O ciclo mais notório de continuações na música brasileira foi o dos sambas de breque de Miguel Gustavo para Moreira da Silva, em que o cantor era apresentado inicialmente como um herói de faroeste (passando depois para agente secreto e até cangaceiro!), Kid Morengueira, em gravações que pareciam capítulos de radionovela, com atores, narrador e sonoplastia.
São seis os sambas: O rei do gatilho (1962), O último dos moicanos (1963), Os Intocáveis (1968), Morengueira contra 007 (1968), O seqüestro de Ringo (1970) e Rei do Cangaço (1973).
Em Morengueira contra 007, além de Moreira da Silva e o agente britânico, estrelam Pelé e Cláudia Cardinale. James Bond dá um flagrante em Pelé, que beijava a estrela italiana. Moreira dá um soco em Bond e livra a cara do rei. Mais tarde, ela confessa ser apaixonada pelo sambista e diz que só esteve no Brasil para seqüestrar Pelé e evitar que ele jogasse contra a seleção inglesa.
Morengueira contra 007 (samba, 1968) - Miguel Gustavo
(Só a parte inicial do "filme")
Começa o filme com o 007 /
Saltando em Santos com a Cláudia Cardinale /
Com seu decote italiano ela é tão bela /
Que ninguém vê o James Bond junto dela /
Os dois se hospedam na concentração do Santos /
E entre tantos ninguém sabe por que é /
Que ela desfila de biquini na piscina /
E na maior intimidade com o Pelé /
A bonitinha não percebe a tabelinha /
que ele faz. Pelé controla a Cardinale /
e dá-lhe um beijo e avança mais... /
Goool do Brasil! /
(Temperamento latino é fogo...)
O James Bond nesse instante dá o flagrante /
Diz que Pelé tem pagar pelo que fez /
Então em luta corporal e o 07 /
Vai abater o jogador com um soco inglês /
Porém Moreira que assistia toda a cena /
Entra sem pena vai no 7 manda o pé....
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