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quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Helena de Carvalho

Helena de Carvalho (Helena Pinto de Carvalho) nasceu em São Paulo/SP em 1909 e faleceu na mesma cidade em 5/12/1937. Foi funcionária pública, tendo trabalhado na Secretaria das Municipalidades de São Paulo.

Começou a carreira em 1929 cantando no rádio. Em 1930, gravou seu primeiro disco, pela Victor, cantando o samba-canção Teus olhos me contam tudo (G. Viotti, XYZ e J. Canuto) e o samba Morena cor de canela (Ari Kerner V. de Castro).

No mesmo ano, gravou de Chiquinha Gonzaga e Viriato Corrêa o samba-canção Fogo foguinho, e as canções Sou morena e Chinelinha do meu amor, músicas lançadas em CD pela gravadora Revivendo no álbum duplo Chiquinha Gonzaga - A Maestrina.

Em 1931 participous do filme Coisas nossas, o primeiro filme sonoro produzido no Brasil, atuando ao lado de Stefana de Macedo, Zezé Lara, Batista Jr, Procópio Ferreira e outros nomes da época.

Entre outras rádios, atuou na Rádio Cultura de São Paulo, cantando três vezes por semana. Gravou um total de seis discos com 12 músicas pela Victor e Columbia. Faleceu precocemente, aos 28 anos de idade, de um ataque cardíaco em sua casa em São Paulo.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Dança do Quilombo dos Palmares


Esta é a mais antiga canção conhecida no Brasil. Data de fins do século XVII (décadas de 1680, 1690) e é atribuída a membros do Quilombo dos Palmares. A letra foi extraída de um antigo disco 78 rpm da violeira nordestina Stefana de Macedo, gravado em Outubro de 1929.

Quilombos eram locais onde os escravos africanos refugiavam-se. Eram espécie de vilas formadas de escravos fugidos, aos quais mais tarde somaram-se vários tipos de personagens marginalizados pela sociedade da época. Várias cidades no Brasil são originárias de quilombos formados no período colonial e imperial.

Palmares é uma região localizada no interior do estado de Alagoas. O quilombo aqui mencionado foi arrasado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1696. Mais tarde, surgiu a vila, depois atual cidade de Palmares no mesmo local.

Dança do Quilombo dos Palmares

Refrão

Folga nego, branco não vem cá
Se vié, pau há de levá

I
Sinhô já tá drumindo
Nego qué é batucá
Nego tá se divertindo
De minhã vai trabaiá (2x)

II
Nego geme todo dia,
Nego panha de sangrá
Dando quase seis da noite
Panha nego a batucá (2x)

III
As corrente tão batendo,
As brieta chocaiando
Sangue vivo tá corando,
E nego tá batucando (2x)

IV
Nego rachou o pé,
De tanto sapatiá
Tão cantando, tão gemendo,
Nego qué é batucá (2x)

V
Quando rompe a madrugada
Geme tudo nos açoite
Nego pega nas enxada
E o batuque é só de noite (2x)

Fonte: Portal Galego da Língua

Dança do Quilombo dos Palmares


Esta é a mais antiga canção conhecida no Brasil. Data de fins do século XVII (décadas de 1680, 1690) e é atribuída a membros do Quilombo dos Palmares. A letra foi extraída de um antigo disco 78 rpm da violeira nordestina Stefana de Macedo, gravado em Outubro de 1929.

Quilombos eram locais onde os escravos africanos refugiavam-se. Eram espécie de vilas formadas de escravos fugidos, aos quais mais tarde somaram-se vários tipos de personagens marginalizados pela sociedade da época. Várias cidades no Brasil são originárias de quilombos formados no período colonial e imperial.

Palmares é uma região localizada no interior do estado de Alagoas. O quilombo aqui mencionado foi arrasado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1696. Mais tarde, surgiu a vila, depois atual cidade de Palmares no mesmo local.

Dança do Quilombo dos Palmares

Refrão

Folga nego, branco não vem cá
Se vié, pau há de levá

I
Sinhô já tá drumindo
Nego qué é batucá
Nego tá se divertindo
De minhã vai trabaiá (2x)

II
Nego geme todo dia,
Nego panha de sangrá
Dando quase seis da noite
Panha nego a batucá (2x)

III
As corrente tão batendo,
As brieta chocaiando
Sangue vivo tá corando,
E nego tá batucando (2x)

IV
Nego rachou o pé,
De tanto sapatiá
Tão cantando, tão gemendo,
Nego qué é batucá (2x)

V
Quando rompe a madrugada
Geme tudo nos açoite
Nego pega nas enxada
E o batuque é só de noite (2x)

Fonte: Portal Galego da Língua

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

História triste de uma praieira

Stefana de Macedo

História triste de uma praieira (canção-praieira, 1929) - Motivo popular

Era o meu lindo jangadeiro
De olhos da cor verde do mar
Também como ele traiçoeiro
Mentiu-me tanto o seu olhar
Ely Camargo
Ele passava o dia inteiro
Longe nas águas a pescar
E eu intranqüila, o seu veleiro
Lá no horizonte a procurar
Mas quando a tarde escurecia
Um sino ouvia a repicar
A badalar a Ave Maria

Vi uma vela sobre o mar
Era o meu lindo jangadeiro
Em seu veleiro a regressar
E à praia o seu olhar primeiro
Buscava ansioso o seu olhar
Quando ditosa eu me sentia
Passava os dias a cantar
A ver se em breve escurecia
A hora feliz do seu voltar

Mas há na vida sempre um dia
Dia de sonho se acabar
Este me veio em que não via
O seu veleiro regressar
Não mais voltou o seu veleiro
Não mais o vi por sobre o mar
O seu olhar lindo e traiçoeiro
Não buscou mais o meu olhar
Por uma tarde alvissareira
O sino ouvi a repicar
Era o meu lindo jangadeiro
Que ia com outra se casar

História triste de uma praieira

Stefana de Macedo

História triste de uma praieira (canção-praieira, 1929) - Motivo popular

Era o meu lindo jangadeiro
De olhos da cor verde do mar
Também como ele traiçoeiro
Mentiu-me tanto o seu olhar
Ely Camargo
Ele passava o dia inteiro
Longe nas águas a pescar
E eu intranqüila, o seu veleiro
Lá no horizonte a procurar
Mas quando a tarde escurecia
Um sino ouvia a repicar
A badalar a Ave Maria

Vi uma vela sobre o mar
Era o meu lindo jangadeiro
Em seu veleiro a regressar
E à praia o seu olhar primeiro
Buscava ansioso o seu olhar
Quando ditosa eu me sentia
Passava os dias a cantar
A ver se em breve escurecia
A hora feliz do seu voltar

Mas há na vida sempre um dia
Dia de sonho se acabar
Este me veio em que não via
O seu veleiro regressar
Não mais voltou o seu veleiro
Não mais o vi por sobre o mar
O seu olhar lindo e traiçoeiro
Não buscou mais o meu olhar
Por uma tarde alvissareira
O sino ouvi a repicar
Era o meu lindo jangadeiro
Que ia com outra se casar

Stefana de Macedo

Stefana de Macedo (Stefana de Moura Macedo) - 29/1/1903, Recife, PE - 1/9/1975, Rio de Janeiro, RJ - foi uma das principais cantoras-pesquisadoras brasileiras, a quem nossa memória folclórica muito deve.

Incluiu 43 músicas de características regionais nos seus 22 discos gravados. São cocos, toadas pernambucanas, cateretês, maracatus, corta-jacas, baiões, canções do Amazonas, tanto de domínio público (muitas vezes com adaptações suas) quanto de autores conhecidos, numa época em que só os homens atuavam nesse setor, abrindo caminho para artistas que vieram depois, como Dilu Melo, Inezita Barroso e Ely Camargo.

Quando tinha nove anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio R. William e teve aulas de violão com Patrício Teixeira e Rogério Guimarães, logo começando a cantar e tocar em festas familiares.

Em 1926 apresentou-se ao violão no Cassino do Copacabana Palace, quando esse instrumento ainda estava restrito à então chamada malandragem. No ano seguinte, apresentou-se no I.N.M., no Rio de Janeiro, e no Teatro Municipal, de São Paulo.

Em 1928 estreou em disco interpretando pela Odeon as canções Tenho uma raiva de vancê e Sussuarana, ambas de Luiz Peixoto e Hekel Tavares. Sussuarana obteve grande sucesso, embora tivesse sido gravada pouco antes por Gastão Formenti. No mesmo ano, gravou de Catulo da Paixão Cearense o samba Leonor e de Hekel Tavares e Joraci Camargo, a canção Lua cheia.

Em 1929 apresentou-se no Teatro Municipal, de São Paulo e gravou pela Columbia o samba-choro Bambalelê, a canção Stela, os corta-jaca A mulher e o trem e O homem e o relógio, o cateretê Bicho caxinguelê, a toada Saia do sereno, o batuque Dança do Quilombo dos Palmares, talvez a música brasileira mais antiga conhecida, com a primeira gravação de um batuque com batida na caixa do violão, executada por ela, e a canção História triste de uma praieira seu maior sucesso, todos de motivo popular, com arranjos de sua autoria. No mesmo ano, gravou de João Pernambuco os cocos Tiá de Junqueira e Biro biro iaiá e as toadas Siricóia e Vancê, esta última em parceria com E. Tourinho.

Em 1930 gravou pela Colúmbia o batuque Mãe Maria Camundá de sua autoria e o baião Estrela D'Alva de João Pernambuco. No mesmo ano gravou a toada Como se dobra o sino, de motivo popular com arranjos de sua autoria. Também fez arranjos de outros motivos populares, entre os quais o coco O-le-lê Tamandaré e a canção Rede do Ceará. Gravou diversas composições de João Pernambuco, entre as quais Manacá dos gerais, de parceria de João e E. Tourinho. Gravou diversas composições de Amélia Brandão Nery, entre as quais a cantiga Casa de farinha e a canção Nos cafundó do coração. Ainda em 1930 gravou do compositor pernambucano Raul Moraes o coco Lenhadô.

Em 1931 cantou no filme Coisas nossas, de Alberto Byington. Em 1933 gravou de sua autoria, o maracatu Dois de oro e a canção Sodade véia. Em 1935 deu dois recitais no Teatro Colón, de Buenos Aires, Argentina; no primeiro, com a presença do mundo oficial da Argentina e do Brasil, executou na primeira parte suas canções ao violão e, na segunda, com Heitor Villa-Lobos ao piano, músicas do compositor.

Em 1939 regravou a canção História triste de uma praieira, com arranjos de sua autoria e versos de Adelmar Tavares. Em 1942 gravou a canção Rede do Ceará, de motivo popular e arranjos de sua autoria.

Em fins dos anos 1950, a cantora Ely Camargo gravou de sua autoria e Aldemar Tavares, História triste de uma Praieira. A partir dos anos 1950 só se apresentava em raros recitais, consolidando, contudo, uma aura de elegância e sofisticação, sempre saudada por intelectuais, críticos e até músicos eruditos.

Em 1968 gravou histórico depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som. Passou seus últimos anos de vida na cidade de Volta Redonda, sempre esquecida pela chamada grande "mídia".

Fonte: Cantoras do Brasil - Stefana de Macedo

Stefana de Macedo

Stefana de Macedo (Stefana de Moura Macedo) - 29/1/1903, Recife, PE - 1/9/1975, Rio de Janeiro, RJ - foi uma das principais cantoras-pesquisadoras brasileiras, a quem nossa memória folclórica muito deve.

Incluiu 43 músicas de características regionais nos seus 22 discos gravados. São cocos, toadas pernambucanas, cateretês, maracatus, corta-jacas, baiões, canções do Amazonas, tanto de domínio público (muitas vezes com adaptações suas) quanto de autores conhecidos, numa época em que só os homens atuavam nesse setor, abrindo caminho para artistas que vieram depois, como Dilu Melo, Inezita Barroso e Ely Camargo.

Quando tinha nove anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio R. William e teve aulas de violão com Patrício Teixeira e Rogério Guimarães, logo começando a cantar e tocar em festas familiares.

Em 1926 apresentou-se ao violão no Cassino do Copacabana Palace, quando esse instrumento ainda estava restrito à então chamada malandragem. No ano seguinte, apresentou-se no I.N.M., no Rio de Janeiro, e no Teatro Municipal, de São Paulo.

Em 1928 estreou em disco interpretando pela Odeon as canções Tenho uma raiva de vancê e Sussuarana, ambas de Luiz Peixoto e Hekel Tavares. Sussuarana obteve grande sucesso, embora tivesse sido gravada pouco antes por Gastão Formenti. No mesmo ano, gravou de Catulo da Paixão Cearense o samba Leonor e de Hekel Tavares e Joraci Camargo, a canção Lua cheia.

Em 1929 apresentou-se no Teatro Municipal, de São Paulo e gravou pela Columbia o samba-choro Bambalelê, a canção Stela, os corta-jaca A mulher e o trem e O homem e o relógio, o cateretê Bicho caxinguelê, a toada Saia do sereno, o batuque Dança do Quilombo dos Palmares, talvez a música brasileira mais antiga conhecida, com a primeira gravação de um batuque com batida na caixa do violão, executada por ela, e a canção História triste de uma praieira seu maior sucesso, todos de motivo popular, com arranjos de sua autoria. No mesmo ano, gravou de João Pernambuco os cocos Tiá de Junqueira e Biro biro iaiá e as toadas Siricóia e Vancê, esta última em parceria com E. Tourinho.

Em 1930 gravou pela Colúmbia o batuque Mãe Maria Camundá de sua autoria e o baião Estrela D'Alva de João Pernambuco. No mesmo ano gravou a toada Como se dobra o sino, de motivo popular com arranjos de sua autoria. Também fez arranjos de outros motivos populares, entre os quais o coco O-le-lê Tamandaré e a canção Rede do Ceará. Gravou diversas composições de João Pernambuco, entre as quais Manacá dos gerais, de parceria de João e E. Tourinho. Gravou diversas composições de Amélia Brandão Nery, entre as quais a cantiga Casa de farinha e a canção Nos cafundó do coração. Ainda em 1930 gravou do compositor pernambucano Raul Moraes o coco Lenhadô.

Em 1931 cantou no filme Coisas nossas, de Alberto Byington. Em 1933 gravou de sua autoria, o maracatu Dois de oro e a canção Sodade véia. Em 1935 deu dois recitais no Teatro Colón, de Buenos Aires, Argentina; no primeiro, com a presença do mundo oficial da Argentina e do Brasil, executou na primeira parte suas canções ao violão e, na segunda, com Heitor Villa-Lobos ao piano, músicas do compositor.

Em 1939 regravou a canção História triste de uma praieira, com arranjos de sua autoria e versos de Adelmar Tavares. Em 1942 gravou a canção Rede do Ceará, de motivo popular e arranjos de sua autoria.

Em fins dos anos 1950, a cantora Ely Camargo gravou de sua autoria e Aldemar Tavares, História triste de uma Praieira. A partir dos anos 1950 só se apresentava em raros recitais, consolidando, contudo, uma aura de elegância e sofisticação, sempre saudada por intelectuais, críticos e até músicos eruditos.

Em 1968 gravou histórico depoimento para a posteridade no Museu da Imagem e do Som. Passou seus últimos anos de vida na cidade de Volta Redonda, sempre esquecida pela chamada grande "mídia".

Fonte: Cantoras do Brasil - Stefana de Macedo