sexta-feira, 23 de junho de 2006

Cabeleira do Zezé

O uso masculino do cabelo comprido ainda não era de todo aceito no Brasil em 1964. Daí o surgimento de composições, como “Cabeleira do Zezé”, colocando em dúvida a masculinidade do usuário da nova moda. “Olha a cabeleira do Zezé / será que ele é... / será que ele é...”, dizia a marchinha, adiante arrematada com a repressiva sugestão, “corta o cabelo dele... / corta o cabelo dele...”

Mas logo mais, na segunda metade da década, estaria todo o mundo (principalmente a moçada da música popular) exibindo vastas cabeleiras, numa boa, livre de críticas ou preconceitos.

Especialista em marchinhas e vinhetas musicais para programas de televisão, João Roberto Kelly seria o último bom compositor a se dedicar à canção de carnaval tradicional sendo “Cabeleira do Zezé” lançada por Jorge Goulart, o seu abre-alas curando de uma numerosa série de sucessos carnavalescos (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Cabeleira do Zezé (marcha de carnaval, 1964) - João Roberto Kelly e Roberto Faissal

Tom: D
    A7                    D
: Olha a cabeleira do Zezé
A7
Será que ele é
D
Será que ele é :
  G                  D
Será que ele é bossa nova
F#7 Bm
Será que ele é Maomé
A7 D
Parece que é transviado
E7 A7
Mas isso eu não sei se ele é
                                    D
Corta o cabelo dele, corta o cabelo dele
A7 D
Corta o cabelo dele, corta o cabelo dele

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