sábado, 1 de setembro de 2007

Escrito nas estrelas

Os irmãos Espíndola — Tetê, Alzira, Geraldo e Celito — cantam e compõem, tendo estreado em disco em 1977, com o álbum Tetê e o lírio selvagem. Matogrossenses-do-sul, eles formam Juntamente com o violeiro/cantor/compositor Almir Sater o contingente mais expressivo de seu Estado na música brasileira.

A grande oportunidade de Tetê Espíndola chegaria com a sua vitória, em 26.10.85, no Festival dos Festivais, ocasião em que defendeu a composição “Escrito nas Estrelas”. Curiosamente, esta seria a primeira vez que interpretava uma canção de amor. Até então, já com três discos gravados, sua voz peculiarmente aguda a levaria a cantar um repertório influenciado pelos ritmos paraguaios, concentrado em temas da natureza e que refletia a exuberância da região do Pantanal.

A melodia de “Escrito nas Estrelas”, de autoria de Arnaldo Black, tem uma primeira parte muito simples, em contraste com a segunda que se desenvolve sobre uma escala pentatônica, oferecendo alguma dificuldade a cantores medianos. A letra de Carlos Rennó, feita sobre a melodia pronta, é uma declaração de amor total: “Você para mim foi o sol / de uma noite sem fim / que acendeu o que sou / e renasceu tudo em mim...”

Ao inscrevê-la no festival, os autores chegaram a temer uma rejeição da censura, pois, na repetição da primeira parte, há um verso que diz, “pois sem você, meu tesão, não sei o que eu vou ser”. Embora já usado por Caetano Veloso (em “O Quereres”) e Chico Buarque (em “Bye Bye, Brasil”), a palavra “tesão” não chamava a atenção nas duas canções, em razão de serem suas letras enormes, o que não era o caso de “Escrito nas Estrelas”.

Mas a censura não se manifestou e a composição pôde ser cantada por Tetê, numa sensual apresentação, trajando um provocante macacão de rede branca, vazada. No final, ela conquistou o público com uma interpretação não-convencional, vencendo brilhantemente. O título “Escrito nas Estrelas” foi inspirado a Rennó por “It Was Written in the Stars”, canção escrita em 1939 por Cole Porter para o musical “Du Barry Was a Lady” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).


Escrito nas estrelas (1985) - Arnaldo Black e Carlos Rennó
Intro.: E F# A E B7
                    E
Você pra mim foi um Sol
A F#m
De uma noite sem fim
B7/4 B7
Que acendeu o que sou
E B7
E renasceu tudo em pra mim
E
Agora eu sei muito bem
A F#m
Que eu nasci só pra ser
B7/4 B7
Sua parceira seu bem
E B7
E só morrer de prazer
E                                   F#
Caso do acaso bem marcado em cartas de tarô
A
Meu amor esse amor de cartas claras
E B7
Sobre a mesa é assim
E F#
Signo destino que surpresa ele nos preparou
A E
Meu amor nosso amor estava escrito nas estrelas
B7
Tava sim
                E
Você me deu atenção
A F#
E tomou conta de mim
B7/4 B7
Por isso minha intenção
E B7
É prosseguir sempre assim
E
Pois sem você meu tesão
A F#
Não sei o que eu vou ser
B7/4 B7
Agora preste atenção
E B7
Quero casar com você
E                                   F#
Caso do acaso bem marcado em cartas de tarô
A
Meu amor esse amor de cartas claras
E B7
Sobre a mesa é assim
E F#
Signo destino que surpresa ele nos preparou
A E
Meu amor nosso amor estava escrito nas estrelas
B7
Tava sim...

E F# A
F#m B7/4 B7



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