padaria
D#° (F#°) Am Am7/G
A minha vida não me desaponta
F7 E7 A
Sou viado mas não é da sua conta

A7+
Oscar Wilde, pelo que eu sei
Em7 A7 D
Era também um tremendo gay
Dm A7+ F#7
Por que é que a mim ninguém atura?
Bm E7/5+ Am Bm7/5- E7
Viado também é cultura

(Refrão)

Am A7/4
É estranho este nosso mundo
A7 Dm
Nele pode ter vagabundo
D#° (F#°) Am Am7/G
Mas você é considerado praga
F7 E7 A
Se disser que é um “bunda-vaga”

A7+
Não agüento mais hipocrisia
Em7 A7 D
Só se fala em ecologia

Dm A7+ F#7
Mas ninguém lembra de uma questão
Bm E7/5+ Am Bm7/5- E7
Viado tá em extinção

Deusdéti

Língua de Trapo

Deusdéti - Carlos Melo

Tom: G

1ªparte (Falada)

Acho que foi num dia de São João Batista que conheci Deusdéti
Nesse tempo eu já era Marquexista e ela ainda ia em discoteque
Tentei de tudo, até lavagem cerebrár, meu saco tá que não guenta
Mas nem o Pinochet é tão radicar.Êta muiézinha lazarenta
Igual Deudéti, juro por Deus, não existe
A marvada só lê Capricho e livro da Agatha Cristie
Além do mais é metida a grã-fina, adora homem com
Fedor de gasolina que sina, que sina,
Em veis de ela estudá os pobrema da guerrilha urbana
só quer saber de escuitar música americana estrambólica
Também, a mãe é da liga das Senhoras Católicas
E o bode véio do pai é da Opus Dei
Não sei, não sei
Como é que eu vou sair dessa enrascada
Só se eu pegar o pai e mãe da danada e fazer papér de fachistão:
vendar os óios e carcá fogo num paredão
Só que eu tô ficando cheio de fole,
Virando um caboclo de coração mole
No lugar de apoiar a luta armada, fico fazendo verso pra namorada
Mas pra encurtar o caso,
Que nóis aqui temo prauzo prá terminar vamo cantar.

2ªParte (Cantada)

Intro:(G D)
G
Se o nosso amor for logo, logo pras cucuia
D
A curpa é tua Deudéti
G
Enquanto eu falo o tempo todo em Che Guevara
D
Ocê freqüenta o "Tamatete"
G D
Se o meu partido desconfiar qu'eu te namoro virge, porca miséria
G G7
Vamo passar toda nossa Lua-de-Mel quebrando gelo na Sibéria

C G
Não pude, não pude
D G G7
Não pude ir jantar com você no Maquesude

G D
Ocê só pensa em champanhe, caviar e noutros produtos chiques
G
Esquece sempre que o seu futuro noivo é do Partido Bolchevique

Tem certos dias que me dá um nó na garganta
D
Daqueles bem morfético
G
Porque você rejeita o materialismo dialético
C G
Não pude, não pude
D G G7
Não pude ir jantar com você no Maquesude