João da Gente (João de Wilton Morgado ou João da Silva Morgado), compositor, teatrólogo e jornalista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 08/12/1882, e faleceu na mesma cidade, em 18/01/1937.
Filho do construtor português Eduardo Penafiel da Silva (que, por ser primogênito, adotou o sobrenome de Morgado, tornando-se Eduardo Morgado). Nascido em Vila Isabel, foi batizado João da Silva Morgado, recebendo, mais tarde, da Igreja de Portugal, o título de conde e o nome de João de Wilton Morgado.
Em 1897 estreou no teatro, como amador, no Centro Cômico do Rio de Janeiro. Foi funcionário federal, teatrólogo, jornalista, escritor, mas era conhecido principalmente como um dos mais populares compositores carnavalescos das primeiras décadas deste século, no Rio de Janeiro.
Foi repórter e cronista carnavalesco dos jornais cariocas Jornal do Brasil, Correio da Manhã (desde cerca de 1904 até 1937), Diário de Notícias (1908), A Imprensa (1908), A Época (1915) e O País (1916).
Colaborou ainda nos jornais mineiros Araguari e Queluz, no Correio da Noite, de Guaratinguetá SP, na revista Santa Cruz, de São Paulo SP, e no jornal O Município, de São João da Boa Vista SP. Na revista O Teatro, escreveu com os pseudônimos de João da Gente e John Wilton. Colaborou também em vários jornais de Lisboa, Portugal.
Como teatrólogo, é autor dos dramas Silvina e Cruz e perdão, e das comédias Por causa das dúvidas, O engano, O paletó não é meu, Tio Tibério etc. Escreveu ainda Arpejos (versos) e Cintilações (prosa).
Grande entusiasta do Carnaval, em 1915 organizou a Mi-Carême, festa dos campeões carnavalescos, realizada no domingo de Páscoa com muito sucesso. Foi também idealizador e organizador de vários blocos carnavalescos, instituindo prêmios para as fantasias e carros alegóricos. Organizador ainda das tradicionais batalhas de confete, era figura obrigatória em comissões julgadoras dos desfiles carnavalescos.
Foi membro da comissão de frente do Clube dos Democráticos e, durante muitos anos, chefe político do Segundo distrito eleitoral, tendo organizado muitos comícios e passeatas com carros alegóricos.
Foi compositor, sobretudo, de dezenas de sambas e marchas carnavalescas, como a marcha Deixa ela e os sambas Olá (gravado por Fernando, na Odeon, em 1925) e Vem comigo, este, campeão do Carnaval de 1929, gravado por Francisco Alves e muito cantado na Festa Penha.
Obra
Falso amor, samba, 1932; Guiomar, samba, 1930; No chore, samba, 1931; Não jures, samba, 1928; Não se esqueça de seu bem, samba, 1930; Não se roda, samba, 1923; Olá, samba, 1925; Orgulhosa, samba, 1930; Sai, jereré, samba, 1928; Tristeza (c/Heitor dos Prazeres), samba, 1929; Vem comigo, samba, 1929.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira -Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.
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