De qualquer maneira (samba, 1939)
- Ary Barroso e Noel Rosa
Quem tudo olha… / Quase nada enxerga
Quem não quebra se enverga / A favor do vento
Eu não sou perfeito / Sei que tenho de pecar
Mas arranjo sempre jeito / De me desculpar…
Eu lá na Penha agora vou "estifa"
Mas não vou como um "cacifa"
Que foi lá desacatar / Mas a força falha
Ele teve um triste fim / Agredido a navalha
Na porta de um botequim!
Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Faz hoje um mês que fui naquele morro
E a Juju pediu socorro / Lá na ribanceira
Toda machucada / Saturada de pancada
Que apanhou do seu mulato / Por contar boato
Meu coração bateu a toda pressa
E eu fiz uma promessa / Pra mulata não morrer...
Pela padroeira / Ela foi bem contemplada
Levantou do chão curada / Saiu sambando fagueira!
Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Pra ver a minha santa Padroeira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Eu vou à Penha de qualquer maneira
Pois não é por brincadeira / Que se faz promessa
E... o tal mulato / Para não entrar na lenha
Fêz comigo um contrato / Para sumir da Penha
Quem faz acordo não tem inimigo / A mulata vai comigo
Carregando o violão / E com devoção junto à santa milagrosa
Vai cantar meu samba prosa / Numa primeira audição.
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