Carramona (Albertino Pimentel) era pistonista, regente e compositor. Sua formação musical era resultado do aprendizado na Casa dos Meninos Desvalidos e na própria Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, cujo comando assumiu dez anos depois de seu ingresso em 1900. Vale também destacar o aprendizado que teve nas inúmeras rodas de choro da cidade, visto que esta é a tradicional escola de músicos melodiosos e harmônicos (figura ao lado: partitura para flautim da polca O Monteiro no sarilho).
A vivência musical na cidade o fez um apaixonado pelo Rancho Ameno Resedá, o mais conhecido rancho da História, para o qual compôs uma polca de mesmo nome. Os ranchos eram agrupamentos carnavalescos, descendentes do pastoril, que incluíam instrumentos de corda e de sopro, porta-estandarte, coro para entoar a marcha-rancho, mestre-sala etc. O bom entendedor já pôde perceber que os ranchos foram os precursores da escolas de samba.
Consciente de sua importante tarefa à frente da Banda após a morte de Anacleto de Medeiros, Carramona manteve a excelência dos músicos da corporação e a tradição de compor polcas, choros, mazurcas, valsas e outros gêneros populares. Compôs também um dobrado em homenagem ao mestre, intitulado Memórias de Anacleto.
Várias outras criações suas ficaram no repertório popular como, por exemplo, O Monteiro no Sarilho, sucesso musical no ano de 1910. A polca foi gravada provavelmente nesta época (1908-1910) pelo Grupo Lulu O Cavaquinho, selo Columbia, álbum nr. 1191612.
Fontes: Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro; Instituto Moreira Sales.
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