A polca Flor do Abacate foi composta por Álvaro Sandim (1862–1919), trombonista e diretor de harmonia na Sociedade Dançante Carnavalesca Ninho do Amor que, em 1913, abandonou esse clube e se juntou ao rancho Flor do Abacate (na foto: o Rancho Flor de Abacate).
Esse rancho tinha o seu lugar no Largo do Machado no Catete, Rio de Janeiro, o mesmo bairro que acolheu seu rival, o grande Ameno Resedá. Sandim tornou-se diretor musical do rancho e desfilou à frente de sua orquestra no carnaval. Essa orquestra era repleta de músicos de primeira linha da época, incluindo o jovem saxofonista (futuramente mestre de orquestra) Romeu Silva (1893–1958), que seguiu Sandim desde o Ninho do Amor.
A mãe de Dona Ivone Lara era uma pastora no rancho. Em 1915, Sandim compôs a polca que imortalizou o nome do Rancho e seu próprio nos anais do choro.
Flor do Abacate (polca, 1915) - Álvaro Sandim e Felipe Tedesco
Você veio comigo falar (porquê?)
Pra comigo você namorar (sentei)
E num lindo jardim todo em flor, depois
Nós trocamos juras de amor
Um abraço você quis me dar (não dei)
Um beijinho você quis roubar (neguei)
De mãos dadas ficamos a contemplar
A Lua, que insistia em nos provocar
Mas como a noite estava linda
E o luar, também
Nós dois sentados entre as flores
Sozinhos, e mais ninguém
Num momento em que a lua se escondeu
Meu bem, o meu coração lhe pertenceu
Fontes: Instituto Moreira Sales; Crônicas bovinas.
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