segunda-feira, 12 de junho de 2006

Azul da cor do mar

Com um projeto de carreira artística interrompido por uma viagem aos Estados Unidos, de onde seria deportado em 1964, Tim Maia chegaria como cantor às paradas radiofônicas em 70 com dois grandes sucessos: “Azul da Cor do Mar”, de sua autoria, e “Primavera”, de Cassiano e Rochael.

Da aventura novaiorquina, em que fez de tudo para sobreviver, ele contabilizaria como lucro o conhecimento dos ritmos negros americanos, que o converteriam no primeiro soul man brasileiro e marcariam para sempre o seu estilo.

“Azul da Cor do Mar” é uma canção curta, de melodia comum e versos que discorrem sobre as desigualdades da vida, procurando passar, entretanto, uma mensagem otimista: “Mas quem sofre sempre tem que procurar / pelo menos vir a achar / razão para viver / ver na vida algum motivo pra sonhar / ter um sonho todo azul / azul da cor do mar...”

Na verdade, mais do que a canção, o que impressionou os ouvintes foi o vozeirão rouco de Tim e sua maneira soul de cantar, duas autênticas novidades na época. Original, talentoso, ele teria, porém uma carreira de altos e baixos, muito prejudicada por seu temperamento agressivo e contestador. Era, pode-se afirmar um brigão irreverente que dizia o que lhe vinha à cabeça, sem se importar com as conseqüências. Tim Maia (Sebastião Rodrigues Maia) morreu aos 56 anos, em 15.3.98, num hospital em Niterói (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Azul da cor do mar (1970) - Tim Maia
Intro: A7+ 

A7+ Bm7 C#m7
Ah ! Se o mundo inteiro me pudessse ouvir
Bm7 E7/9
Tenho muito pra contar
A7+ E7/9
Dizer que aprendi

A7+ Bm7 C#m7
E na vida a gente tem que entender
Bm7 E7/9
Que um nasce pra sofrer
A7+ Bm7 C#m7 Bm7 D7+ E7
Enquanto o outro ri

A7+ Bm7 C#m7
Mas quem sofre sempre tem que procurar
Bm7 E7/9
Pelo menos vir achar
A7+ E7/9
Razão para viver

A7+ Bm7 C#m7
Ver na vida algum motivo pra sonhar
Bm7 E7/9
Ter um sonho todo azul
A7+ Bm7 C#m7 Bm7 D7+ E7
Azul da cor do mar

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