Mostrando postagens com marcador bororo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bororo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 26 de março de 2008

Que é, que é?

Que é, que é? (samba-choro, 1943) - Bororó e Evrágio Lopes
Sílvio Caldas

O que é? O que é?
Adivinhe meu amor
Trabalha como um relógio
Não tem corda nem motor
Marca as horas de ventura
Marca as horas de amargor
Não há dinheiro que pague
Nem se bota em penhor

Muito embora não se esconda
Não se mostra à ninguém
Não se empresta, não se vende
Dá-se quando se quer bem
Vem conosco de nascença
Morre conosco também
Todo mundo tem no peito
Só você é que não tem
(o que é? o que é?)

Que é, que é?

Que é, que é? (samba-choro, 1943) - Bororó e Evrágio Lopes
Sílvio Caldas

O que é? O que é?
Adivinhe meu amor
Trabalha como um relógio
Não tem corda nem motor
Marca as horas de ventura
Marca as horas de amargor
Não há dinheiro que pague
Nem se bota em penhor

Muito embora não se esconda
Não se mostra à ninguém
Não se empresta, não se vende
Dá-se quando se quer bem
Vem conosco de nascença
Morre conosco também
Todo mundo tem no peito
Só você é que não tem
(o que é? o que é?)

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Curare

"Curare" é o segundo sucesso de Alberto de Castro Simoens da Silva, o afamado boêmio carioca Bororó, violonista e compositor nas horas vagas, cuja obra praticamente se resume a duas músicas, ambas clássicos.

Bororó foi o padrinho da carreira artística de Orlando Silva, que em 1939 ficou enciumado por não ter gravado "Da cor do pecado", o outro clássico, lançado por Sílvio Caldas. Então o compositor deu-lhe "Curare", como compensação.

Além da letra brejeira, a construção harmônica da segunda parte, especialmente a frase final, uma seqüência avançada para época, tornam este samba atraente para intérpretes, como João Gilberto, interessados em músicas de concepção mais elaborada.

Curare (samba, 1940)- Bororó
Orlando Silva
(A7)          D
Você tem buniteza,
Fo Em A7 Dm7 A7
E a natureza, foi quem agiu...
D
Com estes óio de índia,
E7 A E7 A7 E7
Curare no corpo, que é bem Brasil.

A7 D
Tu é toda Bahia
Fo Em
É a fulô do mucambo,
A7 Gb6 B7
Da gente de cô
Em A7
Faz do amô confusão,
D B7 E7 A7
Nesta misturação bem banzeira,
D G7 Gb7 Bm A7
Insoneira, que tem raça e tradição

D
Quebra, machuca minha dô
A7 D
Nêga, neguinha tudo-tudinho
A7
Meu amôzinho, com esta boquinha
D
Vermelhinha, rasgadinha
Gb Db7 Gb A7
Qui tem veneno, cumo que...

D
Conta tristeza e alegria
A7 D B7
Pru seu bem, que tudo vive a dizê
E7 A7 D G D
Que você é diferente desta gente
A7 D
Que finge querê !

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Da cor do pecado

Sílvio Caldas
Lançado por Sílvio Caldas na melhor fase de sua carreira, "Da Cor do Pecado" é um grande samba, o melhor do reduzido repertório do compositor Bororó (Alberto de Castro Simoens da Silva).

Brejeiro, malicioso, possui uma das letras mais sensuais de nossa música popular: "Este corpo moreno / cheiroso, gostoso/ que você tem / é um corpo delgado / da cor do pecado / que faz tão bem...". Segundo o autor, "a musa desses versos chamava-se Felicidade, uma mulher de vida pregressa pouco recomendável", que trabalhava em frente ao Tribunal de Justiça e lhe foi apresentada por Jaime Távora, oficial de gabinete do ministro José Américo. Iniciou-se assim um romance de vários anos em que Bororó foi responsável pela mudança de vida da moça. Mais tarde ela se casaria com um médico, tendo morrido ainda jovem em conseqüência de uma gripe mal curada.

De melodia e harmonia elaboradas, acima da média dos sambas da época, "Da Cor do Pecado" tem seu aspecto mais interessante nas modulações da primeira para a segunda parte e na volta desta para a primeira. Ainda quanto à melodia, tal como se repetiria em "Curare", a frase final - "eu não sei bem porquê / só sinto na vida o que vem de você" - é um primor de preparação para o acorde de dominante que conduz ao tom da primeira parte.

"Da Cor do Pecado" permanece como um clássico, tendo regravações de artistas como Elis Regina, Nara Leão, João Gilberto, Ney Matogrosso e os instrumentistas Jacó e Luís Bonfá.

Da cor do pecado (samba, 1939) - Bororó

D7+ B7/-9    Em7     A7        Gbm7
Este corpo moreno, cheiroso e gostoso
F0 Em7 A7/6
Que você tem . . . .
D7+ E7 A/E Gb7 Bm7
É um corpo delgado da cor do pecado
E7 Em7 A7/6
Que faz tão bem . . . .

D7+ B7/-9 Em7 A7 Gbm7
Este beijo molhado escandalizado
F0 Em7 A7/6
Que você me deu . . . .
D7 G F0 Gbm7
Tem sabor diferente que a boca da gente
Em7 D
Jamais esqueceu . . . .

Bm7 Bbm7 Am7 D7
Quando você me responde umas coisas sem graça
G
A vergonha se esconde
Bm7/-5 E7 Am7
Porque se revela a maldade da raça
D7 G7+
Este cheiro de mato tem cheiro de fato
Bm7 Bbm7 Am7
Saudade tristeza essa simples beleza
B7 Em7 G7
Teu corpo moreno, morena enlouquece
C7+ Bm7
Eu não sei bem porque
Eb7 Ab D7 G A7
Só sinto na vida o que vem de você . . . .

terça-feira, 4 de abril de 2006

Bororó

Bororó (Alberto de Castro Simões da Silva), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 15/10/1898 e faleceu em 7/6/1986. Nascido no bairro do Botafogo, aprendeu a tocar violão com o pai, Sinhozinho (Alberto Simoens da Silva), conhecido boêmio contador de anedotas e autor de diversas peças satíricas.

Ganhou o apelido quando fazia o primário no Colégio Santo Inácio: nessa ocasião, um grupo de índios Bororo visitou sua casa e, assim que o professor soube, passou a chamá-lo de Bororó. O apelido pegou entre os colegas e ele passou a se envolver em brigas, que acabaram por provocar sua expulsão e a transferência para o Colégio Santo Alberto, onde fez até o terceiro ano ginasial.

Aos 18 anos já fazia apresentações como violonista. Por volta de 1920 começou sua carreira de compositor fazendo músicas para ranchos carnavalescos, entre os quais o Flor da Estopa e o Mimosas Cravinas. Junto com outros seresteiros famosos, como Melo Morais Filho, formou um grupo com Carlinhos Santos Cruz (bandolim), Fernando Albuquerque (banjo), Eudóxio Correia (banjo), que se apresentava em festas cantando modinhas, lundus etc.

Em 1939 obteve sucesso com sua primeira composição gravada - Da cor do pecado - na voz de Sílvio Caldas. Em 1940, Orlando Silva lançou pela Vitor seu choro Curare, que se tornou clássico no repertório do cantor. Em 1943 Sílvio Caldas gravou o samba-choro que marcaria seu último grande sucesso como compositor, Que é que é? (com Evrágio Lopes).

Publicou o livro Gente da madrugada: flagrantes da vida noturna, Guavira Editores, Rio de Janeiro, 1982, no qual narra a vida de personagens da boêmia carioca.

Bororó

Bororó (Alberto de Castro Simões da Silva), compositor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 15/10/1898 e faleceu em 7/6/1986. Nascido no bairro do Botafogo, aprendeu a tocar violão com o pai, Sinhozinho (Alberto Simoens da Silva), conhecido boêmio contador de anedotas e autor de diversas peças satíricas.

Ganhou o apelido quando fazia o primário no Colégio Santo Inácio: nessa ocasião, um grupo de índios Bororo visitou sua casa e, assim que o professor soube, passou a chamá-lo de Bororó. O apelido pegou entre os colegas e ele passou a se envolver em brigas, que acabaram por provocar sua expulsão e a transferência para o Colégio Santo Alberto, onde fez até o terceiro ano ginasial.

Aos 18 anos já fazia apresentações como violonista. Por volta de 1920 começou sua carreira de compositor fazendo músicas para ranchos carnavalescos, entre os quais o Flor da Estopa e o Mimosas Cravinas. Junto com outros seresteiros famosos, como Melo Morais Filho, formou um grupo com Carlinhos Santos Cruz (bandolim), Fernando Albuquerque (banjo), Eudóxio Correia (banjo), que se apresentava em festas cantando modinhas, lundus etc.

Em 1939 obteve sucesso com sua primeira composição gravada - Da cor do pecado - na voz de Sílvio Caldas. Em 1940, Orlando Silva lançou pela Vitor seu choro Curare, que se tornou clássico no repertório do cantor. Em 1943 Sílvio Caldas gravou o samba-choro que marcaria seu último grande sucesso como compositor, Que é que é? (com Evrágio Lopes).

Publicou o livro Gente da madrugada: flagrantes da vida noturna, Guavira Editores, Rio de Janeiro, 1982, no qual narra a vida de personagens da boêmia carioca.