segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Cangerê

Cangerê (samba/carnaval, 1920) - Francisco Antônio da Rocha (Chico da Bahiana)

Eu já não posso / Vou usar uma figa
Tu não vale nada / É pessoa antiga
Que mulher danada / Para fazer intriga
Vai-te coruja / Raio de perdida
Bahiano e Izaltina

Ai, meu Deus / Vou me benzê
Ai, meu Deus / Vou me benzê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê

Tenha dó de mim / Tu não é disso
Tu com essa cara / Parece um choriço

E tu que parece / Coelho de riço
Sai daqui azar / Sai daqui caniço

Ai, meu Deus / Vou me benzê
Ai, meu Deus / Vou me benzê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê

Não me aborreça / Isto já é castigo
Sai daqui seu trouxa / Cara de sorvete

Ora o diabo / Ora minha vida
Tem de pouco e tem fome / Sai daqui formiga

Ai, meu Deus / Vou me benzê
Ai, meu Deus / Vou me benzê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê

Vem cá benzinho / Sê meu colibri
Eu vou sozinho / Lá pra Catumbi
Ó vem querido / Comigo não zangue
É melhor cairmos / No canal do Mangue

Ai, meu Deus / Vou me benzê
Ai, meu Deus / Vou me benzê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê
Eu vou já é no feiticeiro
Fazê? / Um cangerê

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