Cantor, integrante do Trio de Ouro por vários anos e compositor, com mais de duzentas músicas gravadas, Raul Sampaio viveu a sua melhor fase no início dos anos sessenta. Em 1962, por exemplo, ele emplacou dois grandes sucessos, o samba-canção “Lembranças”, cantado pelo amigo Miltinho, e o bolero “Quem Eu Quero Não me Quer”, em gravação sua, lançada no final de 61, mas que estourou nas paradas depois do carnaval de 62.
Embora autor de repertório eclético, que vai do carnaval (“Eu Chorarei Amanhã”) ao mais intenso romantismo, é neste último estilo que melhor se exprime a ele pertencendo “Lembranças” (“Lembro um olhar / lembro um lugar / teu vulto amado / lembro um sorriso / e o paraíso! que tive ao teu lado”) e “Quem Eu Quero Não me Quer
(“Quem eu quero não me quer / quem me quer mandei embora / e por isso eu já não sei! o que será de mim agora”), sua canção mais gravada, inclusive com uma versão mexicana de Agustín Lara, que saiu inicialmente sem o seu nome.
Capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, Raul Sampaio homenagearia a sua cidade na composição “Meu Pequeno Cachoeiro”, oficializada em 66 como hino do município, e que, além de sua gravação (em 63), foi sucesso na voz de Roberto Carlos (em 70), outro ilustre cachoeirense (A Canção no Tempo - Vol. 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34).
Quem eu quero não me quer (bolero, 1962) - Benil Santos e Raul Sampaio
Am
Quem eu quero não me quer
Dm
Quem me quer mandei embora
E7
E por isso eu já nem sei
Am
O que será de mim agora
Passo as noites recordando
Dm
Revivendo o meu castigo
E7
No meu quarto de saudade
Am
Solidão mora comigo
Dm
Por onde anda quem me quer?
G7 C
Quem não me quer onde andará?
Am Dm
Que será de suas vidas
E7 Am
Da minha vida o que será
Dm
Não sou capaz de ser feliz
G7 C
Ao lado de um amor qualquer
Am Dm
Ah! Se este fosse o outro
E7 Am
Que eu amo tanto e não me quer.
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