sábado, 26 de agosto de 2006

Dormi no molhado

Moreira da Silva
De: Moreira da Silva e Ribeiro Cunha 
Tonalidade: C
Introdução: F Ebdim C Am7 Dm7 G7 C Am7 Dm7 G7 C
                    C            G7                C
Eu quando vejo um rapaz, da sua idade estendendo a mão –
Dele não tenho compaixão
C C7
Porque não me conformo ver um homem de talento
F
não querer trabalhar

Sente, meu velho, tou mais duro do que beira de sino,
Vê se tu me arranja uma nota aí prá pegar um prato feito
É, um P. F. um aparelho da zona acumulada.
F Fm
Eu também já passei fome, já sofri e não morri,
C Am7
Estou aqui de lição - e ninguém vai dizer que não.
Dm7 G7
Eu já dei atrapalhado, eu já andei afanado,
C
Mas nunca pedi tostão - acho que estou com a razão.
G7
Eu enfrentei uma marreta, na pedreira São Diogo,
C
Quebrando pedra roliça - passando a pão e a lingüiça.
C7
Dormia no cais do porto, no meio da sacaria,
F
onde o rato dormia –
Fm
Onde ventava e chovia. Quando o dia amanhecia,
vinha o chefe da limpeza,
C Am7
Jogando água fria - vejam só como eu saía.
Dm7 G7
Sem café e sem cigarro, sem saber prá onde ia,
C
Sem tostão e sem vintém - mas nunca pedia a ninguém.
G7
Cortei asfalto na linha, fui vendedor de galinha,
C
Carreguei cesto na feira - eu fui garçom de gafieira.
C7
Comia numa vendinha, que só fritavam sardinha,
F
Com azeite de lamparina - eu só cheirava a gasolina.
Fm
Fui peixeiro, carvoeiro, fui carteiro, fui bicheiro
C Am7
Apanhei como ladrão - mas não mudei de opinião.
Dm7 G7
E como sou caprichoso, hoje me sinto outro homem,
C
Até já mudei meu nome
- oi, já me disseram até que eu virava lobisomem.
F Ebdim C Am7 Dm7 G7 C Am7 Dm7 G7 C

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