segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Judia rara

De origem humilde, as polacas trabalhavam quase sempre no baixo meretrício - locais de prostituição freqüentados por quem tinha poucos recursos. Nos cabarés e bordéis de luxo, a soberania era das francesas, que exerciam na época grande fascínio no imaginário masculino. Atentas a esse fato, algumas judias aprendiam palavras em francês para tentar melhorar de vida.

Motorista de lotação e sambista, o cantor Moreira da Silva (foto) namorou por 18 anos uma polaca: a russa Estera Gladkowicer, que chegou ao Brasil com 20 anos em 1927, foi dona de bordel no Mangue e se matou em 68, ingerindo barbitúricos.

Para ela, Moreira compôs Judia Rara: "A rosa não se compara / A essa judia rara / Criada no meu país / Rosa de amor sem espinhos / Diz que são meus seus carinhos / E eu sou um homem feliz" (Fonte: Homenagens em músicas e poemas - Aventuras na História ).

Judia rara (samba, 1964) - Jorge Faraj e Moreira da Silva


A rosa não se compara
A essa judia rara
Criada no meu país

Rosa de amor sem espinhos
Diz que são meus seus carinhos
E eu sou um homem feliz

Nos olhos dessa judia
Cheios de amor e poesia
Dorme o mistério da noite
Brilha o milagre do dia

A sua boca vermelha
É uma flor singular
E o meu desejo uma abelha
Encanto dela a bailar

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