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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Constelações

Hermes Fontes
Constelações (modinha, 1908) - Cupertino de Menezes e Hermes Fontes

Constelações / Gênero musical: modinha  /  Intérprete: Roberto Roldan  /  Compositores: Cupertino Menezes e Hermes Fontes  /  Gravadora Odeon  /  Número do Álbum 120566 / Data de Gravação: 1912-1915 / Data de Lançamento 1912-1915  /  Lado indefinido  /  Disco 76 rpm:


Constelações, que fulgurais
Iluminai as minhas lágrimas finais
Carbonizai meu coração
Para domar e sufocar
E exterminar essa paixão
Oh! sol crestai, vento esfolhai
Das rosas d’alma as frias pétalas de gelo
A minha vida é um pesadelo
E o pesadelo uma visão
Que pouco a pouco vai roubando-me a razão.

Só é feliz quem não se diz
Saber libar os flébeis beijos do luar
Alma sem luz, vinde sonhar
Ao terno som consolador
Das flautas mágicas do amor
Oh! coração sem ilusões
Que inda bateis, mas não viveis, não tendes vida
Minh’alma é como uma ferida a gotejar sangue de luz
Como a do mártir que morreu pregado à cruz

Quando anoitece, a sombra desce
A voz da prece nos espíritos languesce
Fica a cismar meu pensamento
No firmamento que se fulge num momento
A fulgurar
Quando amanhece, o céu floresce
A loura messe das abelhas estremece
Fica a gemer meu coração, fica a sentir, a palpitar
Como o vulcão na tíbia luz crepuscular

Manhãs de abril, dai-me esta luz
Que ao sonho induz meu coração primaveril
Em ouro e anil se fulge o azul
Sobre o paul em que vivemos num monótono torpor
Como um clarim descanta em mim
Um serafim que marca o fim dos meus pesares
Nos vagalhões de etéreos mares hei de ser navegador
Para sulcar ou naufragar num mar de amor

Oh! corações, como tufões
Passai, voai por sobre todas as paixões
Amai a luz, ò rosicler
Amai as flores, esquecei os vãos amores da mulher
Sois loucos pois, vós todos sois
As mariposas que se vão queimar na chama
Jesus tem pena de quem ama
Indulta amor que tudo quer
Ai! Quanta força tem o amor de uma mulher.

Constelações

Hermes Fontes
Constelações (modinha, 1908) - Cupertino de Menezes e Hermes Fontes

Constelações / Gênero musical: modinha  /  Intérprete: Roberto Roldan  /  Compositores: Cupertino Menezes e Hermes Fontes  /  Gravadora Odeon  /  Número do Álbum 120566 / Data de Gravação: 1912-1915 / Data de Lançamento 1912-1915  /  Lado indefinido  /  Disco 76 rpm:


Constelações, que fulgurais
Iluminai as minhas lágrimas finais
Carbonizai meu coração
Para domar e sufocar
E exterminar essa paixão
Oh! sol crestai, vento esfolhai
Das rosas d’alma as frias pétalas de gelo
A minha vida é um pesadelo
E o pesadelo uma visão
Que pouco a pouco vai roubando-me a razão.

Só é feliz quem não se diz
Saber libar os flébeis beijos do luar
Alma sem luz, vinde sonhar
Ao terno som consolador
Das flautas mágicas do amor
Oh! coração sem ilusões
Que inda bateis, mas não viveis, não tendes vida
Minh’alma é como uma ferida a gotejar sangue de luz
Como a do mártir que morreu pregado à cruz

Quando anoitece, a sombra desce
A voz da prece nos espíritos languesce
Fica a cismar meu pensamento
No firmamento que se fulge num momento
A fulgurar
Quando amanhece, o céu floresce
A loura messe das abelhas estremece
Fica a gemer meu coração, fica a sentir, a palpitar
Como o vulcão na tíbia luz crepuscular

Manhãs de abril, dai-me esta luz
Que ao sonho induz meu coração primaveril
Em ouro e anil se fulge o azul
Sobre o paul em que vivemos num monótono torpor
Como um clarim descanta em mim
Um serafim que marca o fim dos meus pesares
Nos vagalhões de etéreos mares hei de ser navegador
Para sulcar ou naufragar num mar de amor

Oh! corações, como tufões
Passai, voai por sobre todas as paixões
Amai a luz, ò rosicler
Amai as flores, esquecei os vãos amores da mulher
Sois loucos pois, vós todos sois
As mariposas que se vão queimar na chama
Jesus tem pena de quem ama
Indulta amor que tudo quer
Ai! Quanta força tem o amor de uma mulher.

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Luar de Paquetá

"Luar de Paquetá" é a mais conhecida das composições sobre a bucólica ilha, que inspirou tantas outras canções e até um romance célebre, A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo. E merece essa popularidade muito mais pela melodia de Freire Júnior do que pelos versos de Hermes Fontes.

Um exagerado simbolista, o poeta impregnou a canção de imagens afetadas como "nereidas incessantes", "hóstia azul fervendo em chamas", "noites olorosas"... Aliás, a propósito desta imagem, há algumas gravações em que os intérpretes - entre os quais Francisco Alves - trocam o adjetivo e cantam "nessas noites dolorosas". Lançado em 1922, "Luar de Paquetá" estendeu seu sucesso ao ano seguinte, quando deu nome a uma revista teatral.

Luar de Paquetá (tango / fado, 1922) - Freire Jr. e Hermes Fontes

Deo e Dircinha Batista

Nestas noites dolorosas, / Quando o mar desfeito em rosas,
Se desfolha à lua cheia, / Lembra a ilha onde me oculto,
Onde o amor celebra em tudo, / Todo o encanto que a rodeia.

Nos canteiros ondulantes, / As nereidas incessantes,
Abrem lírios ao luar, / A água em prece burburinha,
Em redor da capelinha / E vai rezando o verbo amar.

Jardim de afetos, pombal de amores, / Humildes tetos de pescadores, / E a lua brilha - que bem nos dá - / Amar na Ilha de Paquetá !

Pensamento de quem ama / Oh que beijo ardendo em chama
Entre lábios separados, / Pensamento de quem ama,
Leva o meu radiograma / Ao jardim dos namorados,
Onde há esse paraíso / O caminho que idealizo,

Na ascensão para este altar, / Paquetá é um céu profundo
Que começa neste mundo / Mas não sabe onde acabar...

Luar de Paquetá

"Luar de Paquetá" é a mais conhecida das composições sobre a bucólica ilha, que inspirou tantas outras canções e até um romance célebre, A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo. E merece essa popularidade muito mais pela melodia de Freire Júnior do que pelos versos de Hermes Fontes.

Um exagerado simbolista, o poeta impregnou a canção de imagens afetadas como "nereidas incessantes", "hóstia azul fervendo em chamas", "noites olorosas"... Aliás, a propósito desta imagem, há algumas gravações em que os intérpretes - entre os quais Francisco Alves - trocam o adjetivo e cantam "nessas noites dolorosas". Lançado em 1922, "Luar de Paquetá" estendeu seu sucesso ao ano seguinte, quando deu nome a uma revista teatral.

Luar de Paquetá (tango / fado, 1922) - Freire Jr. e Hermes Fontes

Deo e Dircinha Batista

Nestas noites dolorosas, / Quando o mar desfeito em rosas,
Se desfolha à lua cheia, / Lembra a ilha onde me oculto,
Onde o amor celebra em tudo, / Todo o encanto que a rodeia.

Nos canteiros ondulantes, / As nereidas incessantes,
Abrem lírios ao luar, / A água em prece burburinha,
Em redor da capelinha / E vai rezando o verbo amar.

Jardim de afetos, pombal de amores, / Humildes tetos de pescadores, / E a lua brilha - que bem nos dá - / Amar na Ilha de Paquetá !

Pensamento de quem ama / Oh que beijo ardendo em chama
Entre lábios separados, / Pensamento de quem ama,
Leva o meu radiograma / Ao jardim dos namorados,
Onde há esse paraíso / O caminho que idealizo,

Na ascensão para este altar, / Paquetá é um céu profundo
Que começa neste mundo / Mas não sabe onde acabar...

sexta-feira, 24 de março de 2006

Hermes Fontes

Hermes fontes, compositor e poeta, nasceu em Buquim SE, em 28/8/1888 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 25/12/1930. Filho de lavradores, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais no Rio de Janeiro, para onde se mudou com a ajuda do governador da Província de Sergipe. Foi oficial de gabinete do Ministério da Viação durante o governo de Washington Luiz. Suicidou-se no Rio de Janeiro.

Em 1908, publicou Apoteoses, sua primeira obra poética. Em 1913 publicou Gênese, seu segundo livro de poesias. No mesmo ano, teve gravada pelo cantor Roberto Roldan, na Odeon, a modinha Constelações, parceria com Cupertino de Menezes. Colaborou com o jornal "O Fluminense", de Niterói (RJ), e mais tarde fundou o jornal "A Estréia", trabalhando ao mesmo tempo nos Correios e Telégrafos.

Em 1922, o cantor Bahiano lançou na Odeon, o fado-tango Luar de Paquetá, composta dois anos antes, em parceria com Freire Júnior e que alcançou enorme sucesso, tornando-se no ano seguinte, título de uma revista que logrou mais de uma centena de apresentações.

Regravada várias vezes, entre outros por Francisco Alves, logrou repetir o sucesso em 1944, quando foi regravada em dueto por Dircinha Batista e Deo, com acompanhamento de orquestra e coro. Publicou ainda os livros de poesias Ciclo da perfeição, Mundo em chamas, Miragem do deserto, Epopéia da vida, Microcosmo, Despertar, A lâmpada velada e A fonte da mata.

Hermes Fontes

Hermes fontes, compositor e poeta, nasceu em Buquim SE, em 28/8/1888 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 25/12/1930. Filho de lavradores, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais no Rio de Janeiro, para onde se mudou com a ajuda do governador da Província de Sergipe. Foi oficial de gabinete do Ministério da Viação durante o governo de Washington Luiz. Suicidou-se no Rio de Janeiro.

Em 1908, publicou Apoteoses, sua primeira obra poética. Em 1913 publicou Gênese, seu segundo livro de poesias. No mesmo ano, teve gravada pelo cantor Roberto Roldan, na Odeon, a modinha Constelações, parceria com Cupertino de Menezes. Colaborou com o jornal "O Fluminense", de Niterói (RJ), e mais tarde fundou o jornal "A Estréia", trabalhando ao mesmo tempo nos Correios e Telégrafos.

Em 1922, o cantor Bahiano lançou na Odeon, o fado-tango Luar de Paquetá, composta dois anos antes, em parceria com Freire Júnior e que alcançou enorme sucesso, tornando-se no ano seguinte, título de uma revista que logrou mais de uma centena de apresentações.

Regravada várias vezes, entre outros por Francisco Alves, logrou repetir o sucesso em 1944, quando foi regravada em dueto por Dircinha Batista e Deo, com acompanhamento de orquestra e coro. Publicou ainda os livros de poesias Ciclo da perfeição, Mundo em chamas, Miragem do deserto, Epopéia da vida, Microcosmo, Despertar, A lâmpada velada e A fonte da mata.