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terça-feira, 23 de novembro de 2010

A mão de piche

Linda Batista
A mão de piche (marcha, 1950) - Donga e J. Piedade

Título da música: A mão de piche / Gênero musical: Marcha / Intérprete: Linda Batista / Compositores: Donga - Piedade, J / Gravadora Rca victor / Número do Álbum 800632 / Data de Gravação 00/1949 / Data de Lançamento 1950-1950 / Lado B / Disco 78 rpm:


A mão de piche / A mão de pau
Qual é a mão que fica?
A mão do bem / A mão do mal
Tinta é tinta e é bom material

A mão de piche / A mão de pau
Qual é a mão que fica?
A mão do bem / A mão do mal
Tinta é tinta e é bom material!

Até no carnaval / Com a tinta
O pintor fez uma pinta / Na cabrocha
Houve a transformação / Do piche com o sal
E nasceu essa cabrocha infernal!

A mão de piche / A mão de pau
Qual é a mão que fica?
A mão do bem / A mão do mal
Tinta é tinta e é bom material!

Até no carnaval / Com a tinta
O pintor fez uma pinta / Na cabrocha
Houve a transformação / Do piche com o sal
E nasceu essa cabrocha infernal!

sábado, 1 de março de 2008

Grupo Caxangá

caxangá

Por volta de 1913 João Pernambuco (João Teixeira Guimarães - Jatobá PE, 02/11/1883 - Rio de Janeiro RJ, 16/10/1947) teve a idéia de formar o Grupo Caxangá, de inspiração nordestina, tanto no repertório, como na indumentária, onde cada integrante do conjunto adotava para si um codinome sertanejo.

Em sua primeira formação, o grupo reunia o próprio Pernambuco (Guajurema), Caninha (Mané Riachão), Raul Palmieri, Jacó Palmieri (Zeca Lima), Pixinguinha (Chico Dunga), Henrique Manoel de Souza (Mané Francisco), Manoel da Costa (Zé Porteira), Osmundo Pinto (Inácio da Catingueira), Bonfiglio de Oliveira, Quincas Laranjeiras, Zé Fragoso, Lulu Cavaquinho, Nelson Alves, José Correia Mesquita, Vidraça e Borboleta.

Em 1914 Donga integra o Caxangá com o nome de guerra de "Zé Vicente". No carnaval deste ano o grupo percorre os principais pontos da Avenida Rio Branco, e o batuque Caboca di Caxangá torna-se grande sucesso musical.

O grupo se dissolve em 1919. Os artistas se integram a outros conjuntos como os Turunas Pernambucanos e Oito Batutas.

Por incumbência de Arnaldo Guinle, Pernambuco viaja por vários Estados, para recolher temas folclóricos brasileiros, trabalho do qual participam também Donga e Pixinguinha.

Grupo Caxangá

caxangá

Por volta de 1913 João Pernambuco (João Teixeira Guimarães - Jatobá PE, 02/11/1883 - Rio de Janeiro RJ, 16/10/1947) teve a idéia de formar o Grupo Caxangá, de inspiração nordestina, tanto no repertório, como na indumentária, onde cada integrante do conjunto adotava para si um codinome sertanejo.

Em sua primeira formação, o grupo reunia o próprio Pernambuco (Guajurema), Caninha (Mané Riachão), Raul Palmieri, Jacó Palmieri (Zeca Lima), Pixinguinha (Chico Dunga), Henrique Manoel de Souza (Mané Francisco), Manoel da Costa (Zé Porteira), Osmundo Pinto (Inácio da Catingueira), Bonfiglio de Oliveira, Quincas Laranjeiras, Zé Fragoso, Lulu Cavaquinho, Nelson Alves, José Correia Mesquita, Vidraça e Borboleta.

Em 1914 Donga integra o Caxangá com o nome de guerra de "Zé Vicente". No carnaval deste ano o grupo percorre os principais pontos da Avenida Rio Branco, e o batuque Caboca di Caxangá torna-se grande sucesso musical.

O grupo se dissolve em 1919. Os artistas se integram a outros conjuntos como os Turunas Pernambucanos e Oito Batutas.

Por incumbência de Arnaldo Guinle, Pernambuco viaja por vários Estados, para recolher temas folclóricos brasileiros, trabalho do qual participam também Donga e Pixinguinha.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Canção dos infelizes

Canção dos infelizes (canção, 1930) - Donga, Luiz Peixoto e Marques Porto

São as mulheres raízes
Com frontes muito elevadas
Umas são sempre felizes
Outras as mais desgraçadas

Há as que amam na vida
E as que só vivem amadas
Sofrem as mais esquecidas
Gozam as sempre lembradas

Eu que quis alguém que não me quis bem
Agora também não quero a ninguém
Dei meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer
Zaíra Cavalcanti

No coração das mulheres
Quando um amor se agasalha
Ou dá milhões de prazeres
Ou corta mais que navalha

Uma infeliz quando ama
Não há amor igual ao dela
Anda mais baixa que a lama
Ou sobe mais que uma estrela

Eu quis alguém
Que não me quis bem
Agora também não quero ninguém
Se meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer

Canção dos infelizes

Canção dos infelizes (canção, 1930) - Donga, Luiz Peixoto e Marques Porto

São as mulheres raízes
Com frontes muito elevadas
Umas são sempre felizes
Outras as mais desgraçadas

Há as que amam na vida
E as que só vivem amadas
Sofrem as mais esquecidas
Gozam as sempre lembradas

Eu que quis alguém que não me quis bem
Agora também não quero a ninguém
Dei meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer
Zaíra Cavalcanti

No coração das mulheres
Quando um amor se agasalha
Ou dá milhões de prazeres
Ou corta mais que navalha

Uma infeliz quando ama
Não há amor igual ao dela
Anda mais baixa que a lama
Ou sobe mais que uma estrela

Eu quis alguém
Que não me quis bem
Agora também não quero ninguém
Se meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Nosso ranchinho

Nosso ranchinho (toada, 1925) - Donga e De Chocolat

Nosso ranchinho assim
Tava bão
Gente de fora entrou
Trapaiô (refrão x2)
Fernando

Estava esperando um bonde
Contente pra í te vê
Fui falá com tua mãe
Foi um desmancha prazê (refrão)

Por isso gato sabido
Veve só pelos teiado
Faz os rancho nas altura
Pra não sê atrapaiado (refrão)

Se Deus me desse um podê
O mundo eu modificava
No meio de dois unido
Um terceiro não entrava (refrão)

Nosso ranchinho

Nosso ranchinho (toada, 1925) - Donga e De Chocolat

Nosso ranchinho assim
Tava bão
Gente de fora entrou
Trapaiô (refrão x2)
Fernando

Estava esperando um bonde
Contente pra í te vê
Fui falá com tua mãe
Foi um desmancha prazê (refrão)

Por isso gato sabido
Veve só pelos teiado
Faz os rancho nas altura
Pra não sê atrapaiado (refrão)

Se Deus me desse um podê
O mundo eu modificava
No meio de dois unido
Um terceiro não entrava (refrão)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O malhador

Bahiano
No samba “O Malhador”, de Pixinguinha, Donga e Mauro de Almeida, gravado na Casa Edson em 1918, a expressão “siri tá no pau” era entoada por um corinho, em resposta a cada verso cantado pelo Bahiano.

Essa expressão foi utilizada, mais tarde, e com sucesso, no samba-coco Bigorrilho (de Sebastião Gomes, Paquito e Romeu Gentil), grande sucesso do carnaval de 1964: “Lá em casa tinha um bigorrilho / bigorrilho fazia mingau / bigorrilho foi quem me ensinou / a tirar o cavaco do pau / trepa Antônio, siri tá no pau...”

O malhador (samba / carnaval, 1918) - Pixinguinha, Donga e Mauro de Almeida

Bahiano e coro
Maiadô, que maia dança / Quem dança maia também
Ô Maiadô, sem faia / Samba, quem samba maia por bem
Minha frô, caboca / Sacode o vestido bem

// Ó trepa Antonho / Siri tá no pau / Samba demonho / Siri tá no pau / Samba no sonho / Siri tá no pau / Não me envergonho / Siri tá no pau //

Fala:
- Me explique, meu nego, você já viu peixe morrê afogado?
- Não, meu bem, já vi o aeroplano morrê de fome.

// Ó trepa Antonho / Siri tá no pau / Samba demonho / Siri tá no pau / Samba no sonho / Siri tá no pau / Não me envergonho / Siri tá no pau //

Maiadô / Samba seja como fô
Samba bem com teu amô / Não sossega de maiá
Maiadô / Por onde passa
No campo bambeia, diacho / Ô maiadô
Padrão de samba / Mas faça o passo mais fácil
Minha frô, mulata / Faz tempo que o nego vem

// Sambô... gostô... / Siri tá no pau / Dança feitô... / Siri tá no pau / Mas não falhô / Sirí tá no pau / Ô maiadô / Siri tá no pau //

Fala:
- Explique, meu nego, o mundo da lua é habitado?
- É, meu bem, este ano vêm assistir o carnaval.

// Ó trepa Antonho / Siri tá no pau / Samba demonho / Siri tá no pau / Samba no sonho / Siri tá no pau / Não me envergonho / Siri tá no pau //

Maiadô samba / E samba com fervô
Quem maia sabe sambá / Quem samba sabe gozá
Maiadô danado / Samba diante de mim, quero vê
Ó maiadô cansado / Tu ficará sem querê me benzê
Mulatinha diacho / Faz o teu passo bem baixo

// Samba bonito / Sirí tá no pau / Senão eu grito / Sirí tá no pau / Passa no bico / Sirí tá no pau / Samba mardito / Sirí tá no pau //


Fala:
- Explique, meu nêgo, qual é o peixe quee você mais gosta?
- É de pirarucu, meu bem

// Dança bonito / Sirí tá no pau / Senão eu grito / Sirí tá no pau / Passa no bico / Sirí tá no pau / Samba mardito / Sirí tá no pau //

Maiadô / Dá um jeito que o barco vem
E não respeita ninguém / Se maia, maia também

O malhador

Bahiano
No samba “O Malhador”, de Pixinguinha, Donga e Mauro de Almeida, gravado na Casa Edson em 1918, a expressão “siri tá no pau” era entoada por um corinho, em resposta a cada verso cantado pelo Bahiano.

Essa expressão foi utilizada, mais tarde, e com sucesso, no samba-coco Bigorrilho (de Sebastião Gomes, Paquito e Romeu Gentil), grande sucesso do carnaval de 1964: “Lá em casa tinha um bigorrilho / bigorrilho fazia mingau / bigorrilho foi quem me ensinou / a tirar o cavaco do pau / trepa Antônio, siri tá no pau...”

O malhador (samba / carnaval, 1918) - Pixinguinha, Donga e Mauro de Almeida

Bahiano e coro
Maiadô, que maia dança / Quem dança maia também
Ô Maiadô, sem faia / Samba, quem samba maia por bem
Minha frô, caboca / Sacode o vestido bem

// Ó trepa Antonho / Siri tá no pau / Samba demonho / Siri tá no pau / Samba no sonho / Siri tá no pau / Não me envergonho / Siri tá no pau //

Fala:
- Me explique, meu nego, você já viu peixe morrê afogado?
- Não, meu bem, já vi o aeroplano morrê de fome.

// Ó trepa Antonho / Siri tá no pau / Samba demonho / Siri tá no pau / Samba no sonho / Siri tá no pau / Não me envergonho / Siri tá no pau //

Maiadô / Samba seja como fô
Samba bem com teu amô / Não sossega de maiá
Maiadô / Por onde passa
No campo bambeia, diacho / Ô maiadô
Padrão de samba / Mas faça o passo mais fácil
Minha frô, mulata / Faz tempo que o nego vem

// Sambô... gostô... / Siri tá no pau / Dança feitô... / Siri tá no pau / Mas não falhô / Sirí tá no pau / Ô maiadô / Siri tá no pau //

Fala:
- Explique, meu nego, o mundo da lua é habitado?
- É, meu bem, este ano vêm assistir o carnaval.

// Ó trepa Antonho / Siri tá no pau / Samba demonho / Siri tá no pau / Samba no sonho / Siri tá no pau / Não me envergonho / Siri tá no pau //

Maiadô samba / E samba com fervô
Quem maia sabe sambá / Quem samba sabe gozá
Maiadô danado / Samba diante de mim, quero vê
Ó maiadô cansado / Tu ficará sem querê me benzê
Mulatinha diacho / Faz o teu passo bem baixo

// Samba bonito / Sirí tá no pau / Senão eu grito / Sirí tá no pau / Passa no bico / Sirí tá no pau / Samba mardito / Sirí tá no pau //


Fala:
- Explique, meu nêgo, qual é o peixe quee você mais gosta?
- É de pirarucu, meu bem

// Dança bonito / Sirí tá no pau / Senão eu grito / Sirí tá no pau / Passa no bico / Sirí tá no pau / Samba mardito / Sirí tá no pau //

Maiadô / Dá um jeito que o barco vem
E não respeita ninguém / Se maia, maia também

domingo, 13 de janeiro de 2008

Velha Guarda


Conjunto vocal e instrumental organizado em 1954 em São Paulo SP. O conjunto surgiu quando o cantor e radialista Almirante promoveu em São Paulo o Primeiro Festival da Velha Guarda, na Rádio Record, reunindo artistas como Pixinguinha, João da Baiana, Donga, Benedito Lacerda, Ismael Silva, Alfredinho Flautim, Caninha e outros.

Apresentaram-se em abril de 1954 no Teatro Colombo, no Clubinho dos Artistas e, ao ar livre no Ibirapuera. Na ocasião foi distribuído, entre os jornalistas, um disco com duas antigas gravações de Pixinguinha, em solo de flauta: os choros de sua autoria Lamentos e Chorei. Semanas depois o espetáculo repetiu-se no Rio de Janeiro RJ, na Noite da Velha Guarda, na boate Beguin, do Hotel Glória.

Em 1955, novamente por iniciativa de Almirante, realizou-se em São Paulo o II Festival da Velha Guarda, com espetáculos que contaram com a participação de artistas populares das décadas anteriores, como Paraguassu, Elisa Coelho, Sebastião Cirino, Augusto Calheiros, Bororó, Paulo Tapajós, Gilberto Alves, Radamés Gnattali, Carolina Cardoso de Meneses e outros, além dos participantes do primeiro festival, que constituíram o conjunto Velha Guarda, integrado por Pixinguinha (sax-tenor), Donga (violão e prato e faca), João da Baiana (pandeiro), Bide (flauta), Alfredinho (flautim), J. Cascata (afoxê e canto), Rubem, Mirinho e Carlos Lentine (violões) e Valdemar (cavaquinho), além de Almirante (canto).

Ainda em 1955 atuaram com sucesso na boate Casablanca, do Rio de Janeiro, no show de Zico Ribeiro O samba nasce no coração, e gravaram na Sinter dois LPS 10 polegadas: A Velha Guarda, em julho, e O Carnaval da Velha Guarda, em novembro.

Em 1956 lançaram, também pela Sinter, o LP Festival da Velha Guarda. Dois anos depois o conjunto se desfez.

Velha Guarda _1955.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Velha Guarda


Conjunto vocal e instrumental organizado em 1954 em São Paulo SP. O conjunto surgiu quando o cantor e radialista Almirante promoveu em São Paulo o Primeiro Festival da Velha Guarda, na Rádio Record, reunindo artistas como Pixinguinha, João da Baiana, Donga, Benedito Lacerda, Ismael Silva, Alfredinho Flautim, Caninha e outros.

Apresentaram-se em abril de 1954 no Teatro Colombo, no Clubinho dos Artistas e, ao ar livre no Ibirapuera. Na ocasião foi distribuído, entre os jornalistas, um disco com duas antigas gravações de Pixinguinha, em solo de flauta: os choros de sua autoria Lamentos e Chorei. Semanas depois o espetáculo repetiu-se no Rio de Janeiro RJ, na Noite da Velha Guarda, na boate Beguin, do Hotel Glória.

Em 1955, novamente por iniciativa de Almirante, realizou-se em São Paulo o II Festival da Velha Guarda, com espetáculos que contaram com a participação de artistas populares das décadas anteriores, como Paraguassu, Elisa Coelho, Sebastião Cirino, Augusto Calheiros, Bororó, Paulo Tapajós, Gilberto Alves, Radamés Gnattali, Carolina Cardoso de Meneses e outros, além dos participantes do primeiro festival, que constituíram o conjunto Velha Guarda, integrado por Pixinguinha (sax-tenor), Donga (violão e prato e faca), João da Baiana (pandeiro), Bide (flauta), Alfredinho (flautim), J. Cascata (afoxê e canto), Rubem, Mirinho e Carlos Lentine (violões) e Valdemar (cavaquinho), além de Almirante (canto).

Ainda em 1955 atuaram com sucesso na boate Casablanca, do Rio de Janeiro, no show de Zico Ribeiro O samba nasce no coração, e gravaram na Sinter dois LPS 10 polegadas: A Velha Guarda, em julho, e O Carnaval da Velha Guarda, em novembro.

Em 1956 lançaram, também pela Sinter, o LP Festival da Velha Guarda. Dois anos depois o conjunto se desfez.

Velha Guarda _1955.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

sábado, 7 de julho de 2007

Carlito Jazz

Conjunto instrumental organizado no Rio de Janeiro em 1926 pelo baterista Carlito (Carlos Blassifera ?—Rio de Janeiro 1956), a pedido da senhora Rasimi, proprietária da companhia francesa Bataclan, para acompanhar as apresentações da companhia no Teatro Lírico.

Além de Carlito, baterista e líder, o conjunto era integrado por Donga, que tocava violão e banjo, pelo trompetista Sebastião Cirino, pelo pianista Augusto Vasseur, pelo violinista João Wanderley, pelo saxofonista Orosino e pelo trombonista Zé Povo.

O grupo apresentou-se com a companhia em São Paulo, Salvador e Recife, de onde seguiu para Paris, França. Na capital francesa, através do embaixador Sousa Dantas, atuou durante três meses no cabaré Palermo, com o nome de Carlito et son Orchestre. Apresentaram-se em outros cabarés, até que, ainda em 1926, depois de uma temporada no café Anglais, Donga e Wanderley deixaram o grupo e voltaram ao Brasil.

Vários instrumentistas europeus substituíram os brasileiros que foram se desligando do conjunto; viajando para a Itália, novamente foi contratado pela companhia Bataclan, que realizava uma tournée. Retornando a Paris, Carlito, junto com Sebastião Cirino e o trombonista Leonel, substituto de Zé do Povo, exibiram-se tocando antigos sucessos brasileiros no cabaré Ermitage, de emigrados russos; passaram alguns anos na Turquia e voltaram à França em 1930 a tempo de se apresentar na Grande Exposição Colonial de Paris, acompanhando a famosa vedete negra Josephine Baker.

Após uma temporada no cabaré Eve e vários anos no Chez les Nudistes, de Montmartre, em fins de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, Carlito e seus companheiros voltaram para o Brasil, depois de 14 anos na Europa.

Contratada pela Rádio Ipanema, do Rio de Janeiro, a 15 de agosto de 1940, a orquestra Carlito Jazz dissolveu-se pouco tempo depois. A partir de 1940, o líder, Carlito, atuou ainda como empresário de revistas teatrais. Quando morreu, em 1956, era funcionário do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

J. Tomás

J. Tomás (João Tomás de Oliveira Júnior), instrumentista, regente, compositor e cantor (Rio de Janeiro RJ 17/11/1898—id. 24/11/1948) nasceu no bairro de Catumbi e desde rapaz freqüentava rodas de músicos, que se reuniam com Pixinguinha, Donga e o violonista Tute, entre outros.

Seu pai era ferroviário e, por volta de 1914, arranjou-lhe um emprego como conferente da Estrada de Ferro Central do Brasil, que o afastou do Rio de Janeiro por três anos. De volta em 1917, sentou praça como voluntário da brigada policial, em cuja fanfarra Tomasinho, como era conhecido na época, se iniciou no manejo das baquetas, rufando caixa e bombo. Deu baixa, sendo logo convidado por Donga para integrar os Oito Batutas, em substituição a Luís de Oliveira, que morrera logo depois da estréia do conjunto no Cine Palais, em 1919.

Tocando reco-reco, estreou com o grupo em 1920 em cinema em Petrópolis RJ. Dois anos depois, ficou doente e não pôde ir com os Oito Batutas para a Europa. Nessa ocasião, ganhou uma bateria de presente de Arnaldo Guinle, protetor do conjunto e financiador da viagem. Passou então a freqüentar locais onde tocavam jazz-bands, ouvindo especialmente Kosarin, baterista e maestro norte-americano que viveu no país muitos anos.

Em meados de 1922, com o retorno dos Oito Batutas, voltou a integrar o grupo, viajando para a Argentina no mesmo ano. Das 20 gravações feitas pelo conjunto em Buenos Aires, foram de sua autoria os sambas Faladô e Caruru (c/Donga).

Retornando ao Rio de Janeiro, com a dissolução dos Oito Batutas, organizou uma orquestra de danças, o Brazilian Jazz. Reunindo em torno de sua bateria os pistonistas Sebastião Cirino e Valdemar, o trombonista Vantuil de Carvalho, os saxofonistas Lafayette e Paraíso, o violinista Wanderley e o pianista Augusto Vasseur, estreou no Cinema Central (depois Eldorado), alcançando grande sucesso. Por convite seu, participou da orquestra Ary Barroso, que na época tocava piano na sala de espera do Teatro Carlos Gomes.

Em fins de 1928, apresentou-se com a orquestra na Rádio Sociedade, sendo convidado pelo norte-americano Salisbury a tocar na gravadora Brunswick, que vinha se instalar no Rio de Janeiro. Já estava fazendo sucesso com seu samba Sarambá (versos em francês de Duque), apresentado em 1922 em Paris pelos Oito Batutas, o qual lhe abriu as portas do teatro musicado.

Na véspera da estréia da revista Guerra ao mosquito (Marques Porto e Luiz Peixoto), em 31 de maio de 1929, no Teatro Carlos Gomes, queimou as mãos com um foguete, deixando a bateria e, pela primeira vez, assumindo a regência da orquestra. Usava luvas brancas para esconder as queimaduras, característica que passou a adotar.

No final do ano, a Brunswick lançou seu disco inaugural, no qual cantou os sambas Sarambá e Rian, de sua autoria, acompanhado da Orquestra Brunswick. Como compositor, alcançou outros êxitos: Teresinha, canção que gravou cantando em 1929, o fox Flor do asfalto, de 1931, gravado por Castro Barbosa, e o samba Verde e amarelo, de 1932, gravado por Araci Cortes, os dois em parceria com Orestes Barbosa, de quem foi o mais importante parceiro quando este se iniciou como letrista de música popular.

Como cantor, gravou 13 músicas na Brunswick em 1929 e 1930, e mais um disco na Odeon, em 1931.

Fonte: Dicionário da Música Brasileira – Art Editora

domingo, 20 de agosto de 2006

Bambo de bambu

Bambo de bambu (samba, 1939) - Donga e Patrício Teixeira

Título da música: Bambo bambú / Gênero musical: Embolada / Intérprete: Teixeira, Patrício / Compositores: Donga e Teixeira, Patrício / Gravadora Odeon / Número do Álbum 122961 / Data de Gravação: 1921-1926 / Data de Lançamento : 1921-1926 / Lado B / Disco 78 rpm:


Título da música: Bambú-bambú / Gênero musical: Samba-embolada / Intérprete: Carmen Miranda / Acompanhamento Bando da Lua e Garoto / Gravadora Decca / Número do Álbum 23132 / Lado B / Disco 78 rpm:


(Refrão:)

Olha o bambo de bambu, bambu, bambu
A pequena notável
Olha o bambo de bambu, bambulelê
Olha o bambo de bambu, bambulalá
Eu quero ver dizer três vezes
Bambulelê, bambulalá


Fui a um banquete na casa do Zé Pequeno
A mesa tava no sereno pra todo mundo caber
Tinha de toda qualidade de talher
Tinha mais homem que mulher
Mas só não tinha o que comer, bambu


(Refrão)

No tal banquete dito-cujo referido
Mulher que tinha marido
Não passou aperto, não
Pois as danadas, para não morrer de fome
Cada qual comeu seu homem
Não tiveram indigestão, bambu


(Refrão)

Conheço um homem que tem 17 filhos
Que pôs tudo no desvio
Pra polícia empregar
A mulher dele, de beleza ainda promete
Dar a luz a 17
Pra depois então parar


(Refrão).

sábado, 1 de abril de 2006

Oito Batutas

Conjunto musical organizado em 1919, quando Isaac Frankel, gerente do cinema carioca Palais, pediu a Pixinguinha que selecionasse alguns integrantes do Grupo do Caxangá para atuarem na sala de espera do cinema.

O grupo estreou em 7 de abril de 1919 e, em sua primeira formação, incluía Pixinguinha (flauta), China (canto, violão e piano), Donga (violão), Raul Palmieri (violão), Nelson Alves (cavaquinho), José Alves (bandolim e ganzá), Jacó Palmieri (pandeiro) e Luís de Oliveira (bandola e reco-reco), tocando repertório de maxixes, canções sertanejas, batuques, cateretês e choros.

Fez grande sucesso entre a elite carioca, trazendo pela primeira vez, para o centro da cidade, um conjunto popular que executava música brasileira, utilizando instrumentos até então só conhecidos nos morros e nos subúrbios. Até o aparecimento dos Oito Batutas, as orquestras de cinema apresentavam a chamada música fina: valsas vienenses e tangos de Ernesto Nazareth, que se exibia então no Cine Odeon, em frente ao Palais. Luís de Oliveira, falecido logo após a estréia, foi substituído por João Tomás. Nessa época, participaram da opereta Flor de tapuia, dirigida por Eduardo Vieira. A peça ficou meses em cartaz, até ser suspensa repentinamente, quando o maestro português fugiu com a partitura que escrevera para ela.

Alcançando grande popularidade, o conjunto apresentou-se em festas elegantes, exibindo-se, em setembro de 1920, para os reis da Bélgica, no piquenique da Tijuca oferecido pelo governo brasileiro aos visitantes. Além de excursões por São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, em 1921 o conjunto apresentou-se no elegante Cabaré Assírio, do Rio de Janeiro, acompanhando Duque e Gaby. Por influência de Duque, o milionário Arnaldo Guinle financiou uma viagem do grupo a Paris, França, possibilitando, assim, a primeira exibição de um conjunto de música popular brasileira no exterior.

Em janeiro de 1922, no navio Massilia, viajaram sete instrumentistas, pois os irmãos Palmieri e João Tomás desistiram, sendo substituídos por Feniano (pandeiro) e José Monteiro (cantor). Rebatizados por Duque, Les Batutas estrearam em Paris no Dancing Sheherazade, incluindo em seu repertório o samba Sarambá (de J. Tomás, com colaboração de Duque na versão para o francês). O sucesso foi imediato, e durante seis meses apresentaram-se com êxito no dancing.

Em fins de julho de 1922 voltaram ao Brasil para participar dos festejos da Exposição do Centenário da Independência. As influências do jazz, sofridas no exterior, tornaram-se logo evidentes, pela inclusão de saxofones, clarinetas e trompetes, pela utilização de arranjos instrumentais no estilo das jazz-bands e pelas alterações no repertório, que passou a incluir fox-trots, shimmys, ragtimes e outros ritmos estrangeiros da moda. Voltando a atuar no Cabaré Assírio, o grupo participou da revista Vila Paris, da companhia francesa Bataclan, que se apresentou pela primeira vez no Rio de Janeiro em 1922.

Ainda nesse ano, excursionaram pela Argentina com a seguinte formação: Pixinguinha (flauta e saxofone), João Tomás (bateria), China (violão e banjo), Donga (violão e banjo de seis cordas), J. Ribas (piano), Nelson Alves (cavaquinho) e José Alves (bandolim, banjo e ganzá). Além de apresentação no Teatro Empire, de Buenos Aires, o conjunto gravou dez discos na Victor Argentina: Meu passarinho (China) e Até eu! (Marcelo Tupinambá), sambas; Urubu (Pixinguinha) e Caruru (João Tomás e Donga), choros; Graúna (João Pernambuco), maxixe, e Me deixa serpentina! (Nelson Alves), polca; Pra quem é?... (J. Bicudo), maxixe, e Lá-ré (Pixinguinha), polca; Tricolor (Romeu Silva), maxixe, e Se papai souber (Romeu Silva), samba-maxixe; Ba-ta-clan (A. Treilesberk) e Lá vem ele (J. G. Oliveira Barreto), maxixes; Não presta pra nada (J. Bicudo), maxixe, e Nair (Aristides J. de Oliveira), polca; Já te digo (China e Pixinguinha) e Faladô (João Tomás), sambas; Três estrelinhas (Anacleto de Medeiros), choro, e Vira a casaca! (Joubert de Carvalho), marcha; Vitorioso (Gaudio Vioti), marcha, e Até a volta (Marcelo Tupinambá), tanguinho.

Voltaram em 1923 e, nesse mesmo ano, sua constituição começou a variar, chegando a contar com doze elementos. Havia começado a época das grandes orquestras no estilo das jazz-bands norte-americanas, e o grupo passou a se apresentar mais raramente. Depois, foram organizados conjuntos e orquestras incluindo elementos dos Batutas. Na Odeon, por exemplo, o nome do conjunto foi utilizado em gravações realizadas por volta de 1928, muitos anos depois da dissolução do grupo primitivo.

8batutas
Os Oito Batutas em sua formação original: Jacob Palmieri, Donga, José Alves Lima, Nélson Alves, Raúl Palmieri, Luiz Pinto da Silva, China e Pixinguinha.

A epopéia dos Batutas

No Carnaval de 1921 o grupo foi atração no desfile do Tenentes do Diabo, cantando em cima de um carro alegórico. Tudo isso chamou a atenção do bailarino brasileiro Duque - Antônio Lopes de Amorim Diniz - que dançando o maxixe com a francesa Gaby era a sensação de Paris e que convenceu Arnaldo Guinle a financiar a viagem dos Batutas para uma temporada na capital francesa.

Em 29 de janeiro de 1922, com sete elementos e rebatizado como Les Batutas, um modificado grupo embarcou rumo à Europa, para se apresentar no Dancing Scheherazade, em Paris. As mudanças aconteceram porque os irmãos Palmieri e Luiz Pinto desistiram da viagem. Em seus lugares entraram Sizenando Santos (pandeirista), José Monteiro (cantor e ritmista) e J. Thomaz (ritmista).

Na última hora Thomaz não viajou e assim o grupo virou Les Batutas ou L' Orquestre des Batutas. Mais uma vez a imprensa se divide, torcendo o nariz por ver o Brasil representado por negros e "música de gentinha", ou elogiando a oportunidade da Europa conhecer o que se fazia no país em termos de música popular, por intermédio de um grupo extremamente talentoso.

Foram seis meses de sucesso em Paris, onde uma parceria entre Duque e Pixinguinha garantia no mais puro francês: "Nous sommes batutas,/ Batutas, batutas / Venus du Brésil / Ici tout droit / Nous sommes batutas,/ Nous faisons tout le monde / Danser le samba / Le samba se danse / Touj ours en cadence / Petit pas par ci / Petit pas par là / Il faut de l'essence / Beaucoup d'elegance / Le corps se balance / Dansant le samba".

8 batutas
Em 24 de setembro de 1920, os Oito Batutas, ainda antes de Paris: Pixinguinha, Raul Palmieri, José Alves, China, Jacó Palmieri, Luiz de Oliveira, Donga, Nélson Alves com o empresário, José Segreto.

De retorno ao Rio, os Batutas voltaram a ser oito (embora em algumas fotos apareçam nove elementos, sendo o nono o empresário) e desfrutaram da projeção internacional com apresentações no Jockey Club e no Teatro Lírico, na companhia de revista francesa Ba-Ta-Clan, no espetáculo Vila Paris. Eram o grande destaque musical do pais quando embarcaram, em novembro de 1922, para temporada em Buenos Aires.

Novamente modificado - ficaram Pixinguinha, China, Donga, Nélson Alves e José Alves, e entraram J. Thomaz (bateria), Josué de Barros (violão) e J. Ribas (piano) -, o êxito da Europa se repetiu. 0 grupo gravou dez discos na Victor argentina, antes de se desentender, depois do que quatro de seus integrantes retornaram ao Brasil.

Pixinguinha, China, Josué e Ribas tentaram sobreviver com shows no interior do país, mas a penúria foi tal que Josué de Barros teve de bancar o faquir em Río Cuarto, enterrado vivo. Foi salvo pela piedade da mulher do chefe da polícia, que interrompeu a exibição. Repatriados pela embaixada, voltaram ao Brasil para seguir carreiras independentes, já que Os Oito Batutas qual trágico tango - "morreram" na Argentina.

8 batutas
Os Oito Batutas durante a excursão a Argentina, em 1923. Essa viagem precipitaria o fim do grupo que, em solo portenho, teve que se apresentar em espetáculos mambembes para conseguir dinheiro para voltar para o Brasil: enganados pelo empresário que fugira com o lucro das bilheterias.

Oito Batutas

Conjunto musical organizado em 1919, quando Isaac Frankel, gerente do cinema carioca Palais, pediu a Pixinguinha que selecionasse alguns integrantes do Grupo do Caxangá para atuarem na sala de espera do cinema.

O grupo estreou em 7 de abril de 1919 e, em sua primeira formação, incluía Pixinguinha (flauta), China (canto, violão e piano), Donga (violão), Raul Palmieri (violão), Nelson Alves (cavaquinho), José Alves (bandolim e ganzá), Jacó Palmieri (pandeiro) e Luís de Oliveira (bandola e reco-reco), tocando repertório de maxixes, canções sertanejas, batuques, cateretês e choros.

Fez grande sucesso entre a elite carioca, trazendo pela primeira vez, para o centro da cidade, um conjunto popular que executava música brasileira, utilizando instrumentos até então só conhecidos nos morros e nos subúrbios. Até o aparecimento dos Oito Batutas, as orquestras de cinema apresentavam a chamada música fina: valsas vienenses e tangos de Ernesto Nazareth, que se exibia então no Cine Odeon, em frente ao Palais. Luís de Oliveira, falecido logo após a estréia, foi substituído por João Tomás. Nessa época, participaram da opereta Flor de tapuia, dirigida por Eduardo Vieira. A peça ficou meses em cartaz, até ser suspensa repentinamente, quando o maestro português fugiu com a partitura que escrevera para ela.

Alcançando grande popularidade, o conjunto apresentou-se em festas elegantes, exibindo-se, em setembro de 1920, para os reis da Bélgica, no piquenique da Tijuca oferecido pelo governo brasileiro aos visitantes. Além de excursões por São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, em 1921 o conjunto apresentou-se no elegante Cabaré Assírio, do Rio de Janeiro, acompanhando Duque e Gaby. Por influência de Duque, o milionário Arnaldo Guinle financiou uma viagem do grupo a Paris, França, possibilitando, assim, a primeira exibição de um conjunto de música popular brasileira no exterior.

Em janeiro de 1922, no navio Massilia, viajaram sete instrumentistas, pois os irmãos Palmieri e João Tomás desistiram, sendo substituídos por Feniano (pandeiro) e José Monteiro (cantor). Rebatizados por Duque, Les Batutas estrearam em Paris no Dancing Sheherazade, incluindo em seu repertório o samba Sarambá (de J. Tomás, com colaboração de Duque na versão para o francês). O sucesso foi imediato, e durante seis meses apresentaram-se com êxito no dancing.

Em fins de julho de 1922 voltaram ao Brasil para participar dos festejos da Exposição do Centenário da Independência. As influências do jazz, sofridas no exterior, tornaram-se logo evidentes, pela inclusão de saxofones, clarinetas e trompetes, pela utilização de arranjos instrumentais no estilo das jazz-bands e pelas alterações no repertório, que passou a incluir fox-trots, shimmys, ragtimes e outros ritmos estrangeiros da moda. Voltando a atuar no Cabaré Assírio, o grupo participou da revista Vila Paris, da companhia francesa Bataclan, que se apresentou pela primeira vez no Rio de Janeiro em 1922.

Ainda nesse ano, excursionaram pela Argentina com a seguinte formação: Pixinguinha (flauta e saxofone), João Tomás (bateria), China (violão e banjo), Donga (violão e banjo de seis cordas), J. Ribas (piano), Nelson Alves (cavaquinho) e José Alves (bandolim, banjo e ganzá). Além de apresentação no Teatro Empire, de Buenos Aires, o conjunto gravou dez discos na Victor Argentina: Meu passarinho (China) e Até eu! (Marcelo Tupinambá), sambas; Urubu (Pixinguinha) e Caruru (João Tomás e Donga), choros; Graúna (João Pernambuco), maxixe, e Me deixa serpentina! (Nelson Alves), polca; Pra quem é?... (J. Bicudo), maxixe, e Lá-ré (Pixinguinha), polca; Tricolor (Romeu Silva), maxixe, e Se papai souber (Romeu Silva), samba-maxixe; Ba-ta-clan (A. Treilesberk) e Lá vem ele (J. G. Oliveira Barreto), maxixes; Não presta pra nada (J. Bicudo), maxixe, e Nair (Aristides J. de Oliveira), polca; Já te digo (China e Pixinguinha) e Faladô (João Tomás), sambas; Três estrelinhas (Anacleto de Medeiros), choro, e Vira a casaca! (Joubert de Carvalho), marcha; Vitorioso (Gaudio Vioti), marcha, e Até a volta (Marcelo Tupinambá), tanguinho.

Voltaram em 1923 e, nesse mesmo ano, sua constituição começou a variar, chegando a contar com doze elementos. Havia começado a época das grandes orquestras no estilo das jazz-bands norte-americanas, e o grupo passou a se apresentar mais raramente. Depois, foram organizados conjuntos e orquestras incluindo elementos dos Batutas. Na Odeon, por exemplo, o nome do conjunto foi utilizado em gravações realizadas por volta de 1928, muitos anos depois da dissolução do grupo primitivo.

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Os Oito Batutas em sua formação original: Jacob Palmieri, Donga, José Alves Lima, Nélson Alves, Raúl Palmieri, Luiz Pinto da Silva, China e Pixinguinha.

A epopéia dos Batutas

No Carnaval de 1921 o grupo foi atração no desfile do Tenentes do Diabo, cantando em cima de um carro alegórico. Tudo isso chamou a atenção do bailarino brasileiro Duque - Antônio Lopes de Amorim Diniz - que dançando o maxixe com a francesa Gaby era a sensação de Paris e que convenceu Arnaldo Guinle a financiar a viagem dos Batutas para uma temporada na capital francesa.

Em 29 de janeiro de 1922, com sete elementos e rebatizado como Les Batutas, um modificado grupo embarcou rumo à Europa, para se apresentar no Dancing Scheherazade, em Paris. As mudanças aconteceram porque os irmãos Palmieri e Luiz Pinto desistiram da viagem. Em seus lugares entraram Sizenando Santos (pandeirista), José Monteiro (cantor e ritmista) e J. Thomaz (ritmista).

Na última hora Thomaz não viajou e assim o grupo virou Les Batutas ou L' Orquestre des Batutas. Mais uma vez a imprensa se divide, torcendo o nariz por ver o Brasil representado por negros e "música de gentinha", ou elogiando a oportunidade da Europa conhecer o que se fazia no país em termos de música popular, por intermédio de um grupo extremamente talentoso.

Foram seis meses de sucesso em Paris, onde uma parceria entre Duque e Pixinguinha garantia no mais puro francês: "Nous sommes batutas,/ Batutas, batutas / Venus du Brésil / Ici tout droit / Nous sommes batutas,/ Nous faisons tout le monde / Danser le samba / Le samba se danse / Touj ours en cadence / Petit pas par ci / Petit pas par là / Il faut de l'essence / Beaucoup d'elegance / Le corps se balance / Dansant le samba".

8 batutas
Em 24 de setembro de 1920, os Oito Batutas, ainda antes de Paris: Pixinguinha, Raul Palmieri, José Alves, China, Jacó Palmieri, Luiz de Oliveira, Donga, Nélson Alves com o empresário, José Segreto.

De retorno ao Rio, os Batutas voltaram a ser oito (embora em algumas fotos apareçam nove elementos, sendo o nono o empresário) e desfrutaram da projeção internacional com apresentações no Jockey Club e no Teatro Lírico, na companhia de revista francesa Ba-Ta-Clan, no espetáculo Vila Paris. Eram o grande destaque musical do pais quando embarcaram, em novembro de 1922, para temporada em Buenos Aires.

Novamente modificado - ficaram Pixinguinha, China, Donga, Nélson Alves e José Alves, e entraram J. Thomaz (bateria), Josué de Barros (violão) e J. Ribas (piano) -, o êxito da Europa se repetiu. 0 grupo gravou dez discos na Victor argentina, antes de se desentender, depois do que quatro de seus integrantes retornaram ao Brasil.

Pixinguinha, China, Josué e Ribas tentaram sobreviver com shows no interior do país, mas a penúria foi tal que Josué de Barros teve de bancar o faquir em Río Cuarto, enterrado vivo. Foi salvo pela piedade da mulher do chefe da polícia, que interrompeu a exibição. Repatriados pela embaixada, voltaram ao Brasil para seguir carreiras independentes, já que Os Oito Batutas qual trágico tango - "morreram" na Argentina.

8 batutas
Os Oito Batutas durante a excursão a Argentina, em 1923. Essa viagem precipitaria o fim do grupo que, em solo portenho, teve que se apresentar em espetáculos mambembes para conseguir dinheiro para voltar para o Brasil: enganados pelo empresário que fugira com o lucro das bilheterias.

domingo, 26 de março de 2006

Patrão, prenda seu gado

Patrão, prenda seu gado (chula-raiada, 1931)
- João da Baiana, Donga e Pixinguinha
Martinho da Vila

Ô patrão / Ô patrão / Ô patrão, prenda seu gado /
Na lavra tem um ditado / Quem mata gado é jurado /
Missa de padre é latim/ Rapaz solteiro é letrado /
Em vim preso da Bahia / Só porque era namorado /
Madame Diê, lalá


Samba ioiô, samba iaiá / Que o dia e vem, doná

Eu bem sei / Eu bem sei / Eu bem sei que fui culpado/
De vir preso da Bahia / Só porque fui namorado /
Vou tirar meu passaporte / Meu camarote de proa /
Eu aqui não vou ficar / Vou-me embora pra Lisboa /
Senhorita vai ver, doná


Samba ioiô, samba iaiá / Que o dia e vem, doná

Ô, Joana, ô Maria, / Saruê pra que trabalha /
No pescoço da cutia / No pavilhão, da atalaia /
Era hoje, era ontem, era donte / Era donte, era ontem, era hoje /
Sinhazinha mandou me chamá / Corri quatro cantos /
Balão de iaiá / Balão ê, balão á

Patrão, prenda seu gado

João da Baiana
Patrão, prenda seu gado (chula-raiada, 1931) - João da Baiana, Donga e Pixinguinha

Ô patrão / Ô patrão / Ô patrão, prenda seu gado /
Na lavra tem um ditado / Quem mata gado é jurado /
Missa de padre é latim/ Rapaz solteiro é letrado /
Em vim preso da Bahia / Só porque era namorado /
Madame Diê, lalá


Martinho da Vila
Samba ioiô, samba iaiá / Que o dia e vem, doná

Eu bem sei / Eu bem sei / Eu bem sei que fui culpado/
De vir preso da Bahia / Só porque fui namorado /
Vou tirar meu passaporte / Meu camarote de proa /
Eu aqui não vou ficar / Vou-me embora pra Lisboa /
Senhorita vai ver, doná


Samba ioiô, samba iaiá / Que o dia e vem, doná

Ô, Joana, ô Maria, / Saruê pra que trabalha /
No pescoço da cutia / No pavilhão, da atalaia /
Era hoje, era ontem, era donte / Era donte, era ontem, era hoje /
Sinhazinha mandou me chamá / Corri quatro cantos /
Balão de iaiá / Balão ê, balão á

sexta-feira, 17 de março de 2006

Pixinguinha

Pixinguinha

Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nasceu em 23 de Abril de 1897; durante muito tempo aceitou-se o ano de 1898 como o de seu nascimento, fato aceito inclusive pelo próprio músico. Esta data baseava-se em uma lista do pai de Pixinguinha, escrita à mão, com as datas dos nascimentos dos filhos. O erro foi corrigido recentemente, já que na certidão de batismo, datada de 28 de Maio de 1898, constava que o nascimento ocorrera um ano antes, no dia 23 de abril. O apelido Pixinguinha é uma mistura de Pizindim (pequeno bom), posto por uma prima, com Bexiguinha, que surgiu depois que ele contraiu bexiga.

A família Vianna era numerosa; dos catorze filhos, muitos cantavam e tocavam instrumentos. O caçula, Pixinguinha, começou no cavaquinho e acompanhava o pai que tocava flauta em alguns bailes. Logo começou a estudar música, experimentando também o bombardino e aos doze anos, compunha sua primeira obra, o choro Lata de leite, inspirado nos boêmios (os chorões da época), que bebiam o leite deixado nas portas das casas, quando retornavam das noitadas e dos bailes. A casa dos Vianna reunia chorões ilustres, como Candinho do Trombone, Viriato, Bonfiglio de Oliveira, e muitos outros. O menino Pixinguinha tentava reproduzir numa flautinha de folha, algumas das músicas executadas. Em pouco tempo começaria a ter aulas e em 1911 o professor Irineu "Batina" levaria o aluno para tocar flauta na orquestra da Sociedade Dançante e Carnavalesca Filhas da Jardineira. São desta época os primeiros registros em jornais sobre Pixinguinha, ainda como Alfredo Vianna Júnior.

Neste ano gravou seus primeiros discos, como componente do conjunto Choro Carioca; são eles: São João debaixo d'água, Nhonhô em sarilho e Salve (A Princesa de Cristal). No ano seguinte já era diretor de harmonia do rancho Paladinos Japoneses e fazia parte do conjunto Trio Suburbano. Em 1912 participou de cinco discos, de uma só face, que fazem parte do acervo do professor Mozart Araújo. Aos quinze anos já tocava profissionalmente na Casa de Chope La Concha. Depois trabalhou em cassinos, cabarés e teatros.


Em 1915 Pixinguinha era destaque da emergente Música Popular Brasileira. Já havia gravado discos e editado músicas de sucesso. Os jornais da época começavam a citar o jovem flautista. Em 1917 o músico era solicitado para as principais festas carnavalescas. Dois anos depois, formou-se o conjunto Oito Batutas, composto de flauta, violões, piano, bandolim, cavaquinho e percussão. Em breve o conjunto se tornava moda também nos salões elegantes, e a aristocracia já cansada da música erudita, se renderia ao charme dos rapazes "morenos". O sucesso dos "Batutas" começava a incomodar e os ataques foram muitos. A sociedade carioca imitava os modos e a cultura européia; para muitos era uma vergonha ter uma orquestra de pretos no Rio de Janeiro, mas os rapazes venceram e em breve estavam viajando por outros estados, sempre com estrondoso sucesso. Em Janeiro de 1922 Os Oito Batutas embarcam em um navio, rumo a Paris, com os bailarinos Duque e Gaby. A temporada deveria ser de um mês, mas o sucesso fez com que o grupo permanecesse por mais cinco meses. Os Batutas, composto entre outros, por Donga e China (seu irmão), apresentaria à França a ginga carioca, com muito samba, swing e maxixe.

Em 1923 compôs Carinhoso, talvez seu maior sucesso e quatro anos depois casou-se com Albertina Nunes Pereira, a Bety. A trajetória de Pixinguinha foi ascendente e a partir da década de 30, participou de gravações históricas: Com Carmen Miranda, em, Ta-hi (Pra você gostar de mim) e O teu cabelo não nega, esta última, também com a participação de Lamartine Babo. Com o grupo da Guarda Velha, em 1932, tocaria com Luís Americano, Donga e João da Baiana entre outros. Como músico ou maestro, já era mestre, atuando com todos os grandes intérpretes da época. Foi um dos fundadores do rádio, ainda em 1922 e inaugurou várias estações cariocas, como Tupi Transmissora (atual Globo), Mayrink Veiga, etc. Depois de oito anos de casamento, Pixinguinha e Betty adotaram um menino, Alfredo da Rocha Vianna Neto. Em 1937 se juntaria com João da Baiana, Tute, Luperce Miranda e de Valeriano, e formariam "Os Cinco Companheiros".

A década de 40 trouxe problemas para Pixinguinha. Bety estivera doente e o mercado de trabalho estava ruim, com a invasão da música norte-americana nas rádios. Além disso, o músico já não tinha a mesma embocadura para o uso da flauta. Em 1946, trocaria definitivamente o instrumento pelo sax, formando uma dupla com o flautista Benedito Lacerda. Já na metade da década de 50 surgiu a Velha Guarda, reunindo, entre outros, os amigos Donga e João da Baiana. Em 57, Pixinguinha já com 71 anos, gravou seis discos, dos quais se destacam, Os Cinco Companheiros, Pixinguinha e sua banda e Carnaval dos Bons Tempos.

No final dos anos 40 começou a sofrer do coração e em 1958, teve a sua segunda crise cardíaca. Ao longo de sua vida, recebeu cerca de 40 troféus e medalhas e em 1961, foi nomeado, pelo então presidente Jânio Quadros, para o Conselho Nacional de Música; não chegando a assumir o cargo, já que Jânio renunciaria. Um ano depois, fez uma parceria famosa com Vinícius de Moraes, na trilha sonora do filme Sol sobre a lama. Lamentos e Mundo Melhor foram os grandes sucessos da dupla. Em Junho de 1964 passou um mês internado, depois de sofrer um edema agudo seguido de enfarte. Depois de dois anos parado, tocou sax na festa em sua homenagem, Noite de Pixinguinha, no Teatro Jovem, tendo como convidados, João da Baiana e Clementina de Jesus. Em 1968, foram comemorados os seus 70 anos com uma exposição no Museu da Imagem e do Som, uma audição no Teatro Municipal e sessão comemorativa na Assembléia Legislativa. Em Junho de 1972 Betty faleceu; sem a companheira de sempre, Pixinguinha passaria a viver em companhia de Alfredinho e sua nora. A alegria voltou em 1973, quando nasceu Eduardo, seu segundo neto. Pixinguinha compôs então pela última vez, Eduardinho no choro. Vinte e seis dias depois, faleceu na Igreja Nossa Senhora da Paz, aonde tinha ido para batizar o filho de um amigo. Seu corpo foi velado no MIS e no dia seguinte, enterrado no cemitério de Inhaúma, junto ao de Betty. O povo, em uma última homenagem, cantou Carinhoso.

O gênio

Ary Barroso foi um dos primeiros a protestar contra a forma como os sambas - e outros ritmos brasileiros - estavam sendo gravados, nos momentos da expansão da indústria fonográfica no Brasil. Não que tivesse algo de pessoal contra os maestros e instrumentistas estrangeiros encarregados de executar nossas músicas, mas bastava simplesmente ouvi-los para sentir a falta de sotaque brasileiro. Os arranjos obedeciam à escola italiana, os músicos tocavam como nos velhos tempos dos maxixes, não se observava a presença de ritmistas nas orquestras, faltando molho e sabor nacionais às gravações.

A solução veio com um gênio negro nascido no Rio de Janeiro, em 1898, e que, aos 12 anos, já era considerado o maior flautista da cidade. No futuro, viria a sê-lo também do Brasil e, em termos de música popular, talvez do mundo. Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, que já tivera a grande experiência internacional liderando os Oito Batutas em Paris, era nome conhecido e respeitado como músico e líder, quando sua carreira de arranjador, uma guinada em seu destino e no da música popular brasileira, aconteceu.

A primeira vez que formou uma orquestra, ou algo parecido, foi na Exposição do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, no Rio de Janeiro. Como ele mesmo contava: “A Rádio Sociedade tinha um estúdio na Exposição. Tinha aqueles alto-falantes e fui irradiar da Exposição. Eu e Zaíra de Oliveira, grande cantora e que veio a ser posteriormente esposa do Donga. (...) toquei em uma exposição da General Motors, da qual participou também Villa-Lobos. Eu organizei uma orquestra popular, com instrumentos de orquestra”.

Sérgio Cabral, na biografia de Pixinguinha, aclara: “O compositor e pianista Eduardo Souto, encarregado de convidar os artistas e as orquestras que iriam apresentar-se diariamente, pediu a Pixinguinha para organizar uma orquestra, tarefa cumprida com a participação de todos os batutas e mais o reforço de Bonfiglio de Oliveira e da cantora Zaíra de Oliveira. (...) Durante toda a exposição, Pixinguinha e sua orquestra tocaram diariamente no pavilhão da General Motors”. Nascia o primeiro maestro brasileiro a tocar música com o nosso sotaque.

A primeira escola de arranjos para Pixinguinha foi o teatro de revista. Foi em composições suas e alheias que o maestro burilou o estilo e iniciou o trabalho de criação de uma forma brasileira de execução orquestral. Seu jeito de levar para a pauta a parte de cada instrumento, no todo de um arranjo, foi ganhando forma na soma de trabalhar muitos ritmos e maneiras de fazer música. Ele próprio, compondo para revistas, fazia músicas japonesas, americanas, argentinas, francesas e por aí afora.

Em 1928, logo após implantação da gravação elétrica no Brasil, Pixinguinha pôde usar a gravadora Odeon como Laboratório para experimentos orquestrais. Gravou como nunca, músicas dele e de outros compositores Apresentava-se como Pixinguinha e Conjunto, Orquestra Típica Pixinguinha-Donga e Orquestra Típica Oito Batutas.

Em maio de 1928, em companhia de Donga, forma uma orquestra de caráter inteiramente brasileiro. Criada para tocar na Exposição de Automobilismo, Autopropulsão e Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro, dos 40 músicos 34 eram instrumentistas de cordas e ritmo, visto que Pixinguinha e Donga objetivavam, com essa orquestra "típica", fazer frente às jazz-bands e às típicas argentinas, febre musical da época.

A consolidação como maestro e arranjador viria em 1929, quando a gravadora Victor contratou Pixinguinha corno seu orquestrador de discos e maestro da Orquestra Victor Brasileira. Em, no mínimo, seis gravações por ano, apareceria como solista de flauta, completando suas funções. Sérgio Cabral destaca a partir daí a importância dessa orquestra para o panorama da música brasileira de então, que finalmente se passou a tocar música brasileira de um jeito brasileiro incluindo aí o samba provindo do Estácio.

As orquestrações de Pixinguinha podiam ser reconhecidas de imediato. As introduções que criava, compondo sobre temas alheios, deram tom definitivo ao arranjo nacional. A de O teu cabelo não nega chega a ser tão lembrada quanto a própria música. Sem nunca ter parado de estudar e trabalhar, Pixinguinha é uma referência até hoje para os maestros brasileiros, como continuará sendo amanhã.


Obra completa:

Acerta o passo (c/Benedito Lacerda), choro, 1950; Agüenta, seu Fulgêncio (c/Lourenço Lamartine), choro, 1929; Ai, eu queria, samba, 1928; Ainda existe, choro, 1928; Ainda me recordo (c/Benedito Lacerda), maxixe, 1932; Amigo do povo, choro, 1928; Assim é que é, polca, 1957; Os batutas (c/Duque), samba, s.d.; Bebe (c/Paulino Sacramento), 1957; Benguelê, lundu, 1946; Bianca (c/Andreoni), valsa, s.d.; Buquê de flores (c/W. Falcão), marcha-rancho, 1968; Cafezal em flor (c/Eugênio Fonseca), canção, 1931; Caixa alta, 1975; Canto em rodeio, 1992; Carinhoso, choro, 1928; Carinhoso (c/João de Barro), samba, 1937; Carnavá tá aí (c/Josué de Barros), marcha, 1930; Carne assada, 1913; Casado na orgia (c/João da Baiana), samba, 1933; Casamento do coronel Cristino, polca-choro, 1930; Um caso perdido, samba, s.d.; Cascatinha, 1957; Céu do Brasil (c/Gomes Filho), marcha-rancho, 1940; Cheguei (c/Benedito Lacerda), choro, 1946; Chorei, choro, 1942; Um chorinho no parque São Jorge (c/Salgado Filho), choro, 1958; Um chorinho pra Elisete, 1975; Os cinco companheiros, choro, 1942; Cochichando (c/Alberto Ribeiro e João de Barro), choro, 1944; Cochicho, 1961; Conversa de crioulo (c/Donga e João da Baiana), samba de partido-alto, 1931; Cuidado, colega (c/Benedito Lacerda), choro, 1948; Dança dos ursos, samba, 1930; Dançando, fox-trote, 1922; Dando topada, maxixe polca, 1957; De mal pra pior (c/Hermínio Belo de Carvalho), s.d.; Descendo a serra (c/Benedito Lacerda), choro, 1947; Desencanto, 1975; Desprezado, choro, 1929; Devagar e sempre (c/Benedito Lacerda), choro, 1949; Dininha (c/Benedito Lacerda), valsa, 1948; Diplomata, 1975; Displicente (c/Benedito Lacerda), choro, 1950; Os dois que se gostam, tango, 1919; Dominante, tango, 1916; Ela e eu (c/Benedito Lacerda), polca, 1947; Encantadora, polca, 1928; Estou voltando, choro, 1932; Eu sou gozado assim, samba, 1931; Fala baixinho (c/Hermínio Belo de Carvalho), choro, 1964; Festa de branco, samba, 1928; Uma festa de Nanã (c/Gastão Viana), lundu, 1941; Flausina (c/Pedro Gaudino), 1957; Foi muamba (c/Índio), samba, 1930; Fonte abandonada (c/Índio), canção, 1931; Fraternidad, tango, 1928; Gargalhada, 1968; O gato e o canário (c/Benedito Lacerda), polca, 1949; Gavião calçudo, samba, 1929; Glória, valsa, 1934; Guiomar (c/Baiano), marcha, 1929; Hal hu! lahô! (c/Donga e João da Baiana), samba de partido-alto, 1931; Harmonia das flores (c/Hermínio Belo de Carvalho), choro, 1964; Hino de Ramos (c/Alberto Lima), 1966; Os home implica comigo (c/Carmem Miranda), samba, 1930; Infantil, choro, 1928; Ingênuo (c/Benedito Lacerda), choro, 1947; Inspiração, 1975; Iolanda, valsa, 1935; Ipiranga, fox-trot, 1922; Isso é que é viver (c/Hermínio Belo de Carvalho), choro, 1964; Isto não se faz (c/Hermínio Belo de Carvalho), choro, 1964; Já andei (c/Donga e João da Baiana), batucada, 1932; Já te digo (c/China), samba carnavalesco, 1919; Jardim de Ilara (c/C. M. Costa), canção, s.d.; Joaquim virou padre, 1992; Knock-out, fox-trot, s.d.; Lá-ré, polca, 1923; Lamento (c/Vinícius de Morais), choro, 1962;Lamentos, choro, 1928; Lata de leite, 1911; Leonor, samba, 1930; Levanta, meu nego, maxixe, 1931; Lusitânia, canção, s.d.; Mais quinze dias, choro, 1964; Mais três dias, 1964; O malhador (c/Donga e Mauro de Almeida), samba carnavalesco, 1918; Mama, meu netinho (c/Jararaca), marcha, 1941; Mamãe Isabé (c/João da Baiana), macumba, 1933; Marilene (c/Benedito Lacerda), choro, 1950; Marreco quer água, polca, 1959; Maxixe de ferro (diosé Nunes), 1957; A menina do sobrado (c/Benedito Lacerda), choro, 1951; O meu conselho, samba, 1931; Meu coração não te quer (c/E. Almeida), choro, 1941; Minha cigana (c/Benedito Lacerda), marcha, 1947; Minha gente, 1962; Mis tristezas solo lloro, tango, 1928; Morro da favela, maxixe, 1917; Morro do Pinto, maxixe, 1917; Mulata baiana (c/Gastão Viana), samba-jongo, 1938; Mulher boêmia (c/Lamartine Babo), samba, 1928; Mundo melhor (c/Vinícius de Morais), 1967; Não gostei dos teus olhos (c/João da Baiana), samba, 1933; Não me digas, 1975; Não posso mais, choro, 1953; Não tem nome, polca, 1913; Naquele tempo (c/Benedito Lacerda), choro, 1946; Naquele tempo, choro, 1934; Nasci pra domador (c/Valfrido Silva), samba, 1933; No elevador, choro, 1964; Noite e dia (c/W. Falcão), choro-canção, 1968; Nostalgia ao luar, valsa, 1919; Número um, choro, 1928; Os Oito Batutas (c/Benedito Lacerda), tango, 1919; Onde foi Isabé, embolada, 1929; Oscarina, valsa, 1934; Paciente, choro, 1959; Pagão (c/Benedito Lacerda), choro, 1947; Página de dor (c/Índio), valsa, 1959; Papagaio sabido (c/C. Araújo), samba, 1930; Passatempo, 1968; Patrão, prenda seu gado (c/Donga e João da Baiana), chula raiada, 1931; Pé de mulata, samba, 1928; Poema de raça (c/Z. Reis e Benedito Lacerda), samba, 1955; Poética, polca, s.d.; Pombinha (c/Donga), samba carnavalesco, 1919; Por você fiz o que pude (c/Cícero de Almeida), samba, 1936; Pretensiosa, polca, 1928; Proezas do Sólon (c/Benedito Lacerda), choro, 1947; Promessa, samba, 1928; Pula sapo, 1971; Que perigo, choro, 1955; Que querê (c/Donga e João da Baiana), macumba, 1932; Quem foi que disse, samba, 1928; Raiado (c/Gastão Viana), samba, 1931; Rancho abandonado (c/Índio), canção, 1930; O rasga, 1977; Recordações, 1975; Recordando, choro, 1935; Rosa, valsa, 1917; Rosa (c/Otávio de Sousa), valsa-canção, 1937; Salto do grilo, 1975; Samba de fato (c/Cícero de Almeida), samba de partido-alto, 1932; Samba de nego, 1928; Samba do urubu (Variações sobre Urubu), 1971; Samba fúnebre (c/Vinícius de Morais), 1971; Samba na areia, samba, 1929; Sapequinha, polca- choro, 1926; Sarravulho, 1975; Saudade de Santa Cruz (c/Muraro), choro, 1948; Saudação, 1992; Saudade do cavaquinho (c/Muraro), choro, 1946; Sedutor (c/Benedito Lacerda), choro, 1949; Segura a mão (c/Benedito Lacerda e Mário), choro, 1950; Segura ele, choro, 1929; Sensível, 1977; Sentimento oculto, 1996; Seresteiro (c/Benedito Lacerda), choro, 1949; Seu Lourenço no vinho (c/Benedito Lacerda), choro, 1948; Sofres por que queres (c/Benedito Lacerda), tango, 1917; Solidão, choro, 1964; Soluços (c/Benedito Lacerda), choro, 1949; Sonho da Índia (c/N. N. e Duque), fox, s.d.; Sonhos, 1975; Só para moer (c/Benedito Lacerda), choro, 1950; Stella (c/De Castro e Sousa), fox-blue, s.d.; Tapa buraco, choro, 1926; Te encontrei, 1975; Teu aniversário, choro, 1950; Teus ciúmes, samba, 1930; Triangular, choro, 1942; Tristezas não pagam dívidas, valsa, s.d.; Um a zero (c/Benedito Lacerda), choro, 1949; Urubatã (c/Benedito Lacerda), choro, 1929; Urubu, samba, 1923; O urubu e o gavião, choro, 1930; Vagabundo (c/Benedito Lacerda), choro, 1951; Vaga-lume sorrindo, polca, 1917; Vagando (c/Benedito Lacerda), choro, 1951; Vamos brincar, choro, 1928; Variações sobre o urubu e o gavião (c/Benedito Lacerda), choro, 1945; Vasconcelos em apuros, 1977; Vem cá! não vou!, choro, 1929; Vi o pombo gemê (c/Donga e João da Baiana), batucada, 1932; A vida é um buraco, choro, 1930; Você é bamba (c/Cícero de Almeida), samba, 1936; Você não deve beber (c/Manuel Ribeiro), samba, 1940; Vou pra casa, choro, 1964; Vou vivendo (c/Benedito Lacerda), choro, 1946; Xou Kuringa (c/Donga e João da Baiana), macumba, 1932; Yaô africano (c/Gastão Viana), lundu, 1938; Zé Barbino (c/Jararaca), canção, 1941.

Fontes: MPB Compositores - Fascículos - Editora Globo; A Canção no Tempo - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Cifrantiga - História da MPB e Cifras.