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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Até que enfim favela

Nelson Gonçalves
Até que enfim favela (samba, 1945) - Nelson Gonçalves e Heitor dos Prazeres

Título da música: Até que enfim favela / Gênero musical: Samba / Intérprete: Gonçalves, Nelson / Compositores: Prazeres, Heitor dos - Gonçalves, Nelson / Gravadora Rca victor / Número do Álbum 800358 / Data de Gravação 00/1945 / Data de Lançamento 00/1945 / Lado B / Disco 78 rpm


Até que enfim apareceu a favela
Favela que todo mundo esqueceu
Lá vem ela, lá vem ela
Descendo o morro para mostrar
Que não morreu!
Lá vem ela, lá vem ela
Descendo o morro para mostrar
Que não morreu!

É hora de afinar nosso violões
Vamos alegrar nossos corações
Na hora do povo sambar
Favela não pode faltar
Agora sim, o povo vai cantar

Favela reapareceu
Favela ainda não morreu!

É hora de afinar nosso violões
Vamos alegrar nossos corações
Na hora do povo sambar
Favela não pode faltar
Agora sim, o povo vai cantar

Favela reapareceu
Favela ainda não morreu!

Até que enfim apareceu a favela
Favela que todo mundo esqueceu
Lá vem ela, lá vem ela
Descendo o morro para mostrar
Que não morreu!
Lá vem ela, lá vem ela
Descendo o morro para mostrar
Que não morreu!

terça-feira, 25 de março de 2008

Lá em Mangueira

Lá em Mangueira (samba/carnaval, 1943) - Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres

Lá em Mangueira
Aprendi a sapatear
Lá em mangueira
É que o samba tem seu lugar
Foi lá no morro
Um luar e um barracão
Lá eu gostei de alguém
Que me tratou bem
Eu dei meu coração.

No morro a gente
Leva a vida que quer
No morro a gente
Gosta de uma mulher
E quando a gente
Deixa o morro e vai embora
Quase sempre chora,
Chora, chora, chora....

Lá em Mangueira

Lá em Mangueira (samba/carnaval, 1943) - Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres

Lá em Mangueira
Aprendi a sapatear
Lá em mangueira
É que o samba tem seu lugar
Foi lá no morro
Um luar e um barracão
Lá eu gostei de alguém
Que me tratou bem
Eu dei meu coração.

No morro a gente
Leva a vida que quer
No morro a gente
Gosta de uma mulher
E quando a gente
Deixa o morro e vai embora
Quase sempre chora,
Chora, chora, chora....

domingo, 27 de janeiro de 2008

Vou te abandonar

Em março de 1930, um mês depois do sucesso de Na Pavuna, de Almirante e Homero Dornellas, Heitor dos Prazeres lança , sem grande sucesso, uma composição chamada Vou te abandonar. Ela é gravada por um conjunto nomeado “Grupo Prazeres” que apresenta flauta, violões, batucada, coro e solista e interpretado na época por Paulo da Portela.

Esta composição é um dos exemplos mais antigos de um procedimento que se tornou corrente nas gravações de samba, que é a “chamada” do coro pelo solista, no último verso da estrofe, para a retomada do refrão. Tal “chamada” se faz pela antecipação do primeiro verso do refrão. Assim, como o refrão deste samba começa com “Eu vivo...”, o solista, depois de terminar a estrofe, adiciona a frase: “Agora eu vivo...”, dando a deixa para a volta do coro.

Tal procedimento originou-se sem dúvida das necessidades práticas de disciplinar o canto em coro nas situações de ensaio ou desfiles dos blocos no carnaval. Mas ela se incorporou às normas do samba como uma espécie de pontuação musical, cantada e não apenas gritada, feita mesmo em gravações, situação que em princípio dispensa a prática de chamar a atenção do coro (fonte: Dois Sambas de 1930 e a Constituição do Gênero - Carlos Sandroni - cadernos do coloquio2001.p65).

Vou te abandonar (samba, 1930)
- Heitor dos Prazeres (Intérprete: Jorge Veiga)

Eu vivo
Perdido
Vou contar só a verdade, mas
Odete
Eu digo
Eu é que vou te abandonar (x2)

Eu sinto na verdade
Mas sou forçado a fazer assim
Esta vida é falsidade, meu bem
Ainda zombas de mim
Agora eu digo:

Eu vivo
Perdido
Vou contar só a verdade, mas
Odete
Eu digo
Eu é que vou te abandonar (x2)

Eu vou enganado
Mas essa dor, por Deus do céu
Hoje eu vivo envergonhado assim
Pobre passado cruel
Agora eu digo:

Eu vivo
Perdido
Vou contar só a verdade, mas
Odete
Eu digo
Eu é que vou te abandonar (x2)

Vou te abandonar

Em março de 1930, um mês depois do sucesso de Na Pavuna, de Almirante e Homero Dornellas, Heitor dos Prazeres lança , sem grande sucesso, uma composição chamada Vou te abandonar. Ela é gravada por um conjunto nomeado “Grupo Prazeres” que apresenta flauta, violões, batucada, coro e solista e interpretado na época por Paulo da Portela.

Esta composição é um dos exemplos mais antigos de um procedimento que se tornou corrente nas gravações de samba, que é a “chamada” do coro pelo solista, no último verso da estrofe, para a retomada do refrão. Tal “chamada” se faz pela antecipação do primeiro verso do refrão. Assim, como o refrão deste samba começa com “Eu vivo...”, o solista, depois de terminar a estrofe, adiciona a frase: “Agora eu vivo...”, dando a deixa para a volta do coro.

Tal procedimento originou-se sem dúvida das necessidades práticas de disciplinar o canto em coro nas situações de ensaio ou desfiles dos blocos no carnaval. Mas ela se incorporou às normas do samba como uma espécie de pontuação musical, cantada e não apenas gritada, feita mesmo em gravações, situação que em princípio dispensa a prática de chamar a atenção do coro (fonte: Dois Sambas de 1930 e a Constituição do Gênero - Carlos Sandroni - cadernos do coloquio2001.p65).

Vou te abandonar (samba, 1930)
- Heitor dos Prazeres (Intérprete: Jorge Veiga)

Eu vivo
Perdido
Vou contar só a verdade, mas
Odete
Eu digo
Eu é que vou te abandonar (x2)

Eu sinto na verdade
Mas sou forçado a fazer assim
Esta vida é falsidade, meu bem
Ainda zombas de mim
Agora eu digo:

Eu vivo
Perdido
Vou contar só a verdade, mas
Odete
Eu digo
Eu é que vou te abandonar (x2)

Eu vou enganado
Mas essa dor, por Deus do céu
Hoje eu vivo envergonhado assim
Pobre passado cruel
Agora eu digo:

Eu vivo
Perdido
Vou contar só a verdade, mas
Odete
Eu digo
Eu é que vou te abandonar (x2)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Os múltiplos talentos de Mano Heitor

Paulo da Portela fez o samba Coleção de Passarinhos (“Quiseram me comprar, eu não vendi / Uma linda coleção de passarinhos / Bernardo é o gaturano / Aurélio é o rouxinol / Lino é o canário / Mano Rubens, o curió”...), homenageando seus companheiros, sambistas do primeiro time da época, e identificou como canário um certo Lino do Estácio, chamado também Mano Heitor e que perpetuaria na história da cultura popular brasileira como Heitor dos Prazeres (na foto acima dançando animadamente, usa camisa com estampa apropriada: personagens de suas pinturas).

De talento diverso tal quais os nomes que lhe atribuíram, Heitor cedo circulou sua genialidade por vários escalões em todos se destacando, superdotado que era. Nasceu predestinado a influenciar a cultura popular do país. Ao contrário dos meninos de sua geração, que optavam pelos instrumentos de percussão, escolheu o cavaquinho e tornou-se instrumentista respeitado, desenvolvendo o líder que seria.

Pelas mãos de Tia Ciata — sempre ela, a matriarca do samba — teve acesso aos festejos de santo e de samba, aulas com os melhores mestres possíveis. Crescido em tamanho e em saber, percebeu que seu destino estava traçado. Como Lino do Estácio, aprendeu e ensinou samba nas rodas do bairro.

Compositor, desde sempre foi cobiçado pelos cantores da época, distribuindo-se entre seus pares do Estácio, e os sambistas de Madureira, da Mangueira. Na fundação da Deixa Falar, a primeira escola de samba, cita-se obrigatoriamente a presença de Mano Heitor entre os pioneiros. O mesmo acontece quando Cartola inventou a Estação Primeira de Mangueira. E quando Paulo da Portela criou a sua escola azul e branca. Ou ainda, quando o próprio Heitor fundou a De Mim Ninguém Se Lembra.

A radiofonia teve seu quinhão, depois que Heitor trocou as escolas de samba pelos microfones e auditórios. Passou a interpretar composições que antes entregava aos cantores, e criou um grupo vocal, ao qual deu o nome de Heitor e Sua Gente.

Apontou então seu talento para as artes plásticas e se transformou em um dos mais expressivos pintores primitivistas brasileiros. Era mais uma das facetas da cultura popular que a influência de Mano Lino do Estácio atingia. Instrumentista, compositora cantor líder comunitário, pintor premiado, Heitor dos Prazeres transbordou sua importância na história do samba.
Fonte: História do Samba - Editora Globo.

Os múltiplos talentos de Mano Heitor

Paulo da Portela fez o samba Coleção de Passarinhos (“Quiseram me comprar, eu não vendi / Uma linda coleção de passarinhos / Bernardo é o gaturano / Aurélio é o rouxinol / Lino é o canário / Mano Rubens, o curió”...), homenageando seus companheiros, sambistas do primeiro time da época, e identificou como canário um certo Lino do Estácio, chamado também Mano Heitor e que perpetuaria na história da cultura popular brasileira como Heitor dos Prazeres (na foto acima dançando animadamente, usa camisa com estampa apropriada: personagens de suas pinturas).

De talento diverso tal quais os nomes que lhe atribuíram, Heitor cedo circulou sua genialidade por vários escalões em todos se destacando, superdotado que era. Nasceu predestinado a influenciar a cultura popular do país. Ao contrário dos meninos de sua geração, que optavam pelos instrumentos de percussão, escolheu o cavaquinho e tornou-se instrumentista respeitado, desenvolvendo o líder que seria.

Pelas mãos de Tia Ciata — sempre ela, a matriarca do samba — teve acesso aos festejos de santo e de samba, aulas com os melhores mestres possíveis. Crescido em tamanho e em saber, percebeu que seu destino estava traçado. Como Lino do Estácio, aprendeu e ensinou samba nas rodas do bairro.

Compositor, desde sempre foi cobiçado pelos cantores da época, distribuindo-se entre seus pares do Estácio, e os sambistas de Madureira, da Mangueira. Na fundação da Deixa Falar, a primeira escola de samba, cita-se obrigatoriamente a presença de Mano Heitor entre os pioneiros. O mesmo acontece quando Cartola inventou a Estação Primeira de Mangueira. E quando Paulo da Portela criou a sua escola azul e branca. Ou ainda, quando o próprio Heitor fundou a De Mim Ninguém Se Lembra.

A radiofonia teve seu quinhão, depois que Heitor trocou as escolas de samba pelos microfones e auditórios. Passou a interpretar composições que antes entregava aos cantores, e criou um grupo vocal, ao qual deu o nome de Heitor e Sua Gente.

Apontou então seu talento para as artes plásticas e se transformou em um dos mais expressivos pintores primitivistas brasileiros. Era mais uma das facetas da cultura popular que a influência de Mano Lino do Estácio atingia. Instrumentista, compositora cantor líder comunitário, pintor premiado, Heitor dos Prazeres transbordou sua importância na história do samba.
Fonte: História do Samba - Editora Globo.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Mulher de malandro

Mulher de malandro (samba, 1932) - Heitor dos Prazeres e Francisco Alves
Francisco Alves

Mulher de malandro sabe ser,
Carinhosa de verdade
Ela vive com tanto prazer
Quanto mais apanha, a ele tem amizade,
(longe dele tem saudade)

Ela briga com o malandro
Enraivecida manda ele andar
Ele se aborrece e desaparece
Ela sente saudade, vai procurar,
(há um ditado muito certo: pancada de amor não dói)

Muitas vezes ela chora
Mas não despreza o amor que tem
Sempre apanhando e se lastimando
Perto do malandro se sente bem,
(êh! meu bem, o malandro também tem seu valor)

terça-feira, 25 de abril de 2006

Pierrô Apaixonado

Heitor dos Prazeres fez o estribilho e Noel Rosa as segundas partes de "Pierrô Apaixonado", a melhor marcha do carnaval de 36 ("Um pierrô apaixonado / que vivia só cantando / por causa de uma colombina / acabou chorando / acabou chorando..."). Gravada por Joel e Gaúcho, com um belo acompanhamento da orquestra Diabos do Céu, em arranjo de Pixinguinha, foi também incluída no filme "Alô, Alô Carnaval", com os mesmos intérpretes.

A melodia envolvente, simultaneamente carnavalesca e sentimental, e os versos românticos/ brincalhões de Noel ( "Um grande amor tem sempre um triste fim / com o Pierrô aconteceu assim / levando este grande chute / foi tomar vermute / com amendoim" ) deram um charme especial à história de Pierrô, Colombina e Arlequim, o trio oriundo da commedia dell'arte, elevando a marchinha à categoria de clássico. Embora já bastante enfermo na época, Noel mantinha vivo seu humor de sempre.

Pierrô Apaixonado (marcha/carnaval, 1936) - Noel Rosa e Heitor dos Prazeres

Maria Bethânia

---------G7+
Um Pierrot apaixonado
---E7--------------- Am7
Que vivia só cantando
-----------------D7/9------ G7+
Por causa de uma Colombina,
-----E7 --------Am7---- D7/9 ----G7+
Acabou chorando, acabou chorando

----------D7/9 ----------------G7+
A Colombina entrou no botequim,
--------------E7------------------- Am7
Bebeu....bebeu....saiu assim.... assim...
-------C7+------------- G7+------ E7 -------A7
Dizendo: - Pierrot cacete, vai tomar sorvete
-------D7/9---- G7+
Com o Arlequim

-----------------D7/9------------------- G7+
Um grande amor tem sempre um triste fim
--------------E7 --------------Am7
Com o Pierrot aconteceu assim....
------C7+----------------- G7+
Levando este grande shoot
--------E7-------- A7
Foi tomar vermuth
------D7/9----- G7+
Com amendoim !

sexta-feira, 31 de março de 2006

Heitor dos Prazeres

Pioneiro em todas as atividades as quais se dedicou, Heitor dos Prazeres nasceu no Rio de Janeiro em 23 de setembro de 1898 e morreu na mesma cidade em 4 de outubro de 1966. Seu pai era marceneiro e tocava na banda da Policia Militar, atividades seguidas por Heitor que se iniciou como polidor de móveis e encontrou sucesso na área musical. Estudou até a quarta série do primário e mesmo trabalhando desde os sete anos foi preso, por dois meses, aos treze, por vadiagem. Sua adolescência transcorreu entre a praça Onze e o Mangue, em contato com os "chorões" e os bambas do samba.

Começou a compor em 1912, aprendendo as lições da cultura popular com mestre Hilário Jovino, que o iniciou nas rodas de samba, em que era respeitado por ser um dos bons de pernada. Não perdia Festa da Penha, onde mostrava suas composições, carregando o cavaquinho, que aprendeu a tocar antes de completar dez anos.

Já conhecido no ambiente do sambas participou da criação de algumas escolas, tendo sido um dos fundadores da De mim ninguém se lembra, além de contribuir para o surgimento de outras como a Deixa Falar, a Mangueira e a Portela, nos anos 20.

Em 1929, venceu um concurso de samba, patrocinado pelo jornal A Vanguarda e realizado na casa do mangueirense Zé Espinguela. O samba A tristeza me persegue seria gravado nos anos 70 pela Velha Guarda da Portela, com grande êxito. Começa então sua maior disputa com Sinhô, envolvendo a autoria de diversos sambas e que acabou rendendo, de parte a parte, algumas jóias da música brasileira.

Francisco Alves gravou Ora vejam só e Cassino Maxixe, sendo suas autorias atribuídas exclusivamente a Sinhô, que com a reclamação de Heitor fez o samba-conselho Segura o boi. Heitor replica com Olha ele, cuidado! e a briga ficaria por ai se Cassino Maxixe não fosse gravada por Mário Reis no ano seguinte (1928), com o título definitivo de Gosto que me enrosco. Heitor dos Prazeres volta ao ataque com Rei dos meus sambas, alusivo ao título de Rei do Samba de Sinhô, que tenta inutilmente impedir a gravação do protesto. Mais tarde Heitor recebeu trinta e oito mil-réis por sua parte na parceria de Cassino Maxixe, acordo que lhe valeu também o reconhecimento da autoria.

Deixaste o meu lar é um samba só de Heitor, mas gravado em 1930 trazendo apenas o nome de Francisco Alves como autor, comprovando o comércio, a venda de sambas pelos compositores pobres aos ricos cantores do rádio.

Em 1931, casou com Glória dos Prazeres e, em 1932, apareceu como parceiro de Francisco Alves em Mulher de malandro, época em que abandonou as escolas de samba para se tornar profissional de rádio. Cria um grupo para acompanhá-lo, batizado como Heitor e Sua Gente. Com Noel Rosa compõe o maior êxito do Carnaval de 1936, Pierrô apaixonado. No ano seguinte, descobriu a pintura (Abaixo: um dos quadros de Heitor dos Prazeres, o pintor dos morros cariocas).

Heitor dos Prazeres

Sem abandonar o samba, iniciou-se como pintor primitivista, o que o levou a participar da Primeira Bienal de São Paulo em 1951, voltando a ela em 1953 e 1961. Esteve também em mostras coletivas em quase todas as capitais sul-americanas, em 1957; na exposição Oito Pintores Ingênuos Brasileiros, em Paris, em 1965; Pintores Primitivos Brasileiros em Moscou e outras capitais européias, em 1966. No mesmo ano em que morreu, representara o Brasil no Festival de Arte Negra, em Dacar; no Senegal.

Obra completa

Abandono, samba, 1928; Afine o cavaquinho, samba, 1944; Africana (c/J.Cascata), marcha, 1940; Ai que dor, samba, 1932; Alegria do morro Brasil, hino do Carnaval, 1939; Amar, meu bem, samba, 1930; Amargurado, samba, 1932; Até que enfim, favela (c/Nelson Gonçalves), samba, 1946; A cachopa e a mulata, marcha, 1951; Cadenciado, choro, 1950; Canção do jornaleiro, canção, 1933; Cansado, samba, 1932; Cantar pra não chorar (c/Paulo da Portela), samba, 1938; Carioca boêmio, samba-choro, 1945; Carnaval na bienal, marcha, 1952; Carnaval na primavera, marcha, 1961; Chora, samba, 1933; Chora, cuica!, samba, 1947; Coisa gozada, rancheira, 1932; A coisa melhorou, samba, 1943; Com saudade de você, samba, 1930; Comigo ninguém pode, samba, 1939; Cosme e Damião, samba 1954; Criança loura, samba, 1930; Crioulinho frajola, marcha, s.d.; Deixa a cuíca chorar, samba, 1949; Deixa eu chorar, samba, 1959; Deixa o palhaço na roda, marcha, 1940; Deixaste meu lar, samba, 1930; Depois do cinema falado, 1941; Desperte, dodô (c/Herivelto Martins), samba, 1946; É só trocar o pé, marcha-frevo, 1947; É tempo, samba, 1933; Ela foi embora, samba, 1964; Entreguei a Deus, samba, 1964; És falsa, samba, 1930; És feliz, samba, 1929; Estou mal (c/André Filho), samba, 1931; Eta, seu mano, baião, 1957; Eu choro, samba, 1932; Eu gosto de Carnaval, samba, 1928; Eu não fiz nada, samba, 1932; Eu não sei se é castigo (c/Bel Luis), samba, 1960; Eu quero uma mulher, marcha, 1951; Eu sei..., samba, 1963; Eu vou comprar, samba, 1933; Fon-fon, marcha, 1933; Fulana granfina, marcha s.d.; Gosto que me enrosco (c/Sinhô), samba, 1928; Hoje eu vivo triste, samba, 1959; Iemanjá (c/Kaumer Teixeira), ponto de macumba, 1954; Já é demais esta tristeza, samba, 1965; Já é hora, já é hora, rancheira, 1932; Lá em Mangueira (c/Herivelto Martins), samba, 1943; Uma linda roseira, marcha, 1963; Liquita, marcha, 1939; Madureira (c/Kaumer Teixeira), samba, 1957; Margarida, marcha, 1928; Maria seu xodó (c/A. Monteiro), samba, 1959; Meus pecados, samba, 1930; Miss crioula, samba, 1930; Mulata cor de jambo, samba, 1937; Mulher de malandro, samba, 1932; Na casa do seu Zé, marcha, 1951; Na sua casa tem... (c/André Filho), samba, 1938; Nada de rock rock, samba, 1957; Não adianta chorar, samba, s.d.; Não há, samba, 1944; Não sei o que vou fazer, samba, 1933; Não sei por que, samba, s.d.; Não sei que mal eu fiz, samba, 1934; Nega, samba, 1939; Nega, meu bem, samba, 1932; Nossa Senhora de Copacabana (c/Kaumer Teixeira), samba, 1956; Nossa separação (c/Herivelto Martins), samba, 1943; Olha a rola, 1933; Olha ele, cuidado, samba, 1928; Olhar e gostar (c/Sílvio Galicho), cena cômica, 1941; Olinda (c/Herivelto Martins), samba, 1946; Pai bendito (c/KaumerTeixeira), ponto de macumba, 1955; Para quem servir, samba, 1930; Pierrô apaixonado (c/NoeI Rosa), marcha, 1936; Primeira linha, samba, 1930; Primeiro nós, samba, 1948; Progresso, samba, 1932; Quanto dói uma saudade, samba, só.; Que será de mim?, samba, 1930; Quebra, morena, samba, 1942; Quem bate na minha porta (c/Henrique Barbosa e João Barbosa), samba, 1939; Quem tem um amor e gosta, samba-choro, 1959; Rei dos meus sambas, samba, 1929; Riso fingido, samba, 1931; Rosa, não chores, samba, 1930; Samba de nego (c/Kaumer Teixeira), samba, 1955, Santa Bárbara, ponto de macumba, 1955; São Cosme e São Damião (c/Kaumer Teixeira), baião, 1955; São Paulo, parabéns (c/Kaumer Teixeira), marcha, 1954; Saudosa favela, samba, 1958; Saudoso trovador, samba-canção 1959; Se eu pudesse formar, samba, 1948; Sem reclamar (c/D. Carvalho), samba, 1961; Sinhá, marcha, 1932; Só acredito em você, samba-canção, 1961; Só eu sei, samba, 1947; Sou eu que dou as ordens, samba, 1946; Tá rezando, baião, 1956; Tia Chimba, embolada, 1930; Todos gostam de você (c/Kaumer Teixeira), baião, 1955; Trapaiada, samba, 1930; Tristeza (c/João da Gente), samba-canção, 1936; A tristeza (c/Herivelto Martins), samba, 1944; A tristeza me persegue, samba, 1927; Tu hás de sentir, samba-canção, 1931; Tu já foste boa, samba, 1930; Tudo acabado, samba, 1945; Tudo azul (c/H. Ricardo), samba, 1960; Um, dois, três..., marcha, 1932; Vai mesmo, samba, 1928; Vai, saudade, samba, 1964; Vai, vai, samba, s. d.; Vem pro samba, mulata, samba, 1957; Vida de casado (c/Sílvio Galicho), cena cômica, 1941; Você pra mim morreu, samba, 1941; Você tem casa e comida, samba, 1946; Volta ao seu lar (c/Kaumer Teixeira), samba 1956; Voltaste ao teu lar, samba, 1935; Vou da um grito, samba, 1932; Vou fazer tua vontade, samba, 1933; Vou te abandonar, samba, 1930; Vou ver se passo, 1934.

Heitor dos Prazeres

Pioneiro em todas as atividades as quais se dedicou, Heitor dos Prazeres nasceu no Rio de Janeiro em 23 de setembro de 1898 e morreu na mesma cidade em 4 de outubro de 1966. Seu pai era marceneiro e tocava na banda da Policia Militar, atividades seguidas por Heitor que se iniciou como polidor de móveis e encontrou sucesso na área musical. Estudou até a quarta série do primário e mesmo trabalhando desde os sete anos foi preso, por dois meses, aos treze, por vadiagem. Sua adolescência transcorreu entre a praça Onze e o Mangue, em contato com os "chorões" e os bambas do samba.

Começou a compor em 1912, aprendendo as lições da cultura popular com mestre Hilário Jovino, que o iniciou nas rodas de samba, em que era respeitado por ser um dos bons de pernada. Não perdia Festa da Penha, onde mostrava suas composições, carregando o cavaquinho, que aprendeu a tocar antes de completar dez anos.

Já conhecido no ambiente do sambas participou da criação de algumas escolas, tendo sido um dos fundadores da De mim ninguém se lembra, além de contribuir para o surgimento de outras como a Deixa Falar, a Mangueira e a Portela, nos anos 20.

Em 1929, venceu um concurso de samba, patrocinado pelo jornal A Vanguarda e realizado na casa do mangueirense Zé Espinguela. O samba A tristeza me persegue seria gravado nos anos 70 pela Velha Guarda da Portela, com grande êxito. Começa então sua maior disputa com Sinhô, envolvendo a autoria de diversos sambas e que acabou rendendo, de parte a parte, algumas jóias da música brasileira.

Francisco Alves gravou Ora vejam só e Cassino Maxixe, sendo suas autorias atribuídas exclusivamente a Sinhô, que com a reclamação de Heitor fez o samba-conselho Segura o boi. Heitor replica com Olha ele, cuidado! e a briga ficaria por ai se Cassino Maxixe não fosse gravada por Mário Reis no ano seguinte (1928), com o título definitivo de Gosto que me enrosco. Heitor dos Prazeres volta ao ataque com Rei dos meus sambas, alusivo ao título de Rei do Samba de Sinhô, que tenta inutilmente impedir a gravação do protesto. Mais tarde Heitor recebeu trinta e oito mil-réis por sua parte na parceria de Cassino Maxixe, acordo que lhe valeu também o reconhecimento da autoria.

Deixaste o meu lar é um samba só de Heitor, mas gravado em 1930 trazendo apenas o nome de Francisco Alves como autor, comprovando o comércio, a venda de sambas pelos compositores pobres aos ricos cantores do rádio.

Em 1931, casou com Glória dos Prazeres e, em 1932, apareceu como parceiro de Francisco Alves em Mulher de malandro, época em que abandonou as escolas de samba para se tornar profissional de rádio. Cria um grupo para acompanhá-lo, batizado como Heitor e Sua Gente. Com Noel Rosa compõe o maior êxito do Carnaval de 1936, Pierrô apaixonado. No ano seguinte, descobriu a pintura (Abaixo: um dos quadros de Heitor dos Prazeres, o pintor dos morros cariocas).

Heitor dos Prazeres

Sem abandonar o samba, iniciou-se como pintor primitivista, o que o levou a participar da Primeira Bienal de São Paulo em 1951, voltando a ela em 1953 e 1961. Esteve também em mostras coletivas em quase todas as capitais sul-americanas, em 1957; na exposição Oito Pintores Ingênuos Brasileiros, em Paris, em 1965; Pintores Primitivos Brasileiros em Moscou e outras capitais européias, em 1966. No mesmo ano em que morreu, representara o Brasil no Festival de Arte Negra, em Dacar; no Senegal.

Obra completa

Abandono, samba, 1928; Afine o cavaquinho, samba, 1944; Africana (c/J.Cascata), marcha, 1940; Ai que dor, samba, 1932; Alegria do morro Brasil, hino do Carnaval, 1939; Amar, meu bem, samba, 1930; Amargurado, samba, 1932; Até que enfim, favela (c/Nelson Gonçalves), samba, 1946; A cachopa e a mulata, marcha, 1951; Cadenciado, choro, 1950; Canção do jornaleiro, canção, 1933; Cansado, samba, 1932; Cantar pra não chorar (c/Paulo da Portela), samba, 1938; Carioca boêmio, samba-choro, 1945; Carnaval na bienal, marcha, 1952; Carnaval na primavera, marcha, 1961; Chora, samba, 1933; Chora, cuica!, samba, 1947; Coisa gozada, rancheira, 1932; A coisa melhorou, samba, 1943; Com saudade de você, samba, 1930; Comigo ninguém pode, samba, 1939; Cosme e Damião, samba 1954; Criança loura, samba, 1930; Crioulinho frajola, marcha, s.d.; Deixa a cuíca chorar, samba, 1949; Deixa eu chorar, samba, 1959; Deixa o palhaço na roda, marcha, 1940; Deixaste meu lar, samba, 1930; Depois do cinema falado, 1941; Desperte, dodô (c/Herivelto Martins), samba, 1946; É só trocar o pé, marcha-frevo, 1947; É tempo, samba, 1933; Ela foi embora, samba, 1964; Entreguei a Deus, samba, 1964; És falsa, samba, 1930; És feliz, samba, 1929; Estou mal (c/André Filho), samba, 1931; Eta, seu mano, baião, 1957; Eu choro, samba, 1932; Eu gosto de Carnaval, samba, 1928; Eu não fiz nada, samba, 1932; Eu não sei se é castigo (c/Bel Luis), samba, 1960; Eu quero uma mulher, marcha, 1951; Eu sei..., samba, 1963; Eu vou comprar, samba, 1933; Fon-fon, marcha, 1933; Fulana granfina, marcha s.d.; Gosto que me enrosco (c/Sinhô), samba, 1928; Hoje eu vivo triste, samba, 1959; Iemanjá (c/Kaumer Teixeira), ponto de macumba, 1954; Já é demais esta tristeza, samba, 1965; Já é hora, já é hora, rancheira, 1932; Lá em Mangueira (c/Herivelto Martins), samba, 1943; Uma linda roseira, marcha, 1963; Liquita, marcha, 1939; Madureira (c/Kaumer Teixeira), samba, 1957; Margarida, marcha, 1928; Maria seu xodó (c/A. Monteiro), samba, 1959; Meus pecados, samba, 1930; Miss crioula, samba, 1930; Mulata cor de jambo, samba, 1937; Mulher de malandro, samba, 1932; Na casa do seu Zé, marcha, 1951; Na sua casa tem... (c/André Filho), samba, 1938; Nada de rock rock, samba, 1957; Não adianta chorar, samba, s.d.; Não há, samba, 1944; Não sei o que vou fazer, samba, 1933; Não sei por que, samba, s.d.; Não sei que mal eu fiz, samba, 1934; Nega, samba, 1939; Nega, meu bem, samba, 1932; Nossa Senhora de Copacabana (c/Kaumer Teixeira), samba, 1956; Nossa separação (c/Herivelto Martins), samba, 1943; Olha a rola, 1933; Olha ele, cuidado, samba, 1928; Olhar e gostar (c/Sílvio Galicho), cena cômica, 1941; Olinda (c/Herivelto Martins), samba, 1946; Pai bendito (c/KaumerTeixeira), ponto de macumba, 1955; Para quem servir, samba, 1930; Pierrô apaixonado (c/NoeI Rosa), marcha, 1936; Primeira linha, samba, 1930; Primeiro nós, samba, 1948; Progresso, samba, 1932; Quanto dói uma saudade, samba, só.; Que será de mim?, samba, 1930; Quebra, morena, samba, 1942; Quem bate na minha porta (c/Henrique Barbosa e João Barbosa), samba, 1939; Quem tem um amor e gosta, samba-choro, 1959; Rei dos meus sambas, samba, 1929; Riso fingido, samba, 1931; Rosa, não chores, samba, 1930; Samba de nego (c/Kaumer Teixeira), samba, 1955, Santa Bárbara, ponto de macumba, 1955; São Cosme e São Damião (c/Kaumer Teixeira), baião, 1955; São Paulo, parabéns (c/Kaumer Teixeira), marcha, 1954; Saudosa favela, samba, 1958; Saudoso trovador, samba-canção 1959; Se eu pudesse formar, samba, 1948; Sem reclamar (c/D. Carvalho), samba, 1961; Sinhá, marcha, 1932; Só acredito em você, samba-canção, 1961; Só eu sei, samba, 1947; Sou eu que dou as ordens, samba, 1946; Tá rezando, baião, 1956; Tia Chimba, embolada, 1930; Todos gostam de você (c/Kaumer Teixeira), baião, 1955; Trapaiada, samba, 1930; Tristeza (c/João da Gente), samba-canção, 1936; A tristeza (c/Herivelto Martins), samba, 1944; A tristeza me persegue, samba, 1927; Tu hás de sentir, samba-canção, 1931; Tu já foste boa, samba, 1930; Tudo acabado, samba, 1945; Tudo azul (c/H. Ricardo), samba, 1960; Um, dois, três..., marcha, 1932; Vai mesmo, samba, 1928; Vai, saudade, samba, 1964; Vai, vai, samba, s. d.; Vem pro samba, mulata, samba, 1957; Vida de casado (c/Sílvio Galicho), cena cômica, 1941; Você pra mim morreu, samba, 1941; Você tem casa e comida, samba, 1946; Volta ao seu lar (c/Kaumer Teixeira), samba 1956; Voltaste ao teu lar, samba, 1935; Vou da um grito, samba, 1932; Vou fazer tua vontade, samba, 1933; Vou te abandonar, samba, 1930; Vou ver se passo, 1934.