Ivon Curi (Ivon José Curi), cantor e compositor, nasceu em Caxambu MG, em 5/6/1928 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 24/6/1995. Irmão de locutores da Rádio Nacional Alberto e Jorge Curi —, começou a cantar, por volta de 1944, sambas-canções e cançonetas francesas em festas e shows, depois na rádio da sua cidade.
No Rio de Janeiro, teve sua primeira oportunidade através de Caribé da Rocha, que o contratou como crooner da Orquestra Zacarias, do Copacabana Palace Hotel, onde entrou em contato com os maiores astros da época. Era então muito influenciado pelo cantor francês Jean Sablon, criador do sucesso J’attendrais.
Em 1947 conseguiu seu primeiro contrato com a Rádio Nacional, para apresentar-se como convidado nos programas de Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira e Ângela Maria. Transferiu-se em seguida para a Rádio Tupi.
Em 1949 gravou em dupla com Carmélia Alves, pela Continental, o baião Me leva (Hervé Cordovil e Rochinha). Em 1950 participou do filme Aviso aos navegantes, de Watson Macedo, e no ano seguinte apareceu em Ai vem o barão, do mesmo diretor, atuando ainda em 1952 em Barnabé, tu és meu, de José Carlos Burle. Gravou seu primeiro disco na Continental, com as músicas La vie en rose e Nature boy (Eden Abhez), seguindo-se C’est si bon (Charles Trenet), Obrigado (sua autoria), Ta fartando coisa em mim (com Humberto Teixeira), 1950, Humanidade (sua autoria), Margarida (Humberto Teixeira e Copinha), 1952, e Orquídeas ao luar (Gus Khan, Vincent Youmans e Eliscu, versão de Cristóvão de Alencar), 1952. Nessa época modificou seu estilo, passando a fazer mímicas e piadas, tornando-se cançonetista, com repertório nordestino.
Em 1953 lançou, pela Victor, Amor de hoje (Ari Monteiro e Bruno Marnet), música que havia interpretado no filme É fogo na roupa (Watson Macedo, 1952). Gravou Baião das velhas cantigas (Jair Amorim), Caxambu (Zé Dantas e David Nasser), Farinhada (Zé Dantas) e o O xote das meninas (Zé Dantas e Luiz Gonzaga), além da valsa de sua autoria João Bobo e da canção israelita Beija- flor (versão de Caribé da Rocha).
Depois de excursionar pelo Brasil, fez tournée pela Europa em 1956-1957, apresentando-se em Portugal, onde adotou pela primeira vez o estilo one-man-show e foi considerado o melhor intérprete de música brasileira. Em 1961 casou com lvone.
Com o aparecimento da Jovem Guarda, afastou-se temporariamente da vida artística, reaparecendo em 1971 com o show Ivon Curi em todos os tempos, no Teatro Casa Grande, onde se apresentou como show-man e fez uma retrospectiva de sua carreira, lançando então o LP de mesmo nome. Seus maiores sucessos foram João Bobo, Tá fartando coisa em mim, Retrato de Maria (sua autoria), Farinhada, Escuta (sua autoria), Casar é bom (com Meira Guimarães), Amor naquela base (Moura Júnior e Zé Araújo) e Me leva.
Em 1977, a gravadora Continental lançou o LP Ivon Curi, volume 26 da serie Ídolos MPB. Em 1984 voltou a vida artística, festejando 40 anos de carreira, em 1987, com o disco Ivon Curi ontem e hoje. Em 1993, além de ter comandado o programa Show da Manchete, estreou o espetáculo A França e quinze saudades, em que interpretou canções francesas e que deu origem ao disco Douce France, seu último trabalho solo. Sua última gravação foi a faixa Forró do beliscão (Ari Monteiro, João do Vale e Leoncio), incluida, no início de 1995, no disco João Batista do Vale (BMG), tributo ao compositor João do Vale.
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