quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Os meninos da Mangueira

A dupla Rildo Hora-Sérgio Cabral já havia criado um razoável repertório, com alguns sucessos como “Visgo de Jaca” e “Janelas Azuis”, quando Sérgio propôs ao parceiro escreverem um samba em homenagem à Mangueira. A idéia era prestar uma homenagem diferente, focalizando, por exemplo, os meninos do lugar. Assim nasceria “Os Meninos da Mangueira”, com Sérgio fazendo a letra sobre uma bela composição de Rildo, um samba de verdade, sincopado, malemolente, sentimental, mas de estribilho vibrante, sacudido.

E como o letrista é também historiador, homenageia passado e presente da Mangueira, descrevendo com graça e concisão os atributos de cada um dos personagens enumerados (“Carlos Cachaça, o menestrel / Mestre Cartola, o bacharel / Seu Delegado, um dançarino...”), juntando-os no final aos meninos que representam o futuro da Escola: “E a velha guarda se une / aos meninos lá na passarela / abram alas que vem ela / a Mangueira toda bela...”

“Os Meninos da Mangueira” foi lançado por Ataulfo Júnior, num compacto, recebendo, ainda em 76, mais doze gravações, entre as quais as de Jair Rodrigues e Eliana Pittman. A boa gravação de Ataulfo mostra na abertura uma sutileza do arranjador Rildo Hora: o som forte, grave, encorpado de um violão, que, revela Sérgio Cabral, “é na realidade o som dobrado de um violoncelo e um violão” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Os meninos da Mangueira (samba, 1976) - Rildo Hora e Sérgio Cabral
    C 
Um menino da Mangueira / Recebeu pelo Natal
Eb0 Dm A7 Dm
Um pandeiro e uma cuíca / Que lhe deu Papai Noel
G7 C
Um mulato sarará / Primo-irmão de dona Zica

E o menino da Mangueira / Foi correndo organizar
C7 F A7 Dm C
Uma linda bateria / Carnaval já vem chegando
Dm Am Dm G7 C
E tem gente batucando / São meninos da Mangueira
G7 C G7 C C7
Carlos Cachaça, o menestrel / Mestre Cartola, o bacharel
F E7 Am D7
Seu Delegado. . .um dançarino / Faz coisas que aprendeu
G7 C7
Com Marcelino
            F             Eb0               C
E a velha guarda se une aos meninos lá na passarela
A7 Dm G7 C C7
Abram alas, que vem ela / A Mangueira toda bela
F Eb0 C
E a velha guarda se une aos meninos lá na passarela
A7 Dm G7 C
Abram alas, que vem ela / A Mangueira toda bela
       G7             C            G7               C   C7
O Padeirinho, cadê Xangô / O Preto Rico, chama o Sinhô
F E7 Am D7 G7 C7
E Dona Neuma...maravilhosa / É a 1a. mulher da verde-rosa
  F           Eb0             C
E onde é que se juntam o passado, o futuro e o presente
A7 Dm G7 C C7
Onde o samba é permanente / Na Mangueira, minha gente
F Eb0 C
E onde é que se juntam o passado, o futuro e o presente
A7 Dm G7 C
Onde o samba é permanente / Na Mangueira, minha gente

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